terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Comentário à saída de almoço da Câmara do Comércio e Indústria Luso-espanhola
Vítor Constâncio admite, afinal, recessão técnica no final deste mês
09.12.2008 - 16h36 Lusa
Economia portuguesa vai evoluir ao ritmo das congéneres europeiasO governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, admitiu hoje que Portugal deverá chegar ao final do ano em recessão técnica, com os últimos dois trimestres do ano a registarem quebras no Produto Interno Bruto (PIB)."No terceiro trimestre tivémos um crescimento negativo. É possível que no quarto trimestre [Portugal] também tenha um crescimento negativo", disse Constâncio aos jornalistas, à saída de um almoço da Câmara do Comércio e Indústria Luso-Espanhola. "Do ponto de vista técnico significa uma recessão", situação idêntica à que se passa no resto da Europa, acrescentou o governador do Banco de Portugal.
O Instituto Nacional de Estatística divulgou hoje que a economia recuou 0,1 por cento no terceiro trimestre face ao trimestre anterior, um valor que corresponde a uma correcção de uma décima em relação ao indicador divulgado a 14 de Novembro. A economia aumentou 0,6 por cento face ao terceiro trimestre de 2007.
O Banco de Portugal (BdP) vai notificar esta semana o Millennium BCP da sua decisão relativa ao processo de contra-ordenação instaurado à instituição devido a alegadas irregularidades com recurso a sociedades "off-shore", afirmou ainda Constâncio."Ainda esta semana vão seguir as notificações [relativas ao caso BCP]", afirmou o governador do Banco de Portugal. O processo de contra-ordenação, um dos vários que o banco central colocou ao BCP por alegadas irregularidades que terão sido cometidas entre 2001 e 2005, diz respeito a 17 sociedades "off-shore" cuja posse a instituição terá ocultado dos supervisores, o Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). As notificações serão enviadas ao Millennium BCP e aos antigos administradores do banco a quem foram imputadas as alegadas irregularidades. Os visados terão um prazo de 30 dias para recorrer da decisão, podendo levar o caso para instâncias judiciais.

Sem comentários: