Metro: Juntas querem linha do Campo Alegre enterrada
Presidentes da Foz, Nevogilde e Lordelo acreditam que o metro à superfície terá um impacto muito negativo
(JN) 3.4.2009 CARLA SOFIA LUZ
As juntas de Lordelo do Ouro, da Foz e de Nevogilde (Porto) recusam a linha de Campo Alegre à superfície, como prevê a Empresa do Metro. Os autarcas crêem que terá impactos muito negativos na circulação nas freguesias.
Os três presidentes, que vêem a circulação do metro pelo corredor do Campo Alegre como uma mais-valia, são unânimes na defesa do enterramento da linha na certeza de que a solução, defendida pela Metro, pode poupar alguns milhões a curto prazo, mas terá custos na qualidade de vida das populações. O traçado é à superfície na Via Nun'Álvares e na Rua de Diogo Botelho até Lordelo, junto às Condominhas.
"Não é uma obra para dois ou três anos. É um investimento para os meus netos e bisnetos. Se a linha for construída tal como está proposta, será um sacrifício enorme para a população. Terá impactos muito negativos e descaracterizará uma zona da cidade bem conseguida. O enterramento terá vantagens ao nível da velocidade de circulação do metro", sublinha Alberto Araújo Lima. O presidente da Junta de Lordelo realça que, para abrir espaço para o metro à superfície, terá de roubar-se terreno ao Parque da Pasteleira. "O mais chocante é a trincheira nas Condominhas. Ficará em frente à habitação e vai estrangular ainda mais a circulação viária numa zona onde, todos os dias, há um problema de trânsito grave por resolver e que serve de acesso à VCI. A trincheira será murada e criará espaços escondidos que poderá afectar a segurança no local", acrescenta o autarca.
Mesmo que o metro retire bastantes automóveis das freguesias, o presidente da Junta da Foz, Pinto Ferreira, não acredita que a Rua de Diogo Botelho reduzida a uma via em cada sentido seja capaz de dar resposta ao tráfego local.
"Não posso concordar que Diogo Botelho, que atravessa uma zona com grande densidade de escolas e populacional, deixe de ter estacionamento público e que a circulação de automóveis seja reduzida a uma faixa em cada sentido. Não é uma solução urbanística decente", remata. O autarca teme que o metro crie um "conflito brutal" e "divida a freguesia". O presidente da Junta de Nevogilde, João Luís Rozeira, recorda o movimento contra o primeiro projecto municipal da Via Nun'Álvares por dividir a freguesia.
"O atravessamento do metro à superfície será mais fracturante do que a avenida e é fácil enterrá-lo nessa zona", sublinha João Luís Rozeira. Os líderes das autarquias da Foz, de Nevogilde e de Lordelo partilham a convicção de que seria possível enterrar as composições na Via Nun'Álvares sem significativo acréscimo de custos, pois, na futura avenida, não seria necessário recorrer a uma tuneladora. "Criará, obrigatoriamente, pressão nos arruamentos secundários, porque a linha do metro não permite viragens à esquerda, e trará dificuldades de acesso a esta zona", argumenta o presidente da Junta de Nevogilde.
Reduzida a uma faixa em cada sentido e caso haja uma avaria ou um acidente na Rua de Diogo Botelho, as únicas alternativas de acesso a Nevogilde são a marginal e a Avenida da Boavista. A próxima sessão de informação dos representantes da Câmara do Porto na comissão, que dará parecer sobre o traçado da linha Ocidental, terá lugar às 21.30 horas do dia 16 no Centro Paroquial de S. Miguel de Nevogilde (Estúdio 400), situado na Rua Sá de Albergaria.
sábado, 4 de abril de 2009
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