Pedro Baptista
Foi ontem anunciado o acordo de coligação da Direita para a Câmara e Assembleia Municipais do Porto em torno de Rui Rio. E a Esquerda? A Esquerda não, a Esquerda é superior a coligações e nela, o PS é particularmente superior. Segundo o Presidente da Federação Distrital, o PS não se pode humilhar a propor uma coligação correndo o risco de outros partidos não aceitarem até porque está convencido que vai ganhar sozinho.
Quando é exactamente o contrário: se o Partido Socialista-Porto propuser uma coligação da Esquerda aos outros dois partidos, susceptível de se alargar aos diversos movimentos cívicos existentes na cidade, quem recusar a coligação, se o fizer, é que fica mal na fotografia, pois todos os eleitorados dos partidos de Esquerda percebem que a coligação de Esquerda é o caminho seguro para vencer Rui Rio.
Donde, caso recusassem, e, infelizmente, mantivessem a recusa debaixo de pressão, seriam penalizados, e o PS e sobretudo a cidade seriam beneficiados.
Por outro lado, também não se percebe como a candidata à Câmara, que, segundo as notícias que vão transparecendo, faz questão de impor a sua vontade em praticamente todos os assuntos, não toma uma posição (posição mesmo) sobre o tema.
Uma lista à Câmara e Assembleia Municipais, além de ter por si a maioria absoluta e lançar uma grande movimento de optimismo na cidade em torno da novel presidente, seria enriquecida com alguns dos excelentes quadros dos outros partidos de Esquerda garantido no PS, sempre susceptível de derivas de direita, uma coerência de Esquerda.
Todavia, alguns poderão antever aqui o principal engulho da estratégia coligacionista de Esquerda: o facto das listas terem de ser negociadas em cima da mesa tripartida e ninguém poder impor o seu núcleo de amigos pessoais fora da negociação partidária. Será este o principal factor que leva a este ensurdecedor silêncio em relação à coligação de Esquerda e à vitória segura no Porto?
Nem venham tentar virar o bico ao prego. O discurso competitivo entre os três partidos de Esquerda vai tornar-se, certamente, mais acirrado; mas isso é a consequência e não a causa da inexistência de uma Coligação de Esquerda cuja iniciativa teria necessariamente de partir do partido eleitortalmente mais forte, ou seja, do Partido Socialista.
2 comentários:
Caro Pedro
200% de acordo.
Apesar da (quase) excelência da candidata a vitória seria provável com a coligação à esquerda e a derrota quase certa sem a coragem de o PS dar esse passo.
Já agora ligando dois "postes".
E porque não a Elisa Ferreira em sede de campanha propor o Porto como mais uma (já não será a primeira, mas que importa?) Codade Amti Tourada?
Eu sei que o Pedro, e os nossos Amigos, não são bem "deste" PS, mas ainda tem peso suficiente para influenciar positivamente.
Um abraço do amigo
António Moreira
Infelizmente o Presidente da FDP não está sozinho a pensar que o PS deve ser superior a tentar coligações de esquerda. Mas o que mais me baralha é a posição da candidata à CMP falar numa coligação com a cidade e não avançar concretamente com um convite aos partidos de esquerda. O argumento de que eles não querem, não colhe, pois o convite ainda não foi explícito.
Tem razão o Pedro Baptista, e quando saírem os resultados é que todos vão ralhar, mas quem vai governar são os outros. E a candidata em Bruxelas...
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