segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Uma questão de princípio republicana
Pedro Baptista
Ana Gomes acaba de dar mais uma bofetada sem luva em Elisa Ferreira, ao declarar que vai assumir o seu lugar de vereadora de oposição em Sintra.
Elisa Ferreira, pelo contrário, já tinha explicado em vários tele-debates que não assumiria o cargo para que fosse eleita se não fosse eleita presidente, com o argumento hilariante de que as suas diferenças com o actual presidente eram de tais proporções que não se justificava trabalho conjunto.
A verdade é que em democracia os mandatos que se pedem ao povo quando nos candidatamos são para cumprir, excepto se o país nos chamar para tarefas mais importantes, incompatíveis com o exercício do cargo original.
Ora Rio foi eleito presidente e Elisa vereadora de oposição. Logo, tal como fez Assis que também era deputado europeu, vai fazer Narciso e certamente fará Santana Lopes, tal como centenas de autarcas que encabeçaram listas a câmaras e não foram eleitos presidentes, tal como nós próprios quando fomos eleito vereador de oposição em Gondomar e até nos retirarem a confiança política no local, a sua obrigação, o seu dever mais elementar é o de assumir e cumprir o mandato para que foi eleita pelo povo do Porto.
É isto a república. Isto é uma questão de princípio da ética republicana, embora haja casos especialíssimos, como em toda a ética, que propiciam um debate sobre o tema, o que não é o caso.
Elisa chega numa nuvem e aterra no Pavilhão do Académico pela mão do Renato Sampaio e do Augusto Santos Silva. Depois paira pelos ceús da Europa e pelo Porto despejando os seus infelizes "bitaites" e a sua incapacidade completa para apresentar ideias. Depois, não lhe estendem a passadeira vemelha, zanga-se e amua subindo de novo para as nuvens a caminho do Sétimo Céu bruxelense. Bonito!
Questão de princípio? Claro que é! E de carácter também...

5 comentários:

Anónimo disse...

É a prova de que só veio ao Porto para garantir Bruxelas, o resto é conversa para consumo dos idiotas uteis da Comissão de Honra alguns dos quais deviam estar na Comissão da Mama. São sempre os mesmos, nesse aspecto o Rio e o Pacheco Pereira tem razão só que este ultimo épor inveja.

Anónimo disse...

Porque não fica a Elisa? Quem pensa que é mais que os outros? Tudo foi um negócio porco: era garantia a Europa e criava a ilusão de uma candidatura forte no Porto, para os imbecis comerem.
O negócio era pior mas foi denunciado a tempo e falhou.O Maridinho ia para depitado. Como falhou vamos ver qual é o tacho que o camarada Sócrates lhe reserva.

RENATOGOMESPEREIRA disse...

A diferença entre ser vir e servir-se muitas vezes não se nota...
E e mais facil de confundir um verdadeiro por um mentiroso do que o contrário...

AM disse...

Caro Pedro

Lamento mais uma vez discordar consigo.

Não tenho qualquer procuração de Elisa Ferreira e nem sequer votei na sua candidatura, nem em qualquer outra.

Continuo a entender que com este sistema (que não é democracia, ponto final) a única posição correcta (e possível) é a abstenção.

Considero que Elisa Ferreira (e a sua equipa) até poderia ser uma excelente presidente e uma excelente vereação (ou não) mas sempre muitíssimo melhor que Rui Rio e o seu bando.

Elisa Ferreira foi uma péssima candidata, o que, sendo uma pena, a meu ver em nada a desmerece, claramente não tem jeito para aquela palhaçada e pronto.

No entanto a responsabilidade de termos mais quatro anos de uma câmara dirigida por um quase(?) nazi é todinha do PS, do PCP e do BE, e nunca de Elisa Ferreira.

Elisa Ferreira deixou muitíssimo claro que não ficaria como vereadora caso a vitória fosse de Rui Rio, não enganou ninguém e cumpriu apenas aquilo a que se comprometeu.

Pode-se concordar ou não com a sua decisão e eu concordo, compreendo, aceito e até aplaudo, não se pode é acusá-la por ter apenas e afinal assumido aquilo com que se comprometeu e prévia e profusamente divulgou.

Se Elisa Ferreira e bem se candidatou a Presidente da Câmara, e não a vereadora, faz muitíssimo bem em não ficar como vereadora, papel a que, ainda por cima nas condições de maioria absoluta como a verificada, é absolumente irrelevante e tem sido tornado ainda mais irrelevante pela forma vergonhosa como tem sido desempenhada pelos vereadores do PS (veja-se o caso mirabolante do telefonema que permitiu a Rio avançar com a destruição da Av. dos Aliados, por exemplo) e pela personagem execrável (a meu ver) chamada Rui Sá, que só se lembrou das suas obrigaçoes perante os eleitores quando perdeu a "gamela" onde o Rio lhe deixou meter o ****** enquanto dele precisou por ter apenas maioria relativa, dando-lhe o competente chuto no ** quando dele deixou de precisar (não é só Roma que não paga a traidores).

TODOS, desde a "fascistada" do PSD/CDS, passando pelo PS (poder e oposição interna) e continuando pelo PCP e BE, apenas se preocuparam com os seus mesquinhos interesses pessoais e partidários, borrifando-se absolutamente para a cidade e os cidadãos.

Vamos assim ter mais 4 anos de Rio, antes deste seguir para primeiro ministro a seguir a Sócrates ou ao que venha após Sócrates.

Os meus agradecimentos à grande massa imbecil de votantes que na realidade não merece melhor e também um agradecimento muito forte aos militantes do poder ou da oposição do PS nacional e Porto.

António Moreira

M.Machado. disse...

Todos se candidatam a presidentes. Quando ganham são presidentes, quando perdem são vereadores de oposição, estas são as regras que são apresentadas ao eleitorado e que loeva pessoas voluntariamente a candidatarem-se. Quem não alinha com estas regras não deve vir para a política democrática. Há mais sítios onde ganhar a vida. Mas parece que não há nenhum sítio tão "adequado" como a política para certas pessoas. Não é o povo que é imbecil. São os imbecis que querem fazer do povo imbecil. E por favor não façam de mim imbecil.O PS é muito mau. Mas parece-me que fofra do PS as coisas ainda são piores. Todos somos Portugal, uma festa!