De todo o imbróglio em torno dos parâmetros de avaliação dos professores do presidente do Agrupamento de Escolas Correia Mateus, Esperança Barcelos, se nos quisermos "precipitar" a tirar conclusões, temos de pôr as mãos na cabeça, sobre a prática da doutrina ministerial:
"Afere a verbalização da satisfação ou insatisfação face às mudanças de forma serena e fundamentada através de críticas construtivas - é que serão valorizados de forma crescente, até à nota máxima?" Palavras do Sr. Esperança? Dá para acreditar? Voltamos ao tempo em que só eram permitidas as "críticas construtivas"?
Ou seja as "consideradas construtivas"? Mas o Salazar também gostava dessas...
A política não é doutrina, nem expressão ideológica, é uma arte prática; sobretudo governar; as medidas valem os seus efeitos práticos... Então é ver.
"Fiquei envergonhado por ter havido uma fuga de informação que coloca a escola nesta situação e fiquei tristíssimo por ver uma proposta que nos faz recuar aos tempos de II República", disse ao PÚBLICO um professor da escola que não quis ser identificado, mas que acredita que a proposta irá ser chumbada no conselho pedagógico.
II República, o fascismo? Conhecíamos essa do Jardim da Madeira. Agora diz-se disto nas escolas, ainda por cima em defesa das "medidas"? Só tivemos duas Repúblicas: a I que começou em 5 de Outubro de 1910 e acabou em 28 de Maio de 1926 com umas interrupções de permeio, e a II, que começou a 25 de Abril de 1974 e vai-se aguentando, sabe Deus como...
Não saberá o professor, que no tempo do fascismo levava-se porrada por gritar "Viva a República!"?
"Valter Lemos, acusou ontem a antiga secretária de Estado dos governos Guterres, Ana Benavente, de ser responsável pelos "piores resultados escolares da Europa" em matéria de sucesso escolar"... "O actual secretário de Estado afirmou-se surpreendido pelo facto de Benavente "cavalgar as posições da Fenprof", apesar de considerar que a sua sucessora "não é grande adepta da avaliação e do rigor", como diz saber-se "desde os tempos em que era secretária de Estado", pelas "cedências" feitas à Fenprof, sobretudo em matéria de avaliação. Em sua defesa, a actual investigadora do Instituto de Ciências Sociais lembrou a "forte oposição da Fenprof" às políticas seguidas pelas três equipas da Educação em que participou, lideradas pelos ministros Guilherme d"Oliveira Martins, Marçal Grilo e Augusto Santos Silva. Em concreto, recordou as guerras a propósito da gestão curricular flexível (autonomia das escolas), do lançamento dos agrupamentos escolares, dos currículos alternativos para combate ao insucesso escolar, entre outros. Sobre os maus resultados alegados por Valter Lemos, Benavente diz apenas: "Não sei a que se refere." Contactado pelo PÚBLICO, Augusto Santos Silva - que integrou os dois Governos em confronto nesta polémica - disse que não comenta."
Quando António Guterres caiu, no seguimento do desastre autárquico, e os dirigentes do PS deixaram que livremente a oposição desenvolvesse todo o tipo de impropérios e mentiras sobre a sua governação, houve alguém que disse (cito de memória): o PS tem de defender o seu capital mais importante que é a sua estabilidade interna. Ou seja, abafe-se a discussão, não se aprofunde nada!
Claro que essa atitude levou à vitória, em seguida, do PSD, com Barroso a derrotar Ferro por uma unha negra. Mas levou a que o Partido não discutisse e não0 fosse esclarecido. pelos vistos é agora, tantos anos depois, que se vai fazer o debate.
Não apenas a partir das críticas de Ana Benavente, Secretária de Estado da Educação de Guterres, como sobretudo a partir de Valter Lemos o actual Secretário de Estado que diz o que acima se cita sobre a governação educativa de Guterres.
Ouvimos falar de Ana benavente como pedagoga desde o Grupo de Genebra... Mas Valter lemos não é aquele Sr. Vereador do CDS de Penamacor sobre quem foi levantada uma questão sobre perda de mandato por faltas. Do CDS? Ou estarei confundido?
Afinal se este governo PS entende que o anterior governo PS foi horrível em matéria de Educação (e eu que pensava que tinha sido a melhor coisa do Guterres) qual é a política de educação do PS? Ou governámos pela negativa: o que o Guterres fez, não se faz; o que o Gueterres não fez faz-se! Será? A palavra que o gueterres mais gostava era diálogo... Estará aqui a explicação dos actuais protestos?
E como pode o ex e actual ministro Santos Silva, que esteve perto de Guterres, perto de Ferro e está perto de Sócrates, manter-se calado numa questão destas? Ou não mandar calar o Valter Lemos, estilo o espanhol ao índio, por que no te callas?
É melhor não tirar conclusões sobre as duas notícias citadas. Mantermo-nos a reflectir neste estilo sereno e paciente... Mas a coisa nos ecrãs está a ficar preta neste sábado, ao fim da tarde, e não é avaria do televisor...
Tranquilamente, o vosso, Pedro Baptista.
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