sábado, 18 de abril de 2009

Enterrar metro custa mais 20 milhões (10% do total)
(JN) HUGO SILVA 18.4.2009
Enterrar o o metro entre Matosinhos e as Condominhas, no Porto, aumentará 20 milhões de euros o preço da Linha do Campo Alegre. "Menos de 10% do custo total", contabilizou a Comissão de Acompanhamento da Câmara.
Os números foram apresentados por Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto e membro da Comissão, aludindo aos valores indicados pelo presidente da Metro do Porto, Ricardo Fonseca, em entrevista ao JN: a diferença de custos entre um quilómetro à superfície e um quilómetro enterrado através do sistema "cut and cover" (sem tuneladora) é de oito milhões.
Na terceira e última sessão pública de esclarecimento sobre o projecto da Linha do Campo Alegre, em Nevogilde, os membros da comissão nomeados pela Câmara reiteraram críticas ao troço à superfície, defendendo o enterramento da linha. Que só faria subir a factura de 320 milhões para 340 milhões, disse Rui Moreira.
"Será que investir 20 milhões no Porto não é investimento público?", questionou Pedro Mendes, um dos muitos participantes no debate. A maioria também defendeu o enterramento da linha.
"Não há um centavo gasto em expropriações", acrescentou Lino Ferreira, vereador do Urbanismo e também membro da comissão.
"Se tivermos em conta o que o metro de Lisboa gasta em cada quilómetro, não temos dúvida absolutamente nenhuma de que o enterramento não acarreta custos significativos", acrescentou.
O problema mais complicado continua a ser a passagem na zona do Fluvial. A comissão critica a estação no meio de uma rotunda e o emaranhado de ligações viárias. Propôs "puxar" a plataforma para o lado do Parque da Pasteleira. Nesse sentido, a projectista do espaço verde, Marisa Lavrador, vai ser consultada. Também o arquitecto Sidónio Pardal será ouvido sobre a forma de atravessamento do Parque da Cidade. O projecto prevê a construção de um segundo viaduto para a passagem da Linha do Campo Alegre.
Rui Moreira revelou, ainda, que também foram pedidos estudos adicionais à empresa Tremno, de Álvaro Costa, sobre o projecto, designadamente a passagem por Diogo Botelho.
Os membros da comissão nomeados pela Autarquia (há mais três, designados pela Metro) alertaram, porém, que não querem prolongar demasiado a discussão, para que depois a Câmara não seja acusada de impedir o lançamento do concurso global para as linhas da segunda fase na data prevista (Setembro próximo).
Lino Ferreira afirmou que a Metro do Porto tem vindo a mostrar abertura à posição da Câmara e voltou a lembrar que, na entrevista ao JN (publicada anteontem), o próprio presidente da empresa admitiu que poderá avançar-se para o enterramento da linha, em nome do consenso. Ricardo Fonseca afirmou que não será possível impor uma solução contra a vontade do Município.

1 comentário:

Anónimo disse...

Qual é problema..enterrem a linha e que vá até Diogo Botelho.
ou só Lisboa é que MILHÕES.