Quatro perguntas (e mais quatro) antes da notícia: Por que razão Narciso deixou a Câmara há 3 anos "entregando-a" a Guilherme Pinto? Se houvesse nalgum lugar um "candidato natural", como diz o presidente da Federação, quem seria o mais natural em Matosinhos? Por que razão foi Narciso irradiado do PS? Por alma de quem o amigo Seabra ainda opina sobre Matosinhos se já declara que, para si, Matosinhos morreu para sempre? Quem tem medo de um distrito do Porto livre e afirmativo? Por que razão não são convocadas eleições para a "Distrital" nos termos estatutários? Quem manipula a Secretaria? Quem quer ganhar tempo, para quê e ao serviço de quem?
Pedro Baptista, candidato à distrital, não exclui o ex-autarca
Com apoio do PS ou, em última instância, à frente de uma candidatura independente, Narciso Miranda parece cada vez mais decidido a entrar na corrida à presidência de Câmara Matosinhos. Narciso, que governou a autarquia durante quase três décadas, vê o seu "projecto de sucesso" a perder força com a liderança Guilherme Pinto, o socialista que o substituiu há três anos. A direcção do partido a nível distrital e local, contudo, não mostra qualquer sinal que aponte para um apoio à candidatura do antigo autarca. Antes pelo contrário.
"Não faz nenhum sentido", diz Manuel Seabra, presidente da concelhia do PS de Matosinhos.
"Guilherme Pinto foi, há três anos, a escolha de Narciso" para a Câmara. Venceu as eleições é ele, portanto, sublinha Seabra, "o candidato natural do partido" nas autárquicas de 2009. "O futuro não se constrói com o passado, Narciso Miranda foi presidente da Câmara durante trinta anos", lembra. Manuel Seabra deixa a presidência da concelhia no próximo dia 5, mas espera que o cargo seja ocupado por Guilherme Pinto, candidato a esse órgão partidário. Narciso Miranda afirma que a sua candidatura "não é contra ninguém", acredita que o "aparelho do partido" irá ouvir os matosinhenses e, depois disso, mudar de posição. O presidente do PS/Porto, Renato Sampaio, espera pelo resultado das eleições na concelhia. É este órgão, recorda, que " apresenta os candidatos, em articulação com a distrital". No entanto, "o candidato natural" é Guilherme Pinto , "com um excelente trabalho" à frente da autarquia.
Pedro Baptista, candidato à distrital do PS, não excluiu apoio à candidatura de Narciso Miranda, "um dos símbolos autárquicos nacionais do PS, agora marginalizado de uma forma inaceitável pelo partido". Caso vença a distrital, apoiará o candidato da área do socialista mais bem colocado para conquistar a Câmara."Não marginalizo hoje, não marginalizei ontem Narciso", diz Pedro Baptista. Para tomar uma decisão justa, encomendará um estudo de opinião: "Tenho de me munir dos instrumentos de conhecimento objectivos sobre as intenções de voto, para que os socialistas não percam Matosinhos". O candidato à liderança do PS/Porto aconselha a concelhia a fazer o mesmo - "a respeitar as intenções dos eleitores" no momento da escolha do candidato.
1 comentário:
A questão que se põe é, à italiana, de «mãos limpas».
Pode um qualquer partido candidatar ao que quer que seja um militante com a história, conhecida e ignota, de Narciso Miranda?
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