Obama arrisca tudo para vencer talibãs no Afeganistão (DN) 2.12.2009 HUGO COELHO
Presidente norte-americano anunciou ontem à noite, num discurso à nação, o envio de mais 30 mil soldados durante os próximos seis meses e explicou aos americanos qual o seu plano para acabar com a guerra.
Barack Obama anunciou ontem à noite (madrugada de hoje em Lisboa) o envio de mais 30 mil soldados para o Afeganistão. Após meses de especulação, a América ouviu o Presidente explicar porque o reforço é a solução para vencer os talibãs e pôr fim à guerra.
O envio de 30.000 soldados suplementares para o Afeganistão é "de um interesse nacional vital" para os Estados Unidos, declarou o presidente norte-americano, revelando que os reforços vão custar 30 mil milhões de dólares a Washington.
Obama anunciou a nova estratégia de guerra aos conselheiros domingo numa reunião na Casa Branca e deu ordens para que seja posta em prática. O New York Times noticiava ontem que os reforços serão destacados nos próximos "seis meses", muito mais rápido do que era esperado.
Em Março, o Presidente já tinha ordenado o envio de 21 mil homens para a guerra. Os novos reforços elevarão o contigente dos EUA para cerca de cem mil soldados. Desde que chegou à Casa Branca, há menos de um ano, Obama duplicou o número de tropas americanas no Afeganistão.
Num discurso na Academia Militar de West Point, o Presidente repetiu que a "guerra é necessária" e que os reforços são o caminho mais curto para sair dela. Com esta aparente contradição Obama passou ao mesmo tempo recados para amigos e inimigos.
Aos democratas (do seu partido) e aliados estrangeiros, acena com a retirada. Aos republicanos conservadores e aos inimigos talibãs garante que não desistirá.
Ontem o Presidente não se comprometeu com prazos de retirada, mas a Casa Branca deixou claro que não haverá outros oito anos de guerra. "O nosso tempo é limitado. As pessoas vão perceber isso," disse o porta-voz Robert Gibbs.
A Casa Branca passou os últimos três meses a rever a estratégia para conter a insurreição talibã fez um número de baixas recorde nas forças americanas no último ano. Contra a opinião do vice-presidente Joe Biden, Obama decidiu responder ao reforço de tropas pedido pelo comandante das forças no Afeganistão, o General Stanley McChrystal.
A estratégia é semelhante à seguida por George W. Bush no Iraque em 2007 e contra a qual Obama votou enquanto senador, pelo Ilinóis, no Congresso. Os objectivos principais é o de impedir o regresso em força da Al-Qaeda ao Afeganistão, enfraquecer os talibãs e mantê-los fora do poder.
As forças americanas vão ser concentradas nos centros populacionais que os rebeldes controlam e onde têm mais poder como Kandahar, no sul, e Khost, no leste. Ao mesmo tempo, será dada prioridade à formação da polícia e exército afegãos. Actualmente as forças afegãs controlam apenas a zona da capital, Cabul. A ideia de Washington é entregar-lhes o poder província a província, durante os próximos anos.
Além do combate, Washington tentará aliciar os talibãs moderados com empregos nas forças de segurança e vai canalizar ajudas directamente para as regiões ou para os ministérios, evitando assim a corrupção do poder central.
Segunda-feira, ainda antes de anunciar os seus planos aos americanos, Obama telefonou aos aliados para pedir o envio de mais cinco a dez mil reforços. Até agora, só o Reino Unido prometeu enviar 500 homens. Sexta-feira, a secretária de Estado Hillary Clinton deverá repetir o apelo numa reunião da NATO, em Bruxelas.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
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4 comentários:
Mais um episódio de "A Guerra e a Paz do Prémio Nobel"!
no 20º aniversário da queda do muro de Berlim, ora bolas!
Não fosse o nobel talvez fossem para lá o dobro dos soldados.. enfim, festeja-se em guerra, ou melhor dizendo, festeja-se a guerra
Obama, cabrão, tira as patas do Afeganistão!
E Manda pra lá o Béria Santos Silva que foi dado por incapaz intelectualmente para o serviço militar
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