(JN) 11.12.2008 Manoel de Oliveira percorreu Mundo agarrado à câmara de filmar. Não tem conta os lugares que filmou, mas há, contudo, alguns , concretamente algumas cidades, que são recorrentes na sua obra. O Porto, que o viu nascer, é um desses locais a que Oliveira recorre com frequência e que escolhe para muitos dos cenários dos filmes.
"Aniki-Bobó", produzido em 1942, e que é, aliás, a sua primeira longa-metragem, o documentário "Douro, faina fluvial"(1931), "O pintor e a cidade"(1956) e "Porto da minha infância" (2001) são algumas das películas em que Manoel de Oliveira colocou o Porto como cenário principal.
"Aniki-Bobó", por exemplo, tem como ambiente de fundo a zona ribeirinha das cidades do Porto e de Gaia, mas a maioria das cenas passa-se do lado da Invicta. É um filme que, além de ilustar as aventuras e os amores de certos rapazes do Porto, na década de 40, é importante na obra do cineasta porque representa a passagem de Oliveira do documentário para a ficção.
Outra das suas obras com o Porto como cenário é "O pintor e a cidade", que o realizador decidiu conceber depois de ter estudado a cor num estágio que fez na Alemanha, em 1955. Realizou sozinho este filme, sendo ele mesmo quem o filmou e suportou todos os custos.
"O pintor e a cidade" é tudo menos um documentário sobre o Porto, mas, sim, uma deambulação pela cidade através do olhar do pintor António Cruz, considerado um dos maiores aguarelistas portugueses.
Trata-se de um olhar atento à cