Jerónimo de Sousa desvaloriza presença de militante comunista
Alegre e Louçã recusam ideia de Fórum das Esquerdas ser uma iniciativa interpartidária
13.12.2008 - 15h08 PÚBLICO
O deputado do PS e ex-candidato presidencial Manuel Alegre e o líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, recusam a ideia de que o Fórum das Esquerdas, que se reúne amanhã em Lisboa, seja uma iniciativa interpartidária e enfatizam, respectivamente, a vontade de “quebrar tabus” à esquerda e a ideia de “uma ponte de discussão”.
Alegre e Louçã recusam ideia de Fórum das Esquerdas ser uma iniciativa interpartidária
13.12.2008 - 15h08 PÚBLICO
O deputado do PS e ex-candidato presidencial Manuel Alegre e o líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, recusam a ideia de que o Fórum das Esquerdas, que se reúne amanhã em Lisboa, seja uma iniciativa interpartidária e enfatizam, respectivamente, a vontade de “quebrar tabus” à esquerda e a ideia de “uma ponte de discussão”.
Manuel Alegre recusa as críticas de “sectarismo” à iniciativa. “Isto não é uma iniciativa interpartidária. Não há nenhum partido a mais nem nenhum partido a menos. Estarão ali pessoas de diferentes quadrantes, uns com filiação partidária – comunistas, renovadores comunistas, bloquistas, socialistas – e estarão, sobretudo, pessoas sem filiação partidária, que querem participar e não têm como nem onde”, afirmou Manuel Alegre à agência Lusa.
O fórum “Democracia e serviços públicos” reúne amanhã, na Aula Magna da Universidade de Lisboa, personalidades de esquerda, incluindo socialistas da ala esquerda do PS, como Manuel Alegre, militantes do Bloco de Esquerda e alguns comunistas, dando sequência a um comício de 4 de Junho, no Teatro da Trindade, também na capital.
O encontro, para Manuel Alegre, “é uma tentativa de reflectir para encontrar soluções para a crise actual e, sobretudo, para relançar os serviços públicos e a qualidade da democracia”.
Sem nunca citar directamente o PCP, cujo líder, Jerónimo de Sousa, que apelidou o encontro de “sectário”, Alegre recusa tal leitura. “Têm dito que não está o PCP. Como não está? Estão lá militantes comunistas. Não está o secretário-geral... Mas também não está o secretário-geral do PS... Eu não estou a representar o PS. Nem ninguém está a representar ninguém”, disse.
O líder do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, define o Fórum como “uma ponte de discussão” e recusa qualquer “intenção escondida” de “ensaio” para um entendimento eleitoral.“Não é ensaio de nada. É aquilo que é. Seria desleal para as pessoas que participam que houvesse qualquer intenção escondida. Não há, recusamo-lo totalmente. Não é uma plataforma interpartidária. Nas eleições elas existem. Isto não é”, disse Francisco Louçã à Lusa. Para o coordenador da comissão permanente do BE, o encontro “é uma ponte de discussão que tem feito falta às esquerdas portuguesas”, em que se pretende debater “alternativas”, mas não “definir políticas que sejam conduzidas por um partido porque não é uma reunião de partidos”. Deste fórum podem sair, admitiu, “ideias fortes que farão o seu caminho”.
O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, desvalorizou a presença do militante comunista e secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, no fórum das esquerdas sobre serviços públicos, no domingo, mantendo as críticas ao sectarismo da iniciativa.“É uma participação que só responsabiliza o próprio”, disse à Lusa Jerónimo de Sousa, afirmando que “não é uma ou outra participação que altera a caracterização” do encontro. O secretário-geral comunista insistiu nas críticas à iniciativa, em que participam militantes da ala esquerda do PS, como Manuel Alegre, do Bloco de Esquerda, comunistas e renovadores comunistas como “uma iniciativa sectária, fechada e ilusória”.
Manuel Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, vai moderar o debate sobre trabalho no encontro “Democracia e serviços públicos”. No Fórum das Esquerdas estarão também, entre outros, Jorge Leite, especialista em direito do trabalho, Elísio Estanque, sociólogo.
Seis meses depois do comício em que participou, e que lhe valeu a crítica de dirigentes do PS, o deputado socialista afirma não ter receio de ser mal-entendido com mais esta iniciativa.“Cada um entenderá como entender. Socialistas vão lá estar muitos, que entendem bem. Outros entenderão como quiserem”, afirmou. Alegre deixa, porém, um aviso, numa altura em que se fala de entendimentos à esquerda: “Na minha opinião, a reconfiguração da esquerda também exige o concurso de militantes, votantes e simpatizantes socialistas”.
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