(JN) 24.10.09
O primeiro-ministro deu a conhecer ao país, anteontem, as caras dos governantes que o acompanharão na aventura do XVIII Governo Constitucional. O país - o país político, claro - agradece. Finalmente, há matéria para comentar e espaço para ocupar nas televisões, rádios e jornais: a bomba de oxigénio da classe. Não fosse o PSD encontrar-se em frangalhos e estavam reunidas todas as condições para o tiro de partida de uma legislatura que se adivinha animada. Assim, há que esperar mais um bocadinho, pelo menos até que os sociais-democratas terminem o exercício autofágico em que alegremente mergulharam.
O que se pode dizer do novo Governo? Pouco, para já. Porque há apenas uma evidência: Sócrates manteve o seu núcleo duro. Não podia ser de outra forma. O que aí vem exige, antes de tudo o mais, coordenação e coesão políticas. Deslizes serão sinónimo de confronto. Confronto será sinónimo de desgaste. E desgaste contínuo será sinónimo de intervenção do presidente da República. Daí até novo acto eleitoral o passo não será grande.
Excluindo o núcleo duro, Sócrates recorreu a uma série de independentes. E teve o cuidado, apesar de a isso não estar legalmente obrigado, a manter a paridade dentro do Executivo, ao convidar cinco mulheres para o elenco governativo. Os independentes suscitaram este comentário: trata-se de gente sem perfil político, provavelmente cheios de qualidades técnicas, logo tecnocratas, mas sem estofo para enfrentar as guerras que a Oposição tratará de montar.
A pressa nunca foi boa conselheira. E costuma originar preconceitos. Lembro-me bem de como, no primeiro Governo de Sócrates, Teixeira dos Santos foi colocado na prateleira dos tecnocratas, mal se soube que lhe caberia substituir o impetuoso Campos e Cunha. Os quatros anos em que esteve à frente do Ministério das Finanças provaram que um reputado técnico, como sempre foi Teixeira dos Santos, pode dar um excelente político. A inversa também é verdadeira: um bom político pode dar um péssimo ministro (os exemplos abundam).
De modo que dizer já que o Governo é bom ou mau parece um pouquinho precipitado. O tempo tratará de mostrar se as escolhas de Sócrates foram, ou não, acertadas. Não faltará matéria para pôr cada um dos 16 ministros à prova.
Por falar em provas: a primeira prova de fogo chega já em Novembro, quando Sócrates apresentar o programa de Governo. Ficaremos a saber se ele é, ou não, a cópia fiel do programa apresentado pelo PS. Se for, ficará provado que o primeiro-ministro não teme os conflitos, mesmo estando o PS em minoria no Parlamento. Se não for, ficará provado que Sócrates quer baixar o nível de conflitualidade e navegar à vista. Aí, sim, poderemos começar a perceber se o Governo é bom, mau ou assim-assim.
O que se pode dizer do novo Governo? Pouco, para já. Porque há apenas uma evidência: Sócrates manteve o seu núcleo duro. Não podia ser de outra forma. O que aí vem exige, antes de tudo o mais, coordenação e coesão políticas. Deslizes serão sinónimo de confronto. Confronto será sinónimo de desgaste. E desgaste contínuo será sinónimo de intervenção do presidente da República. Daí até novo acto eleitoral o passo não será grande.
Excluindo o núcleo duro, Sócrates recorreu a uma série de independentes. E teve o cuidado, apesar de a isso não estar legalmente obrigado, a manter a paridade dentro do Executivo, ao convidar cinco mulheres para o elenco governativo. Os independentes suscitaram este comentário: trata-se de gente sem perfil político, provavelmente cheios de qualidades técnicas, logo tecnocratas, mas sem estofo para enfrentar as guerras que a Oposição tratará de montar.
A pressa nunca foi boa conselheira. E costuma originar preconceitos. Lembro-me bem de como, no primeiro Governo de Sócrates, Teixeira dos Santos foi colocado na prateleira dos tecnocratas, mal se soube que lhe caberia substituir o impetuoso Campos e Cunha. Os quatros anos em que esteve à frente do Ministério das Finanças provaram que um reputado técnico, como sempre foi Teixeira dos Santos, pode dar um excelente político. A inversa também é verdadeira: um bom político pode dar um péssimo ministro (os exemplos abundam).
De modo que dizer já que o Governo é bom ou mau parece um pouquinho precipitado. O tempo tratará de mostrar se as escolhas de Sócrates foram, ou não, acertadas. Não faltará matéria para pôr cada um dos 16 ministros à prova.
Por falar em provas: a primeira prova de fogo chega já em Novembro, quando Sócrates apresentar o programa de Governo. Ficaremos a saber se ele é, ou não, a cópia fiel do programa apresentado pelo PS. Se for, ficará provado que o primeiro-ministro não teme os conflitos, mesmo estando o PS em minoria no Parlamento. Se não for, ficará provado que Sócrates quer baixar o nível de conflitualidade e navegar à vista. Aí, sim, poderemos começar a perceber se o Governo é bom, mau ou assim-assim.
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