(Público)19.12.2008, Margarida Gomes
A decisão anunciada pelo líder do PS-Porto de definir até ao final do mês os nomes dos 18 cabeças de lista às autárquicas de 2009 no distrito não sossegou as hostes socialistas e há quem a veja como um "golpe estatutário". "A decisão da distrital não passa de uma avocação camuflada, porque relega as concelhias para uma mera função de ratificação." É desta forma que Pedro Baptista, membro da comissão política distrital do PS, interpreta a posição assumida pelo líder federativo, Renato Sampaio, conhecida no passado fim-de-semana depois da reunião com os presidentes das 18 concelhias do distrito. "Isto é um golpe estatutário, porque as competências das concelhias não são de ratificação, mas sim de indicação das candidaturas", acusa o ex-deputado, desafiando o líder federativo a colocar a questão à comissão política distrital para esta se pronunciar."Estou convencido de que a avocação das candidaturas não teria uma maioria de dois terços e é por isso que a distrital tenta resolver desta forma os processos autárquicos", afirma Baptista, rejeitando o princípio que o líder federativo está a seguir e que passa por candidatar deputados a algumas câmaras.
"Isso é um sinal de falta de confiança na vitória, para além de representar um retrocesso civilizacional", insurge-se Pedro Baptista, revelando que a intenção da distrital é candidatar os deputados Joaquim Couto na Maia, Isabel Santos, em Gondomar, e Joana Lima, na Trofa. Baptista coloca neste lote a candidatura à Câmara do Porto, uma vez que Renato Sampaio já disse que concorda que Elisa Ferreira seja também candidata ao Parlamento Europeu e à autarquia portuense. E como em Gaia o PS ainda não tem candidato, Baptista diz que, "por uma questão de coerência", Sampaio - com quem disputou a liderança da distrital - deveria disponibilizar-se para mostrar quanto vale politicamente".
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