Parece que no Grupo Parlamentar do PS se reflecte sobre a realidade da educação e é bem preciso. Sobretudo que se aprofunde essa reflexão; entre outros, no seguinte ponto:
Que sinais têm vindo a ser dados de cima em relação à condição de professores? Que imagem se tem feito passar dos professores, para os pais e para os alunos? Que resultado se esperava se não o que está à vista pelos ecrãs e o resto, muito pior, que não está à vista pública, que é a vida quotidiana das escolas transformadas em panelas de pressão ou até em barris de pólvora, quando deveriam articular a concentração com o relaxe, o trabalho com o convívio?
Não é preciso autoritarismos nas escolas, é preciso é respeito pelos professores e pelos funcionários e, nessa matéria, o sinal principal é o que vem de cima. E o que tem vindo de cima não será o melhor, para falar assim, reflectindo...
Alexandra Inácio (JN) 26.03.2006
PGR às avessas com o Ministério
A indisciplina e violência escolar voltou a distanciar a Procuradoria-Geral da República do Ministério da Educação no dia em que Pinto Monteiro defendeu o reforço da autoridade dos professores e a necessidade de se acabar com o sentimento de impunidade nas escolas, o secretário de Estado veio a público afirmar que casos como o do Carolina Michaelis são casuais e as escolas "os lugares mais seguros da comunidade". Pinto Monteiro alertou para a formação em algumas escolas de pequenos gangs "que depois transitam para gangs de bairro, armados e perigosos". Valter Lemos rejeitou - "Seria bastante original" - lembrando a diminuição das situações de indisciplina e violência e dizendo que o Governo tem reforçado os meios de apoio aos professores nas escolas sinalizadas. Já ao final da tarde, Valter Lemos convocou uma conferência de imprensa, para mostrar que o Governo não desvaloriza o caso. E anunciou que as escolas com problemas graves de indisciplina podem, agora, pedir a contratação de técnicos como psicólogos e mediadores de conflitos. No PS, porém, a versão do PGR é aceite com menos reservas. "São situações mais frequentes do que desejaria. Concordo plenamente com o senhor Procurador é preciso olhar com outro cuidado" para a violência escolar, defendeu ao JN Jovita Ladeira. A professora de 1º ciclo é uma das deputadas do PS que defende, tal como Pinto Monteiro, o reforço da autoridade dos professores. "É importante que estes casos venham a público para agitarem consciências. Muitas vezes ficam dentro das paredes das escolas envoltas em muros de silêncios. Não devemos ter vergonha, é um reflexo da sociedade". Manuela de Melo é outra parlamentar que reconhece a perda de autoridade dos docentes. "Com a massificação do ensino não tem acontecido outra coisa", defendeu, sublinhando que o problema é complexo e não se cinge à escola. "Não há lei que possa impedir a formação de gangs. As escolas têm é de estar atentas e identificar os comportamentos problemáticos. Estas situações não podem ser caladas", afirmou, por outro lado, Luís Fagundes Duarte. Para o deputado do PS, o Governo reforçou como podia em termos legislativos a autoridade dos professores. Mas Fagundes Duarte já não é tão brando no castigo que defende para Patrícia "Tem de ser punida de forma exemplar. Jovita Ladeira considera que nestas situações os jovens deveriam fazer serviço comunitário. "Eles têm que sentir, porque muitas vezes arrependem-se mas repetem o comportamento".
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