Quando as deviam estar a inaugurar, há muito...
Gaia e Porto começam a estudar possibilidade de novas pontes
(JN) 4.1.10 As câmaras de Gaia e do Porto estão a constituir uma equipa comum que apresente propostas tecnicamente sustentadas para a construção de pontes sobre o Douro. Da parte de Gaia, há interesse em avançar com uma ponte paralela à da Arrábida e outra pedonal.
Os vice-presidentes de cada município ficaram encarregados da missão de reunir as pessoas que entendam necessárias, disse ao JN o presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes. "Existe já trabalho de casa", afirmou, empenhado em avançar com duas pontes para as quais existem já projectos de Adão da Fonseca, catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
Uma delas é a ponte do Gólgota, concebida por Adão da Fonseca e pelo arquitecto Siza Vieira, para ser implantada 500 metros a montante da ponte da Arrábida, para trânsito rodoviário e metro. Outra é uma ponte pedonal entre a Praça da Ribeira e a Avenida Diogo Leite. Menezes gostaria ainda de lançar uma terceira travessia, para tráfego rodoviário e pedonal, à cota média, entre D. Pedro V (Porto) e o Candal (Gaia).
O essencial é chegar a acordo com o Porto, já que pagar as pontes não inquieta o presidente da Câmara de Gaia. "Não haverá dificuldade em encontrar, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), soluções para este financiamento", acredita. "Estamos a falar de pontes baratas. Uma ponte no Porto não custa mais que 50 ou 60 milhões de euros. A ponte pedonal custaria 7,5 milhões de euros. Com o QREN e o orçamento das Câmaras poderia ser feito", salienta.
Descongestionar a Arrábida, cujos acidentes paralisam em pouco tempo entradas e saídas do Porto, é uma das prioridades. A ponte da A41 poderá atrair trânsito pesado e de longo curso, mas Adão da Fonseca advoga que "é importante ter mais pontes com características urbanas". Actualmente, só existe a do Infante.
A ponte do Gólgota "permitiria um movimento intercidades, ia aliviar a ponte da Arrábida", defende o engenheiro. Carregaria ainda o canal do metro da segunda linha de Gaia (Campo Alegre - -Laborim), o que poderá ser, dentro da negociação das pontes, a ponte que é preciso fazer com a Autarquia de Rui Rio.
"A existirem novas pontes no futuro, estas terão de estar ligadas a outros projectos relacionados, por exemplo, com A Metro ou a CP", disse ao JN a porta-voz da Câmara do Porto. "Tendo em conta a configuração do rio Douro, a existência de novas travessias só deve ser colocada em casos de extrema necessidade, sob pena de agredirem a paisagem e o enquadramento do rio, prejudicando a sua atractividade", é a posição da Autarquia portuense.
Um arquitecto, dois engenheiros e um geógrafo consultados pelo JN a este respeito foram unânimes em considerar que os movimentos urbanos estão a pedir novas ligações pelo rio à cota baixa, de automóvel mas principalmente a pé, algures entre as ribeiras e a zona da Alfândega do Porto/Cais de Gaia. Tal ideia foi defendida tanto por Adão da Fonseca e Paulo Pinho, ambos especialistas em Planeamento da FEUP, como pelo arquitecto Gomes Fernandes e pelo geógrafo Rio Fernandes.
"É preciso amarrar melhor as duas margens, que estão muito separadas", afirma Paulo Pinho, para quem a melhor solução será a construção de uma ponte entre a Alfândega e o Cais de Gaia, rodoviária e pedonal, que funcionasse "como uma grande rotunda" com a Luís I. Tal implicaria criar sentidos únicos em ambas as pontes, permitindo alargar os passeios da ponte antiga.
Uma ponte para peões também agrada ao geógrafo Rio Fernandes, que sugere, inclusive, a criação de alas exteriores na Luís I para circulação pedonal, como já viu noutras cidades. "Temos de começar a pensar na fluidez dos peões e não só do automóvel", justifica. Adão da Fonseca corrobora, já que nas ribeiras "há uma intensa vida social e de lazer". "É uma zona absolutamente especial também em termos turísticos" carente de "condições mais fáceis de travessia e de passeio".
Já uma ponte entre o Gólgota (Porto) e o Candal (Gaia) suscita reacções diversas. E pelo menos uma adversa - Paulo Pinho desfia vários argumentos contra uma nova travessia a 500 metros da ponte concebida por Edgar Cardoso. Há uma razão estética - "vai prejudicar a percepção da ponte da Arrábida, que é uma notável obra de arte" - e outra que tem a ver com planeamento.
"Tudo o que contribua para pôr mais carros no centro da cidade não faz sentido. Com a Circular Regional Externa do Porto [A41] e incentivo para que tráfego pesado passe por lá, era possível libertar duas faixas na Arrábida e pôr lá o metro", defende Pinho.
