segunda-feira, 31 de março de 2008

Cambalhotas...


Mas não é o PSD, desde os tempos cavaquistas, o grande doutrinário do princípio do utilizador-pagador, sabendo-se que estes troços estão mais que pagos pelos impostos sobre os veículos e circulação, como sempre disse o PS? Disse, disse, nos debates contra o PSD/PP quando eram governo, no seu programa eleitoral e no próprio programa de governo. Se o PSD dá aqui uma cambalhota no sentido da gratuitidade, o PS dá outra cambalhota no sentido do pagamento apontado contra o Norte, claro, que o resto é preciso proteger que as férias não estão longe e vão todos para o mesmo sítio. São os dois cambalhotas. Onde se demonstra mais uma vez a nossa velha tese de que o que tem de mal o PS, é aquilo em que é semelhante ao PSD. E quanto mais semelhante pior! Quanto menos semelhante menos pior, em muitos casos, melhor. A verdade, é que quem não vai nestas semelhanças vai ser a população e é uma honra, para nós socialistas, sabermos como tanto o PS Vila do Conde como o PS Póvoa já se manifestaram há muito contra a tentativa de portagens onde, ainda por cima, está à vista, a inexistência de alternativas. À vista de quem ande por cá, claro.

Talvez por isso, o nosso compromisso eleitoral, de não ser deputado nacional nem europeu sendo presidente da Federação, não dirigir o PS/Porto nem a partir de Lisboa nem de Bruxelas, que pensávamos vir a concatenar o aplauso unânime, até porque gostaríamos de ouvir de outros o mesmo compromisso, tenha sido acolhida com desconfiança entre umas poucochinhas pessoas. Das duas uma: ou não querem que tenhamos as coisas à vista para não falarmos delas, ou querem mesmo o Porto como terra de ninguém. Claro que esta ideia está apenas na cabeça dos ninguéns que pensam que assim, através da desertificação política, podem vir a ser alguém. Mas onde é que já vimos este filme? Terá sido num filme histórico ou nas "Actualidades"?
O PSD de Vila do Conde apelou esta segunda-feira à sensibilidade do primeiro-ministro para o «tremendo impacto negativo» que irá constituir a criação de portagens na A28, noticia a agência Lusa.
Com este apelo, os social-democratas esperam que o Governo desista da intenção de cobrar a circulação naquela auto-estrada.
«A instalação de portagens no território do concelho de Vila do Conde terá graves consequências para os vila-condenses», alerta o líder da concelhia social-democrata, Pedro Brás Marques, numa carta entregue ao primeiro-ministro.
Nesta carta, o dirigente do PSD salienta que «com o decorrer do tempo, a agora chamada A28 tornou-se no principal eixo rodoviário do concelho», assegurando as ligações entre as várias freguesias e entre estas e a sede concelhia.
«Graças ao seu traçado, atravessando o concelho de norte para sul, a A28 é diariamente utilizada por um elevado número de vila-condenses nas suas mais diversas deslocações», acrescenta Brás Marques.
O documento, entregue a José Sócrates à margem da inauguração da nova via interna de ligação ao Porto de Leixões, surge na sequência de notícias que apontam para a criação de portagens na A28 (Matosinhos/Viana do Castelo), a partir de Julho.
Na carta, dirigida ao chefe do Governo, o PSD/Vila do Conde recorda que a EN 13 «tornou-se numa via totalmente inadequada para uma utilização mais intensa, quer de ligeiros quer de pesados de mercadorias». Salienta também que «não existe uma rede rodoviária municipal que possa ser considerada alternativa à A28».
Por essa razão, os social-democratas de Vila do Conde consideram que «não é aceitável a instalação de portagens na A28, enquanto se mantiverem as actuais condições da rede rodoviária municipal».

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