Será verdade que o Presidente da Federação Distrital do Porto não foi ouvido nem achado no adiamento do jantar de dia 8 de Março para o qual algumas pessoas estavam convidadas, nem na sua transformação num comício de resposta aos professores no dia 15? Se é verdade e está incomodado como nos dizem, tem a nossa solidariedade, por todas as razões; se é verdade e lhe é indiferente tem a nossa piedade, pelas mesmas razões.
E o PS responde aos professores com um comício? E quem responde aos professores do PS? E responde a manifestações com dezenas de milhares num "grande comício nacional" com 7 000 pessoas? Que, da rua, passa para um local em que se couberem 3 000 já rebenta pelas costuras? E por que se lembram do Porto numa destas?
Socialistas transferem comício nacional no Porto para pavilhão desportivo e desistem da Praça de D. João I
Público, 06.03.2008, Margarida Gomes
O comício nacional do PS marcado para o dia 15 de Março no Porto, que levará José Sócrates ao reencontro com as bases, foi transferido da Praça de D. João I para o Pavilhão do Académico, uma mudança que "protegerá" o líder socialista de qualquer imprevisto vindo da rua. A convocação para este local foi feita ontem através do site oficial do PS, onde se anuncia também que, já neste fim-de-semana, dirigentes nacionais do partido vão percorrer o país para se reunirem com os militantes em todas as federações. A excepção é o Porto, que decidiu convocar todos os presidentes socialistas de junta de freguesia para preparar o congresso da Anafre (Associação Nacional de Freguesias), um encontro que contará com a presença do secretário nacional para as autarquias, Miranda Calha. Com a ambição de conseguirem mobilizar entre seis e sete mil militantes para o comício do Porto, dirigentes distritais reconhecem que se trata de "uma fasquia difícil" e que vai exigir, até lá, um grande esforço. "Não é uma missão impossível; com uma boa mobilização, conseguimos. No fundo, estamos aqui para resolver estas questões", adiantou Orlando Soares Gaspar, que preside à concelhia portuense dos socialistas. Admitindo que a contestação às políticas educativas do Governo possa reflectir-se junto dos militantes, o líder concelhio acredita, contudo, que, se da parte do Governo houver uma vontade de maior concertação, será possível diminuir a crispação.
Contactada pelo PÚBLICO, a eurodeputada Ana Gomes, que não deverá participar no comício do Porto por compromissos profissionais (participa na Eslovénia numa reunião da assembleia parlamentar do grupo ACP/União Europeia), manifestou o seu apoio às reformas educativas e à ministra da Educação, mas pediu diálogo. "As reformas exigem diálogos com os professores. A ministra está certa, mas não pode deixar de fora os professores. Espero que se restabeleça o diálogo, que é fundamental", defendeu.
Uma outra ausência anunciada é do deputado Vítor Ramalho, que preside à concelhia de Setúbal do PS. "Tenho um compromisso inadiável e é-me impossível ir porque o comício foi marcado muito em cima da hora", justificou.
Também o deputado João Soares deverá faltar. Nesse dia, o deputado estará em Itália, numa reunião da assembleia parlamentar da OSCE (Organização de Segurança e Cooperação Europeia).
Já Jorge Coelho adia para mais tarde a decisão. "Se tiver disponibilidade, irei", promete o ex-ministro das Obras Públicas do Governo de António Guterres.
quinta-feira, 6 de março de 2008
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