(JN) 4.1.10 As câmaras de Gaia e do Porto estão a constituir uma equipa comum que apresente propostas tecnicamente sustentadas para a construção de pontes sobre o Douro. Da parte de Gaia, há interesse em avançar com uma ponte paralela à da Arrábida e outra pedonal.
Os vice-presidentes de cada município ficaram encarregados da missão de reunir as pessoas que entendam necessárias, disse ao JN o presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes. "Existe já trabalho de casa", afirmou, empenhado em avançar com duas pontes para as quais existem já projectos de Adão da Fonseca, catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
Uma delas é a ponte do Gólgota, concebida por Adão da Fonseca e pelo arquitecto Siza Vieira, para ser implantada 500 metros a montante da ponte da Arrábida, para trânsito rodoviário e metro. Outra é uma ponte pedonal entre a Praça da Ribeira e a Avenida Diogo Leite. Menezes gostaria ainda de lançar uma terceira travessia, para tráfego rodoviário e pedonal, à cota média, entre D. Pedro V (Porto) e o Candal (Gaia).
O essencial é chegar a acordo com o Porto, já que pagar as pontes não inquieta o presidente da Câmara de Gaia. "Não haverá dificuldade em encontrar, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), soluções para este financiamento", acredita. "Estamos a falar de pontes baratas. Uma ponte no Porto não custa mais que 50 ou 60 milhões de euros. A ponte pedonal custaria 7,5 milhões de euros. Com o QREN e o orçamento das Câmaras poderia ser feito", salienta.
Descongestionar a Arrábida, cujos acidentes paralisam em pouco tempo entradas e saídas do Porto, é uma das prioridades. A ponte da A41 poderá atrair trânsito pesado e de longo curso, mas Adão da Fonseca advoga que "é importante ter mais pontes com características urbanas". Actualmente, só existe a do Infante.
A ponte do Gólgota "permitiria um movimento intercidades, ia aliviar a ponte da Arrábida", defende o engenheiro. Carregaria ainda o canal do metro da segunda linha de Gaia (Campo Alegre - -Laborim), o que poderá ser, dentro da negociação das pontes, a ponte que é preciso fazer com a Autarquia de Rui Rio.
"A existirem novas pontes no futuro, estas terão de estar ligadas a outros projectos relacionados, por exemplo, com A Metro ou a CP", disse ao JN a porta-voz da Câmara do Porto. "Tendo em conta a configuração do rio Douro, a existência de novas travessias só deve ser colocada em casos de extrema necessidade, sob pena de agredirem a paisagem e o enquadramento do rio, prejudicando a sua atractividade", é a posição da Autarquia portuense.
Um arquitecto, dois engenheiros e um geógrafo consultados pelo JN a este respeito foram unânimes em considerar que os movimentos urbanos estão a pedir novas ligações pelo rio à cota baixa, de automóvel mas principalmente a pé, algures entre as ribeiras e a zona da Alfândega do Porto/Cais de Gaia. Tal ideia foi defendida tanto por Adão da Fonseca e Paulo Pinho, ambos especialistas em Planeamento da FEUP, como pelo arquitecto Gomes Fernandes e pelo geógrafo Rio Fernandes.
"É preciso amarrar melhor as duas margens, que estão muito separadas", afirma Paulo Pinho, para quem a melhor solução será a construção de uma ponte entre a Alfândega e o Cais de Gaia, rodoviária e pedonal, que funcionasse "como uma grande rotunda" com a Luís I. Tal implicaria criar sentidos únicos em ambas as pontes, permitindo alargar os passeios da ponte antiga.
Uma ponte para peões também agrada ao geógrafo Rio Fernandes, que sugere, inclusive, a criação de alas exteriores na Luís I para circulação pedonal, como já viu noutras cidades. "Temos de começar a pensar na fluidez dos peões e não só do automóvel", justifica. Adão da Fonseca corrobora, já que nas ribeiras "há uma intensa vida social e de lazer". "É uma zona absolutamente especial também em termos turísticos" carente de "condições mais fáceis de travessia e de passeio".
Já uma ponte entre o Gólgota (Porto) e o Candal (Gaia) suscita reacções diversas. E pelo menos uma adversa - Paulo Pinho desfia vários argumentos contra uma nova travessia a 500 metros da ponte concebida por Edgar Cardoso. Há uma razão estética - "vai prejudicar a percepção da ponte da Arrábida, que é uma notável obra de arte" - e outra que tem a ver com planeamento.
"Tudo o que contribua para pôr mais carros no centro da cidade não faz sentido. Com a Circular Regional Externa do Porto [A41] e incentivo para que tráfego pesado passe por lá, era possível libertar duas faixas na Arrábida e pôr lá o metro", defende Pinho.
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