Economia portuguesa vai recuar 3,5 por cento em 2009
(Público)14.04.2009 - 15h39 Vítor Costa
A confiança dos consumidores encontra-se em níveis mínimos históricos
O Banco de Portugal reviu hoje em baixa a previsão para a evolução da actividade económica em 2009, antecipando agora uma contracção de 3,5 por cento no Produto Interno Bruto (PIB). A instituição liderada por Vítor Constâncio revê assim em forte baixa a sua anterior estimativa que, tal como o Governo, previa uma contracção de apenas 0,8 por cento.
O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, tem já marcado para hoje às 16.30 horas uma declaração aos jornalistas para comentar as novas previsões do Banco de Portugal. "No contexto da maior crise financeira e económica mundial dos últimos 80 anos, também a economia portuguesa desacelerou de forma marcada em 2008, iniciando no segundo semestre um período re-cessivo que se antevê como o mais profundo e prolongado das últimas décadas", escreve o Banco de Portugal no Boletim da Primavera apresentado hoje pelo governador do Banco de Portugal.
A confirmarem-se estes valores, em 2009, a economia portuguesa entrará na recessão mais forte desde 1974 depois de no ano passado a economia já ter estagnado.
Para esta forte revisão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) contribuiu decisivamente a forte alteração das estimativas do Banco de Portugal em relação ao consumo das famílias. De facto, nas anteriores projecções, o banco previa um crescimento de 1,4 por cento no consumo privado, prevendo agora uma queda de 0,9 por cento.
Esta contenção resulta de “uma quebra significativa das despesas com a aquisição de bens duradouros, assim como um abrandamento da despesa em bens não duradouros”, escreve o Banco de Portugal.
Mais ainda se diz que haverá uma evolução “favorável do rendimento disponível real”, que irá beneficiar da “estagnação dos preços no consumidor” (descida de 0,2 do IHPC), mas por outro lado irá verificar-se a “deterioração das condições no mercado de trabalho, assim como pelo aumento da incerteza face aos níveis futuros de rendimento e riqueza das famílias, os quais tendem a induzir o adiamento das decisões de consumo”.
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