terça-feira, 7 de abril de 2009

Ordem dos Médicos: troca de remédios de marca por genéricos é "guerra económica"
É hora do Governo avançar com a liberalização das farmácias, acabando com o monopólio dos alvarás, exigindo apenas a responsabilidade e qualificação técnicas. Estamos numa sociedade livre ou não? Quem quer proteger os interesses monopolistas do Dr. Cordeiro? Como foi possível ele tomar conta do negócio dos genéricos? Estamos com a Ministra da Saúde que tem toda a razão. O governo tem de estar com ela, contra a ofensiva provocatória do Dr. Cordeiro, assumindo as suas responsabilidades reformadoras! Enfrentando forças financeiramente poderosas é que se vê quem é reformador ou não é.(PB)
(Público) 07.04.2009 - 11h31 Lusa
O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Pedro Nunes, afirmou hoje que a troca de medicamentos prescritos pelos médicos por genéricos é uma "guerra económica" que envolve o monopólio das farmácias, os fabricantes dos medicamentos e o Governo.
Pedro Nunes reagia à iniciativa da Associação Nacional de Farmácias (ANF) de substituir, nas farmácias, os medicamentos receitados pelos médicos por genéricos mais baratos, mesmo contra a vontade dos clínicos.
O Ministério da Saúde garantiu, ontem, que não vai pactuar com esta medida e exigiu à ANF que tome medidas para repor a legalidade. "A Ordem dos Médicos avisou a opinião pública dos riscos de saúde que isso implica, mas isto é uma guerra económica que tem a ver com o monopólio [das farmácias], a autoridade da concorrência, os fabricantes dos medicamentos e o Governo, que é quem paga a factura", sublinhou à Lusa Pedro Nunes.
O bastonário da OM alertou ainda que se está "a assistir, essencialmente, à troca de genéricos por genéricos que dão mais interesse à farmácia, em vez de outro genérico de outra marca". "Estamos a assistir neste momento a uma campanha de desinformação", frisou o bastonário, afirmando que o presidente da ANF, João Cordeiro, "dirige um monopólio que já devia ter sido desfeito".
Pedro Nunes acrescentou que "não se compreende que haja mais de 10 mil farmacêuticos que querem ter uma farmácia e não podem porque há uma reserva de propriedade para mais de 900 comerciantes, alguns dos quais nem farmacêuticos são". "Isto é uma situação insustentável e que leva o país a ser capturado por alguém que depois determina que naquele seu monopólio só se vende a droga A ou a droga B", sustentou.

2 comentários:

ernesto disse...

Genérico, é um medicamento que por força da lei, passou a poder ser copiada a sua formula. Por isso, a composição do genérico, é igual ao medicamento de marca! Bem sei que o sr Cordeiro,(que raio de nome) não está nada preocupado com os doentes.Mas que diabo, porque é que o governo não trava este negócio? Para os da minha idade que foram militares, devem lembrar-se do célebre comprimido "LM", (era a aspirina copiada) este comprimido, era um dos muitos medicamentos que o laboratório militar copiava. Porque é que ministra da saúde não vai às compras, para os hospitais civis a este laboratório, acaba com o negócio ao sr Cordeiro?

Glória disse...

É a dificuldade dos portugueses não poderem comprar todos os medicamentos receitados pelos médicos, e como consequência diminuir os magníficos lucros das farmácias;

São as margens de lucro, com valores bem acima dos 70%, que os farmacêuticos colocam nos medicamentos de venda livre;

É o Pago 1 e Levo 2, campanhas promocionais desenvolvidas pelos laboratórios dos medicamentos genéricos, da qual os farmacêuticos obtêm a totalidade do lucro;

É a reserva de propriedade monopolista farmacêutica, que mantém este negócio de interesses lucrativos;

É a farmácia, que deveria se comportar como instituição de saúde pública, mas na realidade, só se preocupa, única e exclusivamente, com a sua extraordinária rentabilidade;

Mas afinal o que preocupa (move?) o presidente da ANF, Dr. João Cordeiro?