terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O PS deve tomar rapidamente a atitude de apoiar a candidatura socialista de Manuel Alegre, antes que, por força da sua ausência, a presença dos outros partidos de esquerda tome um peso tão notório, que desvirtue o projecto centro-esquerda que é, como sempre foi, o de Manuel Alegre, até porque é o único projecto que pode vencer a eleição presidencial.
Se o Projecto de Alegre fosse um projecto esquerdista como os direitistas e a direita querem fazer crer, ele teria saído o ano passado do Ps e teria constituído um novo Partido. A actual direcção do PS tem a agradecer a Alegre, entre muitas outras coisas, o facto de ter forçado alteração da forma de conduzir a política da saúde, fazendo parar a contestação que se generalizava. Se tivessem ouvido Alegre em relação à educação não tinham perdido os votos que perderam numa guerra que perderam inteiramente e sobretudo fizeram os alunos perder. É preciso é que a actual direcção do PS assuma em tempo útil, isto é já, as suas responsabilidades, não se deixe estar refém da nesciência política de pessoas como o Eng. Técnico José Lello, e não asneire como na última presidencial, tanto no conteúdo, como na forma, como no calendário (P.B.)

6 comentários:

Pedro Aroso disse...

Caro Pedro Baptista

Será que o Manuel Alegre sabe que o seu (dele) projecto é de centro-esquerda? E se sabe, porque motivo insiste em apresentar-se como o "candidato das esquerdas"? Não será o Pedro Baptista que está a desvirtuar a potencial clientela? Manuel alegre está refém do Bloco de Esquerda, porque se colou a essa gente e agora é tarde para lhes virar as costas. Embora eu seja um social-democrata, de formação centro-esquerda, jamais votarei no mesmo candidato apoiado pelos cretinos responsáveis pelo PREC, que tanto atrasou o desenvolvimento do nosso país.

RENATOGOMESPEREIRA disse...

Manuel Alegre tem que se apresentar ao eleitorado de modo diferente...se quer efectivamente ser presidente da república, o que quer dizer o presidente de TODOS os Portugueses...e não apenas só de alguns...os demais portugueses que não são de "esquerda" não são BUGS ou virus, que se descartem ou se eliminem... terá que reformular o seu pensamento e dar o Golpe de Rins necessário ou seja a abrangência do centro "direita" se é que adireita existe em Portugal com representação parlamentar...o que acho que não... A direita será o PNR eoutros similares...???

AM disse...

Meus caros

Apesar de já ter afirmado (e manter) que Alegre não me convence, é para mim mais do que evidente que entre Alegre e Cavaco a escólha é obvia e só pode ser Alegre.

Não vejo onde estará o problema de Alegre ser o candidato da esquerda ????

Cavaco foi e será o candidato da direita e isso não faz qualquer engulho ao Pedro Aroso?

Alegre é apoiado pelo BE, sim, e onde está o problema?

Cavaco não é apoiado pelo CDS/PP? e pelo PSD?

Onde é que essa gente merece mais respeito do que os militantes do BE?

Será que os militantes e os dirigentes do CDS/PP, do PS, do PSD, do PS ou até do PCP são mais honestos ou mais sérios (intelectual e politicamente, mas não só) do que os do BE????????

Um ano ou ano e meio de PREC é que atrasou o desenvolvimento do país , Pedro Aroso????????

Olhe que eu sempre me convenci que tinham sido os mais de quarenta de fascismo e ditadura, os mais de 500 de colonialismo, os 800 ou coisa que o valha de monarquia, já para não falar dos 2.000 de cristianismismo, in(anti)cultura e obscurantismo.

Convém ter alguma seriedade quando se atiram pedras a um candidato por razões que não fazem qualquer sentido e não passam de preconceitos primaríssimos.

Apesar da vacuidade que vejo e lastimo em Alegre, quando comparado com a vergonhosa nulidade que é Cavaco, Alegre chega a parecer brilhante...

