segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Secretário-geral das Nações Unidas apela ao fim imediato das hostilidades
Ban Ki-moon considera "inaceitável" violência em Gaza
29.12.2008 - 17h35 AFP
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, reiterou hoje o seu apelo ao fim imediato da violência em Gaza, considerando-a "inaceitável"."Estou profundamente preocupado com a actual escalada de violência em Gaza e em seu redor. É inaceitável", disse Ban Ki-moon esta tarde em conferência de imprensa na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque."Israel e o Hamas devem ambos cessar os seus actos de violência e deve ser declarado, imediatamente, um cessar-fogo", insistiu. O secretário-geral da ONU exortou os líderes mundiais, nomeadamente os árabes, a agir rapidamente para pôr fim à violência. "Os parceiros regionais e internacionais ainda não fizeram o suficiente. Devem fazer mais", sublinhou. Lembrando que os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países árabes vão reunir-se de emergência, Ban Ki-moon exortou-os a "agir rapidamente para pôr um fim a este impasse".
Ao longo do dia de hoje foram vários os países, nomeadamente os Estados muçulmanos asiáticos, que se juntaram às vozes críticas que condenam os raides de Israel em Gaza. As capitais ocidentais, ainda que apelem ao fim da violência, são menos unânimes relativamente à responsabilidade deste novo episódio de conflitos.
O Paquistão, Afeganistão, Indonésia e a Malásia exigiram o "fim imediato" da ofensiva aérea israelita.
O Presidente paquistanês Asif Ali Zardari considera estes raides "contra-produtivos" e apelou à "comunidade internacional para promover uma solução pacífica, justa e duradoura para a questão palestiniana".
O Ministério afegão dos Negócios Estrangeiros afirmou que estes bombardeamentos que "matam inocentes" não se podem justificar apenas por motivos políticos, nomeadamente contra o Hamas que controla a Faixa de Gaza desde Junho de 2007.
Os taliban em rebelião contra as autoridades afegãs condenaram os "massacres" de "muçulmanos inocentes", cometidos, segundo eles, por Israel com o "consentimento e envolvimento do Ocidente, nomeadamente dos Estados Unidos". Como a Malásia, a Indonésia denunciou o "uso desproporcional da força" por Israel e considerou que os disparos palestinianos forma um "acto de auto-defesa" face à "ocupação militar e à colonização" pelo Estado hebreu.
O presidente em exercício da Organização da Conferência Islâmica (OCI), o Presidente senegalês Abdoulaye Wade, refutou a razão apresentada por Israel para estes bombardeamentos, que considerou "inaceitáveis" e que "não se podem explicar pelo lançamento de 'rockets' pelo Hamas".O Governo do Presidente cessante George W. Bush, que vê o Hamas como o "responsável", disse que os "Estados Unidos compreendem que Israel deve agir para se defender". A Casa Branca exortou o Hamas a "cessar os seus disparos de 'rockets'" e a "aceitar um cessar-fogo viável e duradouro para que as violências possam terminar".
O Canadá e a Alemanha também tomam o Hamas como o responsável pela escalada de violência.
No seio da União Europeia, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros David Miliband mostrou-se mais crítico em relação a Israel, lamentando as perdas humanas "inaceitáveis". "Isso ameaça as hipóteses de uma paz que é tão importante para os palestinianos (...) como para Israel".
A China empregou um tom firme para com Israel, dizendo-se "chocada e seriamente preocupada" e a Bolívia expressou a sua "condenação total dos ataques israelitas".
O Japão, Polónia e o Conselho da Europa apelaram a Israel e ao Hamas para suspenderem a violência, considerando-os ambos responsáveis.

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