(GRANDE PORTO)Manuel Queiroz 18-12-2009
Uma hora depois de o Turismo de Lisboa anunciar o que o GRANDE PORTO já tinha dito há quinze dias - o acordo para que a Red Bull Air Race fosse em Lisboa -, o primeiro-ministro afirmava, de forma solene, nas Jornadas Parlamentares do PS, em Beja, que a Regionalização “é necessária e urgente”. Não há coincidências, mas neste caso até parece.
Ligo as duas notícias porque me parece que as devo ligar sem ter que forçar nenhuma nota. Porque se sabia há muito tempo que era assim, em relação à corrida dos aviões, mas ninguém tinha a coragem de o dizer - e mesmo agora anunciaram apenas que a corrida ia para Lisboa em 2010, quando estes acordos dificilmente se fazem apenas por um ano.
Por outro lado, desde a reeleição para secretário-geral do partido, há mais de dois anos, que José Sócrates não fazia uma proclamação tão solene sobre a Regionalização - nem no programa eleitoral, nem no do Governo, nem em ennhum comício de campanha eleitoral, de que me lembre assim de repente. Então por que a fez agora? E por que a fez desta forma, defendendo que será com cinco regiões ou não será? Acho positiva a declaração, mas vinda assim do nada, só porque o líder parlamentar Francisco Assis e alguns deputados forçaram a discussão do tema nas Jornadas, parece-me mais táctico do que estratégico. E destinada a ser o contraponto do anúncio da Turismo de Lisboa.
Porque a proclamação solene só tem efeitos se tiver mais condimentos. Quais? Compromissos claros. Ora, como muito bem lembrou Carlos Laje, nas mesmas Jornadas Parlamentares, é preciso um calendário, por exemplo. E a isso não chegou José Sócrates, embora tenha dito que serão cinco regiões ou não haverá Regionalização.
Uma hora depois de o Turismo de Lisboa anunciar o que o GRANDE PORTO já tinha dito há quinze dias - o acordo para que a Red Bull Air Race fosse em Lisboa -, o primeiro-ministro afirmava, de forma solene, nas Jornadas Parlamentares do PS, em Beja, que a Regionalização “é necessária e urgente”. Não há coincidências, mas neste caso até parece.
Ligo as duas notícias porque me parece que as devo ligar sem ter que forçar nenhuma nota. Porque se sabia há muito tempo que era assim, em relação à corrida dos aviões, mas ninguém tinha a coragem de o dizer - e mesmo agora anunciaram apenas que a corrida ia para Lisboa em 2010, quando estes acordos dificilmente se fazem apenas por um ano.
Por outro lado, desde a reeleição para secretário-geral do partido, há mais de dois anos, que José Sócrates não fazia uma proclamação tão solene sobre a Regionalização - nem no programa eleitoral, nem no do Governo, nem em ennhum comício de campanha eleitoral, de que me lembre assim de repente. Então por que a fez agora? E por que a fez desta forma, defendendo que será com cinco regiões ou não será? Acho positiva a declaração, mas vinda assim do nada, só porque o líder parlamentar Francisco Assis e alguns deputados forçaram a discussão do tema nas Jornadas, parece-me mais táctico do que estratégico. E destinada a ser o contraponto do anúncio da Turismo de Lisboa.
Porque a proclamação solene só tem efeitos se tiver mais condimentos. Quais? Compromissos claros. Ora, como muito bem lembrou Carlos Laje, nas mesmas Jornadas Parlamentares, é preciso um calendário, por exemplo. E a isso não chegou José Sócrates, embora tenha dito que serão cinco regiões ou não haverá Regionalização.
Nesta semana, também, Marques Mendes, o antigo líder do PSD e antigo ministro, disse em Almada que o Governo andava a perder tempo com coisas menores, como a Regionalização e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O GRANDE PORTO afirma-se, no seu estatuto editorial, como defensor da Regionalização. E por isso não pode deixar passar em claro que alguém com tanto peso político junte um imperativo constitucional, como é a Regionalização, com uma ideia qualquer, boa ou má que seja, do Governo de turno. É confundir coisas, é usar a Constituição conforme dá jeito, é uma análise ínvia, é não discutir as coisas com argumentos e tudo isso junto é grave para um político com a estatura de Marques Mendes.
“O país não tem juízo”, diz Rui Rio a propósito da Red Bull Air Race. Um largo país, acrescento eu. Esta história é importante sobretudo simbolicamente, porque se trata de um roubo, como escrevia Ferreira Fernandes no Diário de Notícias que, como quase toda a Imprensa lisboeta, sempre muito atenta, veneradora e obrigada, deu conta do caso apenas pontem. É que não são só interesses privados que estão em causa, são também interesses públicos e bem públicos, porque há milhões de pessoas que vivem aqui e que não percebem que a corrida dos aviões vá para Lisboa sem que haja algo em troca, mais que não fosse para aproveitar toda a experiência que se adquiriu aqui.
“O país não tem juízo”, diz Rui Rio a propósito da Red Bull Air Race. Um largo país, acrescento eu. Esta história é importante sobretudo simbolicamente, porque se trata de um roubo, como escrevia Ferreira Fernandes no Diário de Notícias que, como quase toda a Imprensa lisboeta, sempre muito atenta, veneradora e obrigada, deu conta do caso apenas pontem. É que não são só interesses privados que estão em causa, são também interesses públicos e bem públicos, porque há milhões de pessoas que vivem aqui e que não percebem que a corrida dos aviões vá para Lisboa sem que haja algo em troca, mais que não fosse para aproveitar toda a experiência que se adquiriu aqui.
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