sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Expulsões abrem guerra no PS Porto: Narciso fala em "crimes estatutários"
(GRANDE PORTO) João Queiroz 23-10-2009
Continua quente o ambiente no seio do PS Porto. A decisão da distrital de expulsar os 147 militantes socialistas que apoiaram candidaturas independentes em Matosinhos, Valongo e Porto nas últimas autárquicas está a gerar contestação em algumas sensibilidades do partido que exigem “coerência” e “igualdade” na aplicação dos estatutos.
O líder da distrital, Renato Sampaio, diz que está a cumprir as regras, mas Narciso Miranda, um fala em “crimes estatutários”. O antigo presidente da Câmara de Matosinhos e candidato derrotado nas últimas autárquicas pelo movimento “Matosinhos Sempre”, fará hoje uma “declaração relevante” sobre aquilo que designa por “crimes estatutários”. Narciso é, um dos dissidentes de uma lista de 89 militantes do concelho que já seguir para a Comissão Federativa de Jurisdição, tal como Pedro Tabuada, candidato à Junta de Freguesia de Leça da Palmeira, que questiona o “oportunismo” da decisão: “Não compreendo como vêm agora invocar os estatutos, quando a própria Concelhia Política de Matosinhos os violou grosseiramente quando decidiu avocar a escolha do candidato à Câmara de Matosinhos, sem ouvir os órgãos competentes, quando se perspectiva, pela primeira vez, a maior divisão na Concelhia quanto à escolha da candidatura”. Pedro Tabuada contesta ainda a “igualdade” de tratamento dos militantes. “Manuel Alegre candidatou-se à Presidência da República contra o partido e quebrou por diversas vezes a disciplina de voto na Assembleia da República, mas não foi expulso. Isto é a justiça da conveniência”.
Maria José Azevedo, que integra a lista de 53 socialistas de Valongo que enfretam processos de expulsão, considera que a decisão é uma tentativa de “desviar as atenções dos resultados do partido no distrito”, nomeadamente em Valongo. “Renato Sampaio não foi competente para segurar o resultado conseguido em 2005, e teve de dizer aquilo antes de uma reunião que previa que não lhe iria correr bem”.
Baptista ao ataque na reunião da distrital
O processo de expulsão de militantes foi um dos temas fortes da reunião da distrital socialista, na última terça-feira.
Pedro Baptista, que concorreu contra Sampaio nas últimas eleições para a distrital, foi a voz mais crítica da sala. “Espanta-me que o presidente da Distrital que avocou a elaboração das listas para a Câmara do Porto e para a Assembleia Municipal, sem serem aprovadas pelos órgão competentes, venha invocar os estatutos para expulsar militantes do partido. Isto é uma forma de encobrir as suas próprias responsabilidades”, acusou o dirigente.

5 comentários:

Anónimo disse...

Renato Sampaio diz que é amigo do Sócrates há muitos anos e que não se demite e que até pensa em recandidatar-se para novo mandato quando chegar o tempo certo.
Afirma que foi o melhor resultado dos últimos 20 anos.
Podem falar, ameaçar e dizerem o que quiserem que os Estatutos vão ser cumpridos com rigor.
Com um homem assim que se há-de fazer?

Paulo Rocha disse...

Os militantes do partido têm que entender que há determinadas obrigações de militância.

O mínimo exigível, em situações de oposição ao seu próprio partido, seria o pedido de suspensão prévia da militância.

Ora, isto não acontecendo, será perfeitamente normal a instauração de processos disciplinares. O contrário é que seria inadmissível.

Apesar de esta ser uma questão eminentemente jurídica tem, naturalmente, incidência e contornos políticos.

RENATOGOMESPEREIRA disse...

Discordo de si Paulo...não se esqueça que o Ps tem dentro dos seus próprios estatutos a figura do independente, e aceita mesmo a imanência do independente notório ou independente eleito dentro de certos orgãos do partido e com direito de voto...e esse independente ´~ao tem o estatuto do militante e goza muitas vezes de mais prerrogativas do que o próprio militante..havendo alguns que até condicionam actividade do partido...e o seu Timing...e bem..pois o ps é abrangente na maneira depensar e agir... agora seria desonesto por parte das cúpulas permitir e apoiar independentes cuja alma socialista é de questional e punir e purgar socialistas convictos e cuja alma socialista está provada em todo o sentido...E isso não tem aver com leis, regulamentos e normas mas sim com a ética e claro com a Justiça que tudo abrange...

Paulo Rocha disse...

Caro RenatoPereira,

Sabendo nós que os partidos políticos, se distinguem do outro tipo de associações, exactamente, por serem organizações que têm como objectivo central a luta pela conquista, manutenção e exercício do poder onde quer que este seja disputado por eleições competitivas.

Ora segundo esta definição da ciência política, dificilmente será admissível a existência, dentro do partido, de militantes que objectivamente vão contra a própria essência dos partidos.

Anónimo disse...

então a busca de independentes não é contra amilitancia?