domingo, 4 de outubro de 2009

Um Porto "não provinciano"
José Sócrates diz que Elisa Ferreira é a pessoa ideal para "puxar" por uma cidade cosmopolita
(JN) 4.10.09 02h10m CARLA SOARES
José Sócrates garantiu, ontem, que Elisa Ferreira é a pessoa ideal para "puxar pelo Porto" porque "se há um defeito que ela não tem é o de ser provinciana". Pelo contrário, a candidata do PS "olha para o Porto como uma grande cidade europeia".
O secretário-geral socialista esteve no Coliseu do Porto para dar uma ajuda à candidata e foi recebido com beijos e abraços por algumas simpatizantes. Antes de Elisa Ferreira subir ao palco, Sócrates multiplicou os elogios. "Conheço bem Elisa Ferreira. Fui secretário de Estado dela muitos anos, é uma mulher experiente e realizadora, que gosta de fazer obra" e "não passa o tempo a explicar por que não é possível fazer nada".
Foi com este testemunho que Sócrates iniciou o discurso, afirmando que, "depois de Elisa Ferreira ser eleita presidente da Câmara", tem a "certeza que, se lhe perguntarem o que fez pela cidade, dará uma resposta de duas horas". Mas "há aí outros" que terão "dificuldade" em dizer o que fizeram "nos últimos oito anos", criticou, numa indirecta ao actual presidente da Autarquia.
O líder do PS destacou, ainda, que Elisa "é uma mulher que percebe o Mundo em que vive". "Se há defeito que ela não tem é o de ser provinciana. Olha para o Porto como uma grande cidade europeia, gosta de ser do Porto e não tem complexos de culpa", prosseguiu Sócrates. Além disso, "é uma mulher moderna que percebe a importância que tem a cultura na afirmação de uma cidade".
"Não distante e fria, mas afável, com quem se gosta de conversar" foram, de resto, outras qualidades que o líder considerou fundamentais para a necessária "política de proximidade" de que "esta Câmara precisa". E para "puxar por aquilo que o Porto tem de bom". Porque ele "está à espera que uma entidade política puxe pela cidade", em nome de "um Porto não provinciano, mas cosmopolita". A "mudança é urgente" no concelho, concluiu Sócrates, recuperando a ideia lançada na apresentação da candidatura de que "o país também precisa do Porto", mas não de uma cidade "tímida, pesarosa e tantas vezes lamentosa".
Por sua vez, Teixeira dos Santos, cabeça de lista à Assembleia Municipal que falou antes da candidata e após a longa actuação de Rui Reininho, disse que o Porto "está doente e moribundo" e "a perder a capacidade de afirmação nacional e internacional". "Está, de facto, a esvaziar-se", "a mingar" e "a perder o orgulho", lamentou.

8 comentários:

Anónimo disse...

Provinciamnos são os que têm a mania que não são provincianos, por isso é que são provincianos, dizia o Pessoa. Mas não consta do diccionário de citações do Engenheiro a Martelo, com discurso de parolo novo-rico vindo da Terra da Cóina. Querem coisa mais paroquial e "calimera" que o discurso do Teixeira dos Santos? Talvez se não tivessem fanado o dinheiro destinado às regiões de convergência para Lisboa, as coisas não estivessem assim. Com Rio e estas alternativas estamos todos feitos ao bife. Procuremos qualquer coisa que mexa nesta choldra

Anónimo disse...

O Porto não precisa que a puxem para cosmopolita, o Porto já é cosmopolita há séculos, vêm para aqui falar sem saber o que dizem!

Anónimo disse...

Tão inimigos que eles eram...

Anónimo disse...

Desde quando é que um maiato de gema tem autoridade para dizer que o Porto "está doente e moribundo"? E, a ser verdade, o que fez ele, enquanto ministro, para ajudar a segunda cidade do país a sair dessa situação?

Primo de Amarante disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Primo de Amarante disse...

O mais patético que aconteceu foi Elisa Ferreira dizer que temos muita gente, uma imensa multidão, e o comentador de seviço exclamar: Elisa Ferreira não dá conta que o Coliseu está vazio

Sérgio disse...

O comício foi um fiasco. Não quer dizer que a votação seja assim. O facto do PS ter sido o mais votado mesmo no concelho do Porto (36,1%)vai ajudar a Drª Elisa.A não ser que o eleitorado socialista não se reveja nesta candidatura... A dúvida está aqui.Engraçado que em 2005 a votação nas legislativas foi igual à da Câmara. Será agora maior ou menor?

Zé Rodrigues disse...

Uma das razões para o fiasco foi a inteligência dos organizadores, os mentores geniais desta campanha cuja superior liderança é assegurada pelo Renato Sampaio. Era preciso bilhete mas a entrada era livre. Os bilhetes obtinham-se na sede da Federação, donde algumas dezenas de pessoas que quiseram assistir às musiquinhas mas não tinham bihete eram recambiadas para a Federação em cata do imprescindível papelinho.Claro que, ninguém ia nisso, excepto as moscas que fizeram questão de entrar de qualquer maneira para deixarem a sala às moscas... Santa Maria!