Perdoem-me a veemência mas quem me conhece sabe que nada tenho a ver com o BE nem sequer com o PS, sabe bem que não votarei nem num nem noutro, pois não me reconheco neste sistema, mas há mínimos que tem que ser garantidos para a discussão ser séria, de outra forma nem vale a pena o Pedro Baptista escrever as suas "postas" nem os "marretas" vir aqui comentá-las, para rafeirice vão ao "Blasfémias".

Um abraço
António Moreira

Pedro Aroso disse...

António Moreira
Não tenho dúvidas que foram Salazar e os 48 anos de fascismo os principais responsáveis pelo atraso na modernização do nosso país. No entanto, os prejuízos causados PREC ainda hoje se fazem sentir. Veja aquilo que aconteceu em Espanha, na altura bastante mais pobre do que nós. A sua transição da ditadura para a democracia fez-se sem convulsões, por isso aproximou-se muito mais depressa dos padrões de vida europeus.
Em relação a Cavaco, não me parece que tenha sido a direita a elegê-lo pois, se assim fosse, seria maioritária em Portugal. Seja como for, Cavaco tem sido para mim uma desilusão. É necessário encontrar uma alternativa que mereça o consenso dos partidos democráticos (PS, PSD e CDS). Essa deve ser a grande aposta de José Sócrates. Manuel Alegre assumiu-se como o "candidato das esquerdas", por isso está completamente fora de questão.

jesui disse...

Para Pedro Aroso o PS não é um partido de esquerda; é a sua "visão".
Mas para os socialistas,o PS é e será sempre o "maior" partido de esquerda.
Parabéns a António Moreira, pelo seu extraordinário comentário.
Realmente só não percebe quem é nescio ou pior do que cego...porque não quer ver.

Anónimo disse...

Estou de acordo com António Moreira e não com Pedro Aroso, sobre as verdadeiras causas do atraso social e económico do país: deve-se aos 48 anos de fascismo ou, para os mais sensíveis, de regime "autoritário". P. Aroso também não tem razão ao referir que em meados dos anos 70 a Espanha estava mais atrasada (e era mais pobre) do que Portugal. É claro que o "famigerado" PREC causou alguns engulhos aos sectores monopolistas que até então (se) governavam em Portugal. No entanto, permita-me aludir só a dois aspectos, dignos de história contrafactual:
1 – Não me parece que esses sectores pudessem contribuir para o desenvolvimento do país se não tivessem sido afectados pelo PREC (ou seja, numa transição à la espanhola); a sua lógica económica era a de expoliação das riquezas das colónias em proveito próprio e, no "Continente" uma prática de exploração desenfreada da mão-de-obra operária, sem qualquer interesse no investimento e na modernização das empresas que possuíam (com escassas excepções). Basta ver a série de falências pós 25A, que se deveram fundamentalmente a empresas descapitalizadas e tecnologicamente obsoletas e não às malfeitorias do PREC (para além de que, quanto a este, não nos esqueçamos que uma revolução - ou processo revolucionário - não é um convite para jantar).

2 - Esses "artistas" da finança e da indústria que hoje por aí pupulam - alguns deles são os mesmos do antigamente que, entretanto, recuperaram os negócios com o apoio dos governos "democráticos" - não têm manifestado qualquer interesse em desenvolver economicamente o país, mas apenas as suas contas bancárias. Basta ver os sectores em que apostam: banca, distribuição e construção civil, vulgo, "obras públicas" com as garantias prévias do Estado. Ou seja, jogam sempre pelo seguro. Acho piada quando falam em "espírito empresarial". O Schumpeter deve dar voltas no túmulo. Para não falar daquele grupito, muito neo-liberal, que reclamava espaço de intervenção para a iniciativa privada para que as empresas nacionais se pudessem afirmar e o seu núcleo estratégico se mantivesse em mãos portuguesas e, à primeira oportunidade, vendem o estaminé aos espanhóis. Como alguém já disse nos comentários deste "post", isto só lá vai num outro quadro político e institucional.