Por Pedro Baptista
Na nossa modesta opinião, embora já a tenhamos há alguns meses, os partidos de Esquerda (PS, BE, PCP-Verdes) estão a dar de mão beijada uma fortíssima vitória política ao PSD e a Cavaco Silva, ao tomarem a atitude jacobina e anti-popular de querer eleições legislativas e autárquicas separadas por duas ou três semanas.
Há argumentos para todos os lados que não vale a pena esmiuçar de mais.
Já se sabe que há um pequeno perigo de indução de um voto no outro, um perigo de confusão de uns boletins com outros, e ainda um perigo de minoração de umas candidaturas em relação a outras.
Mas são pequenos perigos e argumentos débeis.
Na prática, o efeito indutivo no sentido da coincidência ou da contradição de um voto em outro funcionará na mesma numa diferença de duas semanas. Quem se confunde com quatro boletins também se confunde com três. E a visibilidade dos candidatos se for feita com dignidade política e não em termos de preencher o espaço público visual em propaganda à Pepsodent, Colgate ou Sensodine, não tem de se sentir minorizada por nenhuma concorrente.
A verdade é que os portugueses andam nisto há 34 anos, já votaram em todo o tipo de eleições e referendos, já fizeram grandes ocorrências às urnas e grandes abstenções, em qualquer dos casos fizeram o que entenderam que deviam fazer, e fizeram-no em consciência.
Continuam a acreditar relativamente, cada vez menos, e por isso a abstenção tenderá a subir, por um acto não só de protesto como sobretudo acto de demarcação para com uma política que consideram uma lixeira, com razão em boa parte ou mesmo na grande parte.
Neste contexto, encontramos nas ruas, nos autocarros, nos restaurantes, nos colegas, uma quase unanimidade das pessoas a defenderem a posição de que a eleição deve ser simultânea simplesmente "para não termos de ir lá duas vezes"
E a verdade é que já ninguém se confunde mais por votar de uma só vez. Se Cavaco, contra a opinião dos portugueses, cometesse o erro de marcar as legislativas duas semanas antes das autárquicas simplesmente provocaria um aumento da abstenção às autárquicas e um aumento da ... digamos... distanciação das pessoas em relação aos processos políticos.
O problema é que a Esquerda (e o PP), pelos vistos, está presa por raciocínios jacobinos, vê unicamente lógicas eleitorais de acordo com as suas especulações conjecturais, vive nos corredores do parlamento e não na rua ou nos locais de trabalho donde se afastaram desde que se entregaram ao mandato de alienação parlamentar.
E assim vão dar uma grande vitória popular e populista a Cavaco e, incrivelmente, ao PSD que percebeu desde logo qual era o cavalo certo em que apostar.
A não ser que Cavaco seja destituído da esperteza corrente que caracteriza toda a política portuguesa. O que não acreditamos.
Podemos enganar-nos, com tanta gente cheia de informações de Belém a dizer que o Cavaco vai marcar para datas diferentes, mas não acreditamos que ele não ouça, sobretudo, a opinião popular, que só quer lá ir uma vez e quer que se gaste o menos dinheiro possível.
Cá para nós, por nesciência e alienação do povo, a Esquerda (e O CDS) estão a dar de mão beijada um vitória ao Cavaco e ao...PSD!
12 comentários:
Subscrevo na íntegra este post do Pedro Baptista.
Outra vez em cheio na mouche.
Só espero que o PR não vá atrás dos conselhos do Marcelo Rebelo de Sousa e ouça o que a malta pretende: votar tudo de uma vez. Não é assim em muitos países democráticos? E nós não sabemos distinguir o trigo do joio?
Parabéns pelo teu excelente texto.
A propósito:
Estou em Alcohete, onde reside a minha filha e o meu genro, ambos trabalham na Autoeuropa e compraram aqui casa. Vou até ao centro da VIla (lindíssima!) e tomo café na Praça, mesmo no centro.
A esplanada está cheia e a discussão está ao rubro por causa da intervenção na TV dos partidos sobre a data das eleições. Todos, e suponho que aqui a maioria é do PC, defendiam uma mesma data para as duas eleições, em nome da poupança, mas sobretudo porque não fazia sentido ir duas vezes votar.
