Casa reconstruída de Antero de Quental abre em Junho
(JN) 12.4.2009
Reforçar ligação da cidade às artes esteve na base de projecto de requalificação do lar do escritor.
A casa onde Antero de Quental viveu em Vila do Conde, durante 10 anos, foi reconstruída segundo um projecto do arquitecto Maia Gomes. Está a ser recuperada pela Câmara e vai abrir ao público a partir do próximo mês de Junho,
A intervenção do imóvel, situado no coração da cidade e junto ao largo que tem o nome do escritor, está a ser feita pela Câmara Municipal, num investimento que ronda os 500 mil euros.
Segundo o arquitecto Maia Gomes, o interesse pela recuperação deste espaço surge reforçado pelo facto de Vila do Conde ser uma cidade "intimamente ligada à literatura, às artes e à pintura", através de pessoas que "por cá passaram, viveram ou nasceram e viram este local como fonte de inspiração". Nomes como José Régio, Ruy Belo e, mais recentemente, Valter Hugo Mãe provam, segundo Maia Gomes, que "Vila do Conde é uma terra de tradição literária".
Foi com o intuito de "seguir esta política, que visa realçar as coisas importantes e potenciar os criativos locais" (onde se inclui Antero de Quental), que a edilidade decidiu adquirir e requalificar o imóvel", explicou o arquitecto."Vila do Conde enriqueceu-se com a sua presença e o próprio escritor também viveu aqui os momentos mais felizes da sua vida", frisou.
A requalificação foi complicada, porque o imóvel teve que ser demolido e reconstruído. É que, há muitos anos, havia sido alvo de "uma intervenção que o descaracterizou e, quando a Câmara o adquiriu, quis aproximá-lo, o mais possível, ao que era à época de Antero", disse o arquitecto à Lusa. A obra está agora em fase final de construção, faltando apenas a instalação do espólio e mobiliário.
Maia Gomes considera que o espaço não é grande e até o define como tendo uma "dimensão 'quase doméstica', mas, e dentro desta disponibilidade física, vão ser criados espaços de exposição, um pequeno auditório e uma biblioteca a instalar na antiga torre", um dos locais mais atractivos da casa.
O acesso a essa torre, é feita através de uma escada, em espiral, que termina numa janela com vista para o núcleo antigo da cidade, uma ideia inspirada no escultor russo, Vladimir Tatlin. A espiral tem a forma de estante e poderá representar, por exemplo, "a subida para o conhecimento", uma vez que ali ficarão aquartelados mais de 5000 livros", elucidou.
"Existe a expectativa que tudo o que diga respeito a Antero, e que está um pouco disperso", se possa reunir neste local", à semelhança do que está a acontecer em Ponta Delgada, a terra natal de Antero.
Dentro da casa, há um outro espaço que merece também ser realçado: o jardim. Aliás, Antero de Quental conta, numa das cartas escritas a um amigo, que pretende libertar aquela zona da função de horta e transformá-la, colocando ali "duas laranjeiras, um pessegueiro, plumas, um morangueiros e uma ramada". O jardim está a ser ordenado tal e qual esta descrição.
(JN) 12.4.2009
Reforçar ligação da cidade às artes esteve na base de projecto de requalificação do lar do escritor.
A casa onde Antero de Quental viveu em Vila do Conde, durante 10 anos, foi reconstruída segundo um projecto do arquitecto Maia Gomes. Está a ser recuperada pela Câmara e vai abrir ao público a partir do próximo mês de Junho,
A intervenção do imóvel, situado no coração da cidade e junto ao largo que tem o nome do escritor, está a ser feita pela Câmara Municipal, num investimento que ronda os 500 mil euros.
Segundo o arquitecto Maia Gomes, o interesse pela recuperação deste espaço surge reforçado pelo facto de Vila do Conde ser uma cidade "intimamente ligada à literatura, às artes e à pintura", através de pessoas que "por cá passaram, viveram ou nasceram e viram este local como fonte de inspiração". Nomes como José Régio, Ruy Belo e, mais recentemente, Valter Hugo Mãe provam, segundo Maia Gomes, que "Vila do Conde é uma terra de tradição literária".
Foi com o intuito de "seguir esta política, que visa realçar as coisas importantes e potenciar os criativos locais" (onde se inclui Antero de Quental), que a edilidade decidiu adquirir e requalificar o imóvel", explicou o arquitecto."Vila do Conde enriqueceu-se com a sua presença e o próprio escritor também viveu aqui os momentos mais felizes da sua vida", frisou.
A requalificação foi complicada, porque o imóvel teve que ser demolido e reconstruído. É que, há muitos anos, havia sido alvo de "uma intervenção que o descaracterizou e, quando a Câmara o adquiriu, quis aproximá-lo, o mais possível, ao que era à época de Antero", disse o arquitecto à Lusa. A obra está agora em fase final de construção, faltando apenas a instalação do espólio e mobiliário.
Maia Gomes considera que o espaço não é grande e até o define como tendo uma "dimensão 'quase doméstica', mas, e dentro desta disponibilidade física, vão ser criados espaços de exposição, um pequeno auditório e uma biblioteca a instalar na antiga torre", um dos locais mais atractivos da casa.
O acesso a essa torre, é feita através de uma escada, em espiral, que termina numa janela com vista para o núcleo antigo da cidade, uma ideia inspirada no escultor russo, Vladimir Tatlin. A espiral tem a forma de estante e poderá representar, por exemplo, "a subida para o conhecimento", uma vez que ali ficarão aquartelados mais de 5000 livros", elucidou.
"Existe a expectativa que tudo o que diga respeito a Antero, e que está um pouco disperso", se possa reunir neste local", à semelhança do que está a acontecer em Ponta Delgada, a terra natal de Antero.
Dentro da casa, há um outro espaço que merece também ser realçado: o jardim. Aliás, Antero de Quental conta, numa das cartas escritas a um amigo, que pretende libertar aquela zona da função de horta e transformá-la, colocando ali "duas laranjeiras, um pessegueiro, plumas, um morangueiros e uma ramada". O jardim está a ser ordenado tal e qual esta descrição.
1 comentário:
Se o Antero voltasse, lhe mostrassem o seu Partido Socilista e lhe dissessem que o Sócrates era o Secretário-Geral... matava-se outra vez!
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