sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Deputados contra cortes nas despesas
(JN) 30.10.09 RITA JORDÃO
Dezenas de deputados britânicos demonstraram o seu choque perante as propostas de corte nas despesas pagas pelo Estado. A revisão do sistema foi encomendada após o escândalo ter rebentado nos jornais.
Inúmeros deputados foram obrigados a pagar ao Estado as despesas ilegalmente apresentadas e o Parlamento enfrenta agora cortes gerais nas despesas relacionadas com a função dos deputados, incluindo os custos com segundas residências e viagens em primeira classe. A contratação de familiares para cargos de assessoria - uma prática utilizada por cerca de 200 deputados - poderá ser também proibida.
As propostas feitas por Chistopher Kelly serão oficialmente apresentadas ao Parlamento, a 4 de Novembro, mas vários detalhes foram publicados nos jornais britânicos, enfurecendo deputados que prometem contestar as propostas. Uma das alterações mais polémicas afecta as dezenas de representantes no Parlamento que apresentaram a demissão nas semanas que se seguiram à publicação das despesas por parte do diário "Daily Telegraph". Segundo os planos de Kelly, as atribuídas a deputados que se demitem ou perdem os seus lugares no Parlamento vão ser reduzidas dos actuais 70 mil euros para cerca de 10 mil.
Segundo o primeiro-ministro, Gordon Brown, as medidas não serão sujeitas à aprovação parlamentar. Para uma rápida implementação, afirmou Brown, as mudanças serão anunciadas no próximo dia 4 e entregues à Autoridade Parlamentar Independente que porá em prática.
Entre os muitos deputados revoltados com as medidas, o conservador Charles Walker ameaçou encerrar o escritório parlamentar para trabalhar a partir de casa e do escritório do seu círculo eleitoral. A ameaça surgiu como resposta à proposta de acabar com as segundas residências para deputados cujos círculos estão a menos de uma hora de Londres. Outros deputados defenderam que as medidas são irrealistas e acusaram Kelly de injustiça para com familiares de deputados que, alegam, trabalham honestamente.
As críticas surgiram no mesmo dia em que o antigo subsecretário de Estado Tony McNulty foi obrigado a pedir desculpa ao Parlamento e a pagar mais de 15 mil euros ao Estado por ter reclamado mais de 65 mil euros por uma segunda residência que era, na realidade, a casa onde viviam os seus pais.
Isto às vezes até parece que vai... Quem sabe se uma destas décadas, por pressão da opinião pública, ou seja, do poder do povo, ainda vamos viver em democracia na Europa... Até no ex-reino de Inglaterra onde se descobre finalmente a cáfila da "classe" ( em Inglaterra em sentido literal) que se ocupa do exercício político...(PB)

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