Ontem, em casa do meu genro, vários colegas dele falaram sobre a Autoeuropa. Afirmaram que os partidos na autoeuropa pouco ou nada riscam. Chora tem ptrestígio porque é um profissional competente, tem sentido de liderança e não por ser do BE.
A situação na Autoeuropa é difícil: os chefes e directores de produção ganham balurdios em prémios e os trabalhadores da linha de montagem ganham sempre o mesmo e só a eles é pedido que resolvam a crise. Por outro lado, a empresa não tem um infantário e a quem deixam os bebés, (como é o caso da minha filha) aos sábados, passando a ser obrigados a trabalhar nesse dia?
Hoje,lá mais para o fim da tarde, vai haver uma conferência de imprensa. Não esperam que a autoeuropa tome posições radicais.
Nem tudo o que se diz corresponde ao que se passa! E os partidos funcionam em circuitos fechados, Já não há militantes que estejam inseridos nas redes sociais. E, por isso, muitos falam do que acham ser o mais conveniente ou do que imaginam, mas sem qualquer vinculo à realidade.
Agora que lhe toca pela pele e se sabe a causa deste desacordo - CGTP/PCP - o tal de Alarante entre de mansinho.Os outros é que nao sabem. Ele é que sabe tudo na esplanada em Alcochete onde estava 4 pessoas: ele, a familia e mais 1.
Só falta dizer que a culpa é de Sócrates e do PS.
Essa dos custos é de quem não leu a lei eleitoral.
As campanhas apesar de realizadas no mesmo dia custam rigorosamente a mesma coisa ao Estado.
As autárquicas são subsidiadas pelos votos conseguidos e há listas de independentes.
As legislativas são subsidiadas conforme o nº. de votos.
Ferreira Leite jogou um trunfo eleitoral mas demagogicamente.
Cavaco antes de receber os artidos vai dizendo que as sondagens...
Quer ficar de bem com todos.
Lá volta o Anónimo Silva/Polícia a dizer disparates. Porventura os fiscais não são pagos a 75 €? Se for só uma a eleição só se paga uma vez. Passa a vida a meter os pés pelas mãos.
Já terão reparado que antigamente andavam sempre atras de fiscais nos partidos mas desde que cai pilim nunca mais procuraram ningu+em. Os sobrinhjos e os filhos da amante dos das juntas resolvem o caso. Sempre são 75 e se trabalharem têm a mesma direito a faltarem.
PB tem razão. Os políticos portugueses estão de relações cortadas com as pessoas. Nem as ouvem e pior se as ouvem fazem o contrário. A exigência de quinze dias de diferença entre as duas eleições não lembra ao Diabo, só mesmo à nossa esquerda, a que deixa estar o Rio na Cãmara
Ó anónimo/Primo você está mesmo desprovido de capacidades intelectuais.
Mas quem falou na bagatela dos delegados às mesas?
É a subvenção para os partidos e listas de independentes.
E depois conforme o nº. de votos há massa durante a legislaturas.
Não conhece a lei. Paciência eu não lhe vou dizer tudo.
A ignrância é muito atrevida.
O insulto é a arma dos fracos. Não sabe o que diz e o que diz é só disparate.
Insulto de quê e a quem?
Só verdades como punhos.
E por favor não use as minhas frases. Já basta trazer aqui como comentário os posts de outro BLOG.
Responda às questões colocadas ou provo o que afirma.
A PIDE também acusava sem provas e iam dentro como eu fui
Onde você estava no 25 de Abril que eu não v?
Mas o que torna mais caro é o pagamento aos fiscais, homem de Deus! Não está em causa o financiamento dos partidos. Parece o Monsieur de La palisse a dizer que o homem que acabou de mcrrer ainda há quinze minutos estava vivo.
O financiamento dos partidos é outra vergonha, mas não tem nada a ver com a coincidência ou não das eleições.
Você não percebe mesmo nada de nada.
Você pensa que os artidos e os independentes não recebem comarticipação do Estado?
Você pensa que os partidos viviam sem o subsidio do Estado conforme o nª de votos?
Desisto. Não vale a pena.
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