terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Sem avocação, que implica reunir a Comissão Política Distrital e obter uma maioria de 2/3, o líder distrital não tem qualquer competência para indicar seja que candidato for à revelia das Comissões Políticas Concelhias. E com avocação, a competência passa para a Comissão Política Distrital, e não para o Presidente da Federação. É intolerável que o presidente da Federação queira fazer do PS-Porto uma terra sem lei, um Far West! As Comissões Políticas Concelhias têm todo o direito a resistir. O direito e o dever! (PB)
Líder do PS do Marco ameaça contar razões da escolha do ex-número dois de Ferreira Torres
23.12.2008, Margarida Gomes
Melo e Castro demitiu-se e quer autorização para dizer o que sabe sobre o processo de escolha do candidato
O PS-Porto está ao rubro. A escolha de Norberto Soares, o ex-número dois de Ferreira Torres, pela Federação do PS-Porto para protagonizar a candidatura do partido à Câmara do Marco de Canaveses, deixou os militantes do concelho furiosos.
Apanhado de surpresa com a notícia, Artur Melo e Castro, líder concelhio, já colocou a sua demissão em cima da mesa, aguardando agora autorização da estrutura local do PS para contar tudo o que sabe sobre este caso."Se for autorizado, direi tudo o que sei sobre este processo, que tem raízes muito profundas e que pode causar muita mossa a Renato Sampaio", disse ontem em declarações ao PÚBLICO.
Apoiante de Renato Sampaio nas recentes eleições para a distrital, Melo e Castro foi o nome que a concelhia do Marco votou por unanimidade para encabeçar a lista do PS ao concelho. Acusando o líder de o ter apunhalado - foi informado que Norberto Soares seria o candidato sábado passado quando tomava um café com o presidente federativo -, o dirigente concelhio promete luta e diz que "é preciso expurgar do partido este tipo de atitudes".
"O que o líder do PS-Porto fez comigo é inqualificável", declara o dirigente, advertindo que este "caso tem de ter consequências". Renato Sampaio e Fernando Jesus não podem ficar impunes. Não basta um peço desculpa ou um enganei-me". Deixando claro que "não anda na política por migalhas, Melo e Castro diz que não esquece que a distrital o tratou como se fosse um indigente" e acusa a federação de ter feito veto de gaveta à carta de apresentação da sua candidatura à presidência da Câmara do Marco de Canaveses.
Contactado pelo PÚBLICO, Renato Sampaio revelou que "o líder da concelhia não tem condições para ser candidato, porque vale apenas 2,9 por cento, enquanto Norberto Soares vale 20 e tal por cento". Indiferente ao percurso político do ex-número dois de Ferreira Torres, Renato informa que "Norberto Soares não é acusado de nada".
"Este caso mostra o desrespeito do PS-Porto pela legalidade interna do partido. As concelhias não podem ser tratadas assim", insurge-se Pedro Baptista, adversário de Renato nas eleições federativas, insistindo no desafio ao líder. "Estatutariamente, o presidente da distrital pode avocar as candidaturas autárquicas desde que convoque a comissão política distrital, que terá de aprovar essa decisão por uma maioria de dois terços".
Polémica é também a situação em Paredes. A possibilidade de Joaquim Neves (PSD), o ex-número dois do actual presidente da Câmara de Paredes, e que se aliou à oposição para votar a retirada de pelouros ao presidente, está em cima da mesa. "Há vários candidatos, não excluo ninguém. [Joaquim Neves] poderá ser uma possibilidade. Aceito todos os apoios possíveis", afirmou, em declarações ao PÚBLICO, a presidente da concelhia, Luísa Tadeu, garantindo que "o líder da distrital está a par de toda a situação".

4 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Artur Melo e Castro.
A EXPURGAR do partido, não são as atitudes, mas sim quem as toma.
Neste caso o "Roque e a amiga".
Os Socialistas dignos deste nome, deviam reagir públicamente e em força a casos como este.

Anónimo disse...

E já estão a reagir mas é preciso organizar um combate eficaz e em força rápidamente

Primo de Amarante disse...

Eu não percebo a ideia de Artur Melo fazer ameaças. Dizer o que deve ser dito foi sempre timbre da esquerda frontal e livre. E menos percebo que tenha necessidade de autorização para revelar o que sabe!

Este partido está esquisito. Parece que impõe códigos de honra como os usados pelas máfias!

Em democracia não há segredos, nem cumplicidades com segredos ou ameaças de os revelar.

Os segredos são vírus que corroem a confiança na transparência da verdade

Primo de Amarante disse...

Já me explicaram a ameaça de desvendar o enigma colocada por Artur Melo. No entender de um “dito socialista” o enigma não tem nada de enigmático e colocou-me a seguinte questão: “então, quem paga a campanha não tem direito a escolher o candidato?!...”

Fiquei arrepiado e só disse: se é, assim, é mais transparente privatizarem os partidos.

Mas, pensando melhor, esse passo já foi dado pelo centrão!