31 de Janeiro: dia de muitas lutas
Por Pedro Baptista (Grande Porto) 29.1.2010
Celebra-se no próximo domingo, o 129º aniversário da primeira revolução republicana portuguesa e da primeira proclamação da República, ocorridas no Porto, 19 anos antes da revolução vitoriosa.
Celebra-se também, na próxima quarta-feira, dia 3 de Fevereiro, o 83º aniversário de outra Revolução portuense derrotada, a da primeira revolução contra a Ditadura instaurada em 1926, derrotada a 7 de Fevereiro de 1927 pelo bombarda e aviação governamentais, pouco antes de eclodir em Lisboa, já ao destempo, o que Sarmento Pimentel veio a classificar de “A Revolução do Remorso”.
O 31 de Janeiro de 1891 foi celebrado pela elite republicana portuense e de muitas outras cidades durante os 48 anos de ditadura militar, salazarista e marcelista, sendo um dia de luta que, pela convergência oposicionista, fazia sempre estremecer o regime.
Lembrámo-nos de ter 19 ou 20 anos quando junto ao monumento de glorificação dos Vencidos do 31 de Janeiro, no Cemitério do Prado do Repouso, gritámos um dos nossos primeiros “Abaixo o fascismo”, logo seguido dum clamor uníssono, quando a luta oposicionista, pelos finais da década de 60, passava para uma fase mais aguerrida de combate à ditadura e à guerra colonial. Lembrámo-nos de um grandioso comício, na noite do 31 de Janeiro de 1970, com o Coliseu a transbordar de gente e de entusiasmo democrático, da sequente manifestação de rua, da brutal e habitual repressão policial ao fundo de 31 de Janeiro e de todos sentirmos que, com o ímpeto que a luta estava a tomar, o fim da ditadura e da guerra não podiam estar muito longe, viéssemos ou não viéssemos, pessoalmente, a ver-lhes o término.
Depois do 25 de Abril de 1974, no Parlamento, pelo menos enquanto lá estivemos na supina honra de representar os cidadãos do Porto, houve sempre, a 31 de Janeiro, da boca de Raul Rêgo, uma interpelação à Mesa para aludir à efeméride, o primeiro grande marco da luta pela República. Quando o nosso querido Camarada, com quem ainda pudemos privar algum tempo, se teve de afastar e em seguida faleceu, fizemos questão de nunca deixar de lhe seguir o exemplo, e interviemos sempre, a 31 de Janeiro, do alto da tribuna, para realçar o significado histórico da data para o Porto e para o país.
Parece ter sido prática que desapareceu da arena parlamentar. Não é de estranhar. E nem sequer será preciso explicar porquê.
Por Pedro Baptista (Grande Porto) 29.1.2010
Celebra-se no próximo domingo, o 129º aniversário da primeira revolução republicana portuguesa e da primeira proclamação da República, ocorridas no Porto, 19 anos antes da revolução vitoriosa.
Celebra-se também, na próxima quarta-feira, dia 3 de Fevereiro, o 83º aniversário de outra Revolução portuense derrotada, a da primeira revolução contra a Ditadura instaurada em 1926, derrotada a 7 de Fevereiro de 1927 pelo bombarda e aviação governamentais, pouco antes de eclodir em Lisboa, já ao destempo, o que Sarmento Pimentel veio a classificar de “A Revolução do Remorso”.
O 31 de Janeiro de 1891 foi celebrado pela elite republicana portuense e de muitas outras cidades durante os 48 anos de ditadura militar, salazarista e marcelista, sendo um dia de luta que, pela convergência oposicionista, fazia sempre estremecer o regime.
Lembrámo-nos de ter 19 ou 20 anos quando junto ao monumento de glorificação dos Vencidos do 31 de Janeiro, no Cemitério do Prado do Repouso, gritámos um dos nossos primeiros “Abaixo o fascismo”, logo seguido dum clamor uníssono, quando a luta oposicionista, pelos finais da década de 60, passava para uma fase mais aguerrida de combate à ditadura e à guerra colonial. Lembrámo-nos de um grandioso comício, na noite do 31 de Janeiro de 1970, com o Coliseu a transbordar de gente e de entusiasmo democrático, da sequente manifestação de rua, da brutal e habitual repressão policial ao fundo de 31 de Janeiro e de todos sentirmos que, com o ímpeto que a luta estava a tomar, o fim da ditadura e da guerra não podiam estar muito longe, viéssemos ou não viéssemos, pessoalmente, a ver-lhes o término.
Depois do 25 de Abril de 1974, no Parlamento, pelo menos enquanto lá estivemos na supina honra de representar os cidadãos do Porto, houve sempre, a 31 de Janeiro, da boca de Raul Rêgo, uma interpelação à Mesa para aludir à efeméride, o primeiro grande marco da luta pela República. Quando o nosso querido Camarada, com quem ainda pudemos privar algum tempo, se teve de afastar e em seguida faleceu, fizemos questão de nunca deixar de lhe seguir o exemplo, e interviemos sempre, a 31 de Janeiro, do alto da tribuna, para realçar o significado histórico da data para o Porto e para o país.
Parece ter sido prática que desapareceu da arena parlamentar. Não é de estranhar. E nem sequer será preciso explicar porquê.
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