PS: Cinco presidentes de câmaras socialistas do Alto Minho contra recandidatura de Defensor Moura a Viana
25 de Fevereiro de 2009, 18:58
Viana do Castelo, 25 Fev (Lusa) - Os presidentes de cinco câmaras socialistas do Alto Minho avisaram o secretário-geral do PS que poderão não concorrer às autárquicas deste ano, caso o partido viabilize a recandidatura de Defensor Moura em Viana do Castelo.
"Não podemos continuar ao lado de alguém que tem denegrido a imagem do partido e dos seus representantes", referem aqueles autarcas, numa carta enviada a José Sócrates a que a Lusa teve hoje acesso.
A carta é subscrita pelos presidentes das câmaras de Vila Nova de Cerveira, Valença, Paredes de Coura, Ponte da Barca e Monção, todos eleitos pelo PS, ficando de fora o de Melgaço, Rui Solheiro, igualmente socialista.
"Só não assinei essa carta porque, como presidente da Federação Distrital do PS, avoquei o processo autárquico de Viana do Castelo e, como tal, achei que não devia misturar as coisas", disse, em declarações à Lusa, Rui Solheiro.
Os subscritores da carta acusam Defensor Moura de "insultar, injuriar e desrespeitar" os restantes presidentes de câmara eleitos pelo PS, o próprio partido, a Assembleia da República e o Governo, utilizando uma "linguagem desabrida" e promovendo uma acção "divisionista e provocatória".
Dizem ainda que esta atitude "absolutamente inqualificável" do autarca de Viana do Castelo atingiu o seu ponto alto durante o referendo à integração daquele concelho na Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima (CIM).
Contactados pela Lusa, os cinco autarcas escusaram-se a tecer qualquer comentário sobre a carta, alegando que se trata de um "assunto interno" do partido.
Defensor Moura sempre manteve um conflito latente com a Federação Distrital de Viana do Castelo, presidida por Rui Solheiro, e agora com o próprio partido a nível nacional, a propósito do referendo à integração do concelho na CIM.
Moura teceu fortes críticas à lei do associativismo municipal, criada e aprovada pelo Partido Socialista, alegando que foi "feita a martelo" e que é "chantagista, anticonstitucional e antidemocrática.
Na campanha para o referendo, também não poupou críticas ao líder distrital e ao alegado "clientelismo" no aparelho partidário do PS e aos próprios deputados socialistas eleitos pelo círculo de Viana do Castelo.
"Face às proporções que este conflito assumiu", a Federação Distrital do PS já garantiu a avocação do processo autárquico em Viana do Castelo, o que significa que o candidato será escolhido por aquele órgão e não pela Concelhia, que já manifestou apoio a Defensor Moura.
"Estou há 16 anos na liderança da Federação e esta é a primeira vez que vou pedir a avocação de um processo autárquico. A partir daí, cada um que tire as suas conclusões", sustentou Rui Solheiro, quando questionado sobre um eventual veto à recandidatura de Defensor Moura.
No documento que sustenta o pedido de avocação, a Federação acusa Defensor Moura de, a propósito do referendo, ter mantido um "desrespeito continuado pelas instituições democráticas, pelos partidos políticos, particularmente o Partido Socialista, e um insulto calunioso aos diferentes dirigentes, autarcas e deputados".
"O processo que envolveu o referendo, bem como o clima de injúria, ataque pessoal e político aos camaradas do partido, violaram os mais elementares princípios éticos, morais e políticos que fazem parte do nosso património colectivo e que os alto-minhotos sempre se habituaram a ver no PS ao longo dos últimos anos", refere o mesmo documento.
O presidente da Câmara de Viana do Castelo, Defensor Moura, tem-se sistematicamente recusado a pronunciar-se sobre este assunto, o que hoje também fez.
No dia do referendo, quando confrontado com a possibilidade de se recandidatar como independente nas próximas eleições autárquicas, Moura não descartou essa hipótese, dizendo apenas que esperava que os aparelhos partidários mudassem.
"Se não mudarem, logo se vê", disse.
25 de Fevereiro de 2009, 18:58
Viana do Castelo, 25 Fev (Lusa) - Os presidentes de cinco câmaras socialistas do Alto Minho avisaram o secretário-geral do PS que poderão não concorrer às autárquicas deste ano, caso o partido viabilize a recandidatura de Defensor Moura em Viana do Castelo.
"Não podemos continuar ao lado de alguém que tem denegrido a imagem do partido e dos seus representantes", referem aqueles autarcas, numa carta enviada a José Sócrates a que a Lusa teve hoje acesso.
A carta é subscrita pelos presidentes das câmaras de Vila Nova de Cerveira, Valença, Paredes de Coura, Ponte da Barca e Monção, todos eleitos pelo PS, ficando de fora o de Melgaço, Rui Solheiro, igualmente socialista.
"Só não assinei essa carta porque, como presidente da Federação Distrital do PS, avoquei o processo autárquico de Viana do Castelo e, como tal, achei que não devia misturar as coisas", disse, em declarações à Lusa, Rui Solheiro.
Os subscritores da carta acusam Defensor Moura de "insultar, injuriar e desrespeitar" os restantes presidentes de câmara eleitos pelo PS, o próprio partido, a Assembleia da República e o Governo, utilizando uma "linguagem desabrida" e promovendo uma acção "divisionista e provocatória".
Dizem ainda que esta atitude "absolutamente inqualificável" do autarca de Viana do Castelo atingiu o seu ponto alto durante o referendo à integração daquele concelho na Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima (CIM).
Contactados pela Lusa, os cinco autarcas escusaram-se a tecer qualquer comentário sobre a carta, alegando que se trata de um "assunto interno" do partido.
Defensor Moura sempre manteve um conflito latente com a Federação Distrital de Viana do Castelo, presidida por Rui Solheiro, e agora com o próprio partido a nível nacional, a propósito do referendo à integração do concelho na CIM.
Moura teceu fortes críticas à lei do associativismo municipal, criada e aprovada pelo Partido Socialista, alegando que foi "feita a martelo" e que é "chantagista, anticonstitucional e antidemocrática.
Na campanha para o referendo, também não poupou críticas ao líder distrital e ao alegado "clientelismo" no aparelho partidário do PS e aos próprios deputados socialistas eleitos pelo círculo de Viana do Castelo.
"Face às proporções que este conflito assumiu", a Federação Distrital do PS já garantiu a avocação do processo autárquico em Viana do Castelo, o que significa que o candidato será escolhido por aquele órgão e não pela Concelhia, que já manifestou apoio a Defensor Moura.
"Estou há 16 anos na liderança da Federação e esta é a primeira vez que vou pedir a avocação de um processo autárquico. A partir daí, cada um que tire as suas conclusões", sustentou Rui Solheiro, quando questionado sobre um eventual veto à recandidatura de Defensor Moura.
No documento que sustenta o pedido de avocação, a Federação acusa Defensor Moura de, a propósito do referendo, ter mantido um "desrespeito continuado pelas instituições democráticas, pelos partidos políticos, particularmente o Partido Socialista, e um insulto calunioso aos diferentes dirigentes, autarcas e deputados".
"O processo que envolveu o referendo, bem como o clima de injúria, ataque pessoal e político aos camaradas do partido, violaram os mais elementares princípios éticos, morais e políticos que fazem parte do nosso património colectivo e que os alto-minhotos sempre se habituaram a ver no PS ao longo dos últimos anos", refere o mesmo documento.
O presidente da Câmara de Viana do Castelo, Defensor Moura, tem-se sistematicamente recusado a pronunciar-se sobre este assunto, o que hoje também fez.
No dia do referendo, quando confrontado com a possibilidade de se recandidatar como independente nas próximas eleições autárquicas, Moura não descartou essa hipótese, dizendo apenas que esperava que os aparelhos partidários mudassem.
"Se não mudarem, logo se vê", disse.
1 comentário:
Não lhe perdoem ter ganho o referendo
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