terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Plano do Governo criou pouco mais de 40 mil empregos em 2009
19.01.2010 - 07h35 (Público) Inês Sequeira, João d´Espiney
Número de desempregados inscritos no IEFP subiu 26,1% em 2009
Apenas pouco mais de um décimo dos beneficiados pelas medidas excepcionais do programa de Iniciativa para o Investimento e o Emprego 2009, lançado pelo Governo em Fevereiro passado para combater a crise no mercado laboral, conseguiram ter acesso a um posto de trabalho durante o ano passado.
E do total de 413.016 pessoas abrangidas por este plano - que compreendia algumas medidas excepcionais e outras já existentes - praticamente metade (194.529) foram beneficiados em casos de manutenção dos respectivos postos de trabalho, através da medida que prevê a redução em 3 pontos percentuais das contribuições para a Segurança Social a cargo do empregador, em micro e pequenas empresas para trabalhadores com mais de 45 anos.
Esta são duas das conclusões que se podem retirar do último relatório de execução das medidas da responsabilidade do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, que hoje vai ser debatido entre os vários parceiros sociais em reunião com a ministra Helena André.
De acordo com o documento ontem distribuído pelo Governo aos vários parceiros sociais, a que o PÚBLICO teve acesso, um total de 42.839 desempregados e jovens portugueses foram abrangidos por medidas de que resultaram na criação efectiva de postos de trabalho: cerca de 33 mil desempregados foram integrados em instituições não lucrativas; 1335 foram beneficiados no âmbito dos apoios à contratação de desempregados de longa duração e de desempregados com mais de 55 anos; 15 receberam apoios para a criação da sua própria empresa (este número é referente apenas a Novembro e Dezembro, mas os centros emprego chegaram a receber mais 179 interessados cujos processos ainda estão a decorrer) e 8454 foram apoiados através da medida que prevê o pagamento de 2000 euros às empresas que contrataram jovens, acrescido de isenção de dois anos da Taxa Social Única.
Somando a este número os desempregados que beneficiaram de apoios já em vigor para a criação da própria empresa, o número sobe para 48.438.
Contas feitas, este número corresponde a 13,7 por cento dos 310.864 portugueses que são identificados pelo Governo como tendo sido abrangidos pelas diversas medidas excepcionais do programa.
Os dados do Ministério do Trabalho revelam ainda que 12.588 jovens licenciados foram beneficiados com estágios profissionais em áreas de baixa empregabilidade (os estágios em vigor abrangeram mais 17249) e o novo Programa de Estágios Qualificação-Emprego, destinado a desempregados, independentemente da idade, que melhoraram as suas qualificações, beneficiou 1704 pessoas.
A medida de apoio excepcional a empresas e trabalhadores em situação de redução temporária de actividade (lay-off) ajudou 9474 pessoas. Já o prolongamento do subsídio social de desemprego por mais seis meses beneficiou 44.730 desempregados.
O ano de 2009 foi um dos anos mais negativos de que há memória para o mercado de trabalho português. Com a economia em forte recessão, a perda de empregos aconteceu a um ritmo poucas vezes visto. De acordo com os dados ontem publicados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), entre Dezembro de 2009 e o mesmo mês do ano anterior, o número de desempregados inscritos passou de 416 mil para 524 mil, ou seja, mais 108 mil desempregados (26,1 por cento).
A boa notícia vinda do relatório do IEFP é a existência de um abrandamento do crescimento do desemprego registado no último mês do ano. Face a Novembro, a variação deste indicador é de 0,2 por cento, ou seja, um aumento de cerca de 1000 desempregados. Em declarações à Lusa, o secretário de Estado do Emprego, Valter Lemos, sinalizou a "estabilização" do número de inscritos em Dezembro. "Parece-me claro que estamos numa trajectória que manifestamente é de saída dos números negros que tivemos durante 2009. A curva está claramente a inverter-se", afirmou. Nos jovens, o aumento do desemprego foi de 20,5 por cento e, no que toca à duração, os inscritos há menos de um ano registaram um crescimento de 27,6 por cento, enquanto que os desempregados de longa duração assinalaram um acréscimo de 23,3 por cento.

1 comentário:

Manuel Martins disse...

Falhançºo total da política de emprego, social e financeira, deste governo. É preciso outra política. É por isso que é preciso outro Presidente da República. Com Cavaco-PSD será mais do mesmo. Com um PS direitista mais do mesmo também. É preciso atalhar o problema social de outra maneira.