quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Expulsões de militantes e derrota na Câmara do Porto agitam distrital do PS
Filomena Fontes (PÚBLICO) 22.10.09
Houve quem falasse de "feridas abertas", quem se demarcasse de um PS-Porto que parece querer copiar as "purgas" do PCP e que se insurgisse mesmo contra "a sanha vampiresca" contra militantes dissidentes. Anteontem, a expulsão de perto de 150 militantes que integraram listas independentes nas últimas autárquicas em Matosinhos, em Valongo e no Porto pairou na reunião da comissão política distrital do PS-Porto.
As críticas à forma como o líder federativo, Renato Sampaio, conduziu os processos autárquicos no distrito, designadamente no Porto (onde os socialistas saíram derrotados e a maioria liderada por Rui Rio renovou a maioria absoluta), mas também em Matosinhos e em Valongo, destoaram do discurso de vitória com que o líder avaliou os resultados do ciclo eleitoral que agora terminou. "Em 71 membros da comissão política distrital, só houve uma pessoa que fa-lou nisso. A esmagadora maioria das intervenções foram no sentido de elogiar o grande trabalho que a federação desenvolveu", contrapõe Renato Sampaio, reiterando que "não criará consensos com quem anda a perturbar a vida interna do PS".
Os inquéritos disciplinares, entre os quais avulta o de Narciso Miranda e de Maria José Azevedo (que, entretanto, se desfiliou) seguirão, assim, oseu caminho, sem contemplações. Ainda ontem, em declarações ao PÚBLICO, Guilherme Pinto, que preside à comissão política distrital, garantia que a maioria dos militantes está ao lado da direcção distrital. "Houve uma violação grave dos estatutos e, se isso não tiver consequências, qualquer um se sentiria no direito de fazer chantagem sobre o PS", sustenta, sublinhando que em nenhum dos casos se está perante "um processo de delito de opinião".
Numa noite de balanço de estratégias e resultados, José Luís Carneiro, que preside à Câmara de Baião, defendeu a urgência de o partido abrir "um novo ciclo", considerando "erra-do" que "o tema" que domina as atenções seja o das expulsões e não o debate sobre as políticas públicas e a agenda para o poder local. Mais cáusticos foram Avelino Oliveira e Pedro Baptista, ex-adversários de Renato Sampaio nas últimas eleições federativas, que se demarcaram do "mundo cor-de-rosa" pintado pelo líder. O primeiro, repudiando métodos que atribuiu ao PCP e que diz não querer ver replicados no seu partido, como "vitórias transformadas em derrotas". Pedro Baptista, confrontando Re-nato Sampaio, entre outras críticas, com a derrota no Porto, "onde o PS teve o pior resultado dos últimos 20 anos". Antes, já o histórico Orlando Gaspar, numa intervenção escrita, enunciara os erros e as dissenções entre a candidatura de Elisa Ferreira e as estruturas locais do PS.

1 comentário:

ernesto disse...

Renato Sampaio está a conduzir estrutura ao pontapé! e aos "Trambolhões"´aliás ele não sabe gerir de de outra forma.Claro que há que resolver as feridas deixadas. não podemos é permitir as omissões dos irresponsáveis, que levaram os militantes por tal caminho; desde o desrespeito pelos órgãos como foi caso da Sª da Hora, e que venha agora armado em justiceiro apesar de neste aspecto,(o cumprimento dos estatutos)estar tão à margem como aqueles que pretende julgar. influencia no "julgamento" quando lhe dá jeito a estas situações oo r gerir