É triste ter de se chegar ao ponto de criar um novo partido só para tratar dos animais, dada a insensibilidade nos partidos existentes, nomeadamente do nosso, que nos deixou quase sozinho (com a excepção que nos lembremos de Rosa Albernaz, Francisco Assis e Júlio Faria) no hemiciclo a defender um projecto sobre os direitos dos animais em vigor em todos os países civilizados do que se designava na altura Europa Ocidental. (PB)
(Público) 29.06.2009, Janaína Kalsing
Ainda não está formalizado no Tribunal Constitucional, mas os seus promotores já conseguiram recolher mil assinaturas das 7500 que são necessárias
Um partido político no qual os principais beneficiados não pensam, não falam e, muito menos, votam. Estranho? Não para os fundadores do Partido pelos Animais, aspirantes a uma cadeira no Parlamento português.O partido ainda não está formalizado junto do Tribunal Constitucional. Como são necessárias 7500 assinaturas para isso - possui até o momento cerca de mil adesões na sua página no Facebook -, os coordenadores António Rui Ferreira dos Santos, de 45 anos, Pedro Luís Sande Taborda Nunes de Oliveira, de 49, Paulo Alexandre Esteves Borges, de 49, e Fernando Leite, de 45, contam com um site na Internet (http://www.partidopelosanimais.com/), apoio de artistas, como a actriz Sandra Cóias e os actores Pedro Laginha e Heitor Lourenço, da ex-ministra indiana Maneka Gandhi e do líder espiritual tibetano Dalai Lama. Os quatro aspirantes a uma sigla política no país não são amigos de infância, nem possuem profissões afins. Pelo contrário. Fernando é consultor de vendas, Paulo é escritor e professor de Filosofia na Universidade de Lisboa, Pedro é licenciado em Direito e técnico superior de Segurança e Higiene do Trabalho no desemprego e António é empresário da área da construção civil. O que uniu esses quatro apaixonados pelos animais e pela natureza foram petições. Pedro lançou uma em Janeiro de 2007 para salvar os golfinhos no Japão, a qual já juntou mais de 1.200.000 assinaturas. António, naquele mesmo ano, criou uma contra a estilista Fátima Lopes, que utilizava peles de animais nas roupas da sua criação. Paulo, em 2008, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, realizou uma outra para condenar a repressão no Tibete. Fernando, por sua vez, sensibilizou-se com a causa do Pedro. Depois de inúmeras conversas, perceberam que poderiam juntar forças. Criaram, então, um partido voltado para a causa dos animais. "Em Portugal, os animais são tratados como coisas pela Constituição. São tratados pelo Departamento de Resíduos Sólidos. Estamos no ponto zero, na Idade da Pedra", reclama António, que vestia uma t-shirt com os dizeres "as peles são usadas por animais bonitos e pessoas feias".O partido, por sua vez, não é monotemático, pois manifesta-se também "a favor da defesa da natureza e de todas as formas de vida. Isso inclui o próprio homem, cuja felicidade depende da sua relação harmoniosa com esses outros seres vivos", explica Paulo, presidente da União Budista Portuguesa.Correr contra o tempoNão há uma data limite para inscrição no Tribunal Constitucional para a candidatura do partido, mas os fundadores estão a correr contra o tempo para angariar assinaturas. Segundo eles, o processo só não está mais avançado porque as pessoas precisam preencher formulários manualmente, não podendo fazer isso pela Internet. O grande trunfo, explicam os coordenadores, para conseguir arrecadar as outras 6500 assinaturas que ainda faltam para que se tornem um partido oficial, são as mil pessoas que já aderiram. A ideia é que, cada uma delas, arranje outras 20. Além disso, estão a contactar as associações de protecção de animais do país para conseguir apoio. "Sendo um partido, podemos e devemos ser a voz das associações", esclarece Pedro. Já para conseguir conquistar cadeiras no Parlamento, apostam também no facto de a população portuguesa "estar desesperadamente desencantada, saturada do discurso vazio", afirma Fernando. Uma das propostas do partido, que já existe na Alemanha, Inglaterra, Holanda, Espanha e Itália, é a mudança na legislação - "os animais deixarem de ser considerados coisas
Ainda não está formalizado no Tribunal Constitucional, mas os seus promotores já conseguiram recolher mil assinaturas das 7500 que são necessárias
Um partido político no qual os principais beneficiados não pensam, não falam e, muito menos, votam. Estranho? Não para os fundadores do Partido pelos Animais, aspirantes a uma cadeira no Parlamento português.O partido ainda não está formalizado junto do Tribunal Constitucional. Como são necessárias 7500 assinaturas para isso - possui até o momento cerca de mil adesões na sua página no Facebook -, os coordenadores António Rui Ferreira dos Santos, de 45 anos, Pedro Luís Sande Taborda Nunes de Oliveira, de 49, Paulo Alexandre Esteves Borges, de 49, e Fernando Leite, de 45, contam com um site na Internet (http://www.partidopelosanimais.com/), apoio de artistas, como a actriz Sandra Cóias e os actores Pedro Laginha e Heitor Lourenço, da ex-ministra indiana Maneka Gandhi e do líder espiritual tibetano Dalai Lama. Os quatro aspirantes a uma sigla política no país não são amigos de infância, nem possuem profissões afins. Pelo contrário. Fernando é consultor de vendas, Paulo é escritor e professor de Filosofia na Universidade de Lisboa, Pedro é licenciado em Direito e técnico superior de Segurança e Higiene do Trabalho no desemprego e António é empresário da área da construção civil. O que uniu esses quatro apaixonados pelos animais e pela natureza foram petições. Pedro lançou uma em Janeiro de 2007 para salvar os golfinhos no Japão, a qual já juntou mais de 1.200.000 assinaturas. António, naquele mesmo ano, criou uma contra a estilista Fátima Lopes, que utilizava peles de animais nas roupas da sua criação. Paulo, em 2008, durante os Jogos Olímpicos de Pequim, realizou uma outra para condenar a repressão no Tibete. Fernando, por sua vez, sensibilizou-se com a causa do Pedro. Depois de inúmeras conversas, perceberam que poderiam juntar forças. Criaram, então, um partido voltado para a causa dos animais. "Em Portugal, os animais são tratados como coisas pela Constituição. São tratados pelo Departamento de Resíduos Sólidos. Estamos no ponto zero, na Idade da Pedra", reclama António, que vestia uma t-shirt com os dizeres "as peles são usadas por animais bonitos e pessoas feias".O partido, por sua vez, não é monotemático, pois manifesta-se também "a favor da defesa da natureza e de todas as formas de vida. Isso inclui o próprio homem, cuja felicidade depende da sua relação harmoniosa com esses outros seres vivos", explica Paulo, presidente da União Budista Portuguesa.Correr contra o tempoNão há uma data limite para inscrição no Tribunal Constitucional para a candidatura do partido, mas os fundadores estão a correr contra o tempo para angariar assinaturas. Segundo eles, o processo só não está mais avançado porque as pessoas precisam preencher formulários manualmente, não podendo fazer isso pela Internet. O grande trunfo, explicam os coordenadores, para conseguir arrecadar as outras 6500 assinaturas que ainda faltam para que se tornem um partido oficial, são as mil pessoas que já aderiram. A ideia é que, cada uma delas, arranje outras 20. Além disso, estão a contactar as associações de protecção de animais do país para conseguir apoio. "Sendo um partido, podemos e devemos ser a voz das associações", esclarece Pedro. Já para conseguir conquistar cadeiras no Parlamento, apostam também no facto de a população portuguesa "estar desesperadamente desencantada, saturada do discurso vazio", afirma Fernando. Uma das propostas do partido, que já existe na Alemanha, Inglaterra, Holanda, Espanha e Itália, é a mudança na legislação - "os animais deixarem de ser considerados coisas
4 comentários:
E não foram contabilizados os pobres de espírito
Os pobres de espírito não podem entrar porque não preenchem as condições necessárias para ser animais embora alguns tenjdam para contabilistas à moda do Dr.Rioques. São mais pró vegetais, alguns mesmo pro minerais.
Mas os pobres em espírito (e não de) serão abençoados tais como os animais que são amaldiçoados na terra enquanto matéria.
Pobres, escravos, animais, tiveram um passado um pouco comum. Quem sabe se não partilharão um futuro um pouco afim, mais ecológico, menos brutal?
O comentário não era ara este POST.
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