É a ideia mais clara e pertinente do mundo, a aplicar não só a Lisboa, como a todos os municípios onde uma coligação das Esquerdas permita derrotar as coligações das Direitas, como por exemplo no Porto, mas também Valongo! (PB)
12.04.2009 - 14h51 Lusa
Cerca de 170 personalidades encabeçam a petição a defender uma convergência de esquerda na candidatura a Lisboa nas eleições autárquicas, que será lançada segunda-feira, adiantou à Lusa um dos promotores da iniciativa, Paulo Fidalgo.
A petição "Apelo à Convergência de Esquerda nas Eleições para Lisboa" poderá ser subscrita através da Internet e será entregue aos partidos políticos e movimentos de cidadãos que concorrem às eleições autárquicas. O objectivo, disse Paulo Fidalgo, presidente da Associação Política Renovação Comunista, é "construir um projecto para a cidade, que tem de ser plural e que reúna as diversas forças". O promotor da petição estimou que o eleitorado lisboeta esteja dividido em três, repartindo-se cada terço entre a direita, o PS e a esquerda. "Pode haver um pequeno golpe de asa em que haja uma percentagem a mais que crie uma situação de voltar a colocar uma pessoa como Pedro Santana Lopes [candidato do PSD] à frente da Câmara de Lisboa", afirmou Paulo Fidalgo, sublinhando que "uma fragmentação da esquerda pode significar arriscar uma derrota" nas eleições. "Os lisboetas querem uma solução que previna os riscos", referiu, defendendo por isso que o acordo tem de ser pré-eleitoral, para não se dar o caso de a Câmara de Lisboa ter, depois, uma maioria de esquerda mas uma gestão de direita.
Mesmo antes de ter sido lançada, a petição conta já com 170 nomes "com muito peso", que se escusou a revelar, que aceitaram encabeçá-la, o que, para os organizadores, revela que a iniciativa terá "um impacto significativo". Segundo o Diário de Notícias, o prémio Nobel da Literatura e membro da lista da CDU às eleições europeias, José Saramago, vai subscrever a petição, enquanto o fadista Carlos do Carmo, figura ligada ao PCP, anunciou o seu apoio à iniciativa.
O presidente da Câmara de Lisboa e candidato do PS, António Costa, também já reiterou a sua "total abertura" a coligações de esquerda.
Questionado sobre as reiteradas rejeições do PCP a uma coligação com o PS antes das eleições, Paulo Fidalgo frisou que "ainda não é clara qual é a real divergência programática" entre os partidos, e sustentou que "a dinâmica eleitoral autárquica não tem de estar subordinada a cálculos nacionais". "Os eleitores têm maturidade para distinguir" as questões autárquicas das nacionais, disse o responsável, acrescentando: "é possível estar na oposição ao Governo PS e procurar um entendimento à esquerda em Lisboa". Segunda-feira, a petição será apresentada por uma mesa que integrará "personalidades da área do socialismo, do comunismo e do Bloco de Esquerda", cuja identidade Paulo Fidalgo se escusou a revelar.
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