Pedro Baptista
Do ponto de vista da letra dos Estatutos do PS, não há grande coisa a contrapor à proposta de expulsão das pesssoas que se candidataram em listas contra as do PS, nas últimas autárquicas no Distrito do Porto, feita nas televisões pelo presidente da Federação.
Todavia:
1.É repugnante a sanha vampiresa e sanguinolenta com que o presidente da Federação vem anunciar o "sangue, sangue, olé, siga a faiena!", sabendo-se que veio cavar ainda mais as divisões nos militantes e no eleitorado, com as consequências a médio prazo, que só a cegueira e insensatez de Renato Sampaio não vislumbram, ou a sua irresponsabilidade menospreza.
2. É espantoso vir o presidente da FDP falar de Estatutos quando tal é instrumento que sempre despreza substituindo-o pela sua arbitrariedade caprichosa e capciosa, nomeadamente quando vem de arranjar listas para a Assembleia e Câmara Municipal do Porto ilegais, sem qualquer aprovação dos órgãos competentes nos termos estatutários.
3.É claro que toda a sanha persecutória pretende encobrir a realidade de ser o Presidente da Federação o principal responsável pelos dissídios fratricidas ocorridos em Valongo e Matosinhos, pois nunca interveio atempadamente, como lhe competia, no sentido de não deixar agudizar a conflitualidade; pelo contrário, o presidente da Federação, instalado à distância em Lisboa, deixou arder o processo durante três anos, garantindo que nada ia acontecer e tudo se ia resolver, para depois, a poucos meses da eleição, simplesmente tratar de varrer as cinzas. Politicamente o presidente da Federação é o principal responsável, por omissão e inacção durante três anos, por tudo o que aconteceu nestes dois concelhos. Se propõe a expulsão dos militantes disidentes deveria no mínimo demitir-se.
1 comentário:
Nem sempre concordo com as análises do Pedro Baptista, mas no que se refere á pressa do Presidente da Federação vir a público dizer que ia expulsar mais de cem militantes, estou totalmente de acordo. O Presidente da FDP teve uma excelente resposta ao seu desvario, no artigo de ontem, dia 21, no JN. O PS/POrto está muito mal. Enquistado em grupos, com interesses á vista de todos, perdeu debate, perdeu excelência, cultiva a mediocridade e tornou-se num centro de emprego em cada grupo. A sociedade não acredita, que tal como tudo está, se consiga delinear um plano de trabalho para 2013. O Presidente da FDP, antes de punir, deve reflectir para inflectir muitos dos erros políticos feitos, cujo 1º responsável é ele, sem dívida. O Renato teve todas as condições para ser um líder abrangente, justo e isento. Não escolheu esse caminho. Errou e muito. Quem o vai avaliar e penalizar? A amizade com o SG não é panaceia para esconder incompetência e prepotência. Aliás, do que conheço do SG, exigente com ele mesmo, não vai nunca dar cobertura á continuação da mediocridade e incompetência. Em relação aos militantes que integraram listas de oposição ao PS, não se pode, nem se deve passar uma esponja sobre o assunto, mas há sempre meios termos para tudo. O Partido tem o dever de ouvir as razões dos militantes e depois avaliar com rigor e isenção da sua justesa. Os Partidos são espaços deliberdade de pensamento e expressão. Não podem, numa sociedade democrática, serem opressores e impositores. Não estamos no PCP. Também não fiquei admirado quando li na comunicação social que o Renato só tinha sido defendido pelo Pizarro. As ambições são tantas que não se olha a meios para lá chegar, mas o Renato que se cuide deste Senhor, que na melhor curva lhe passa uma rasteira e daquelas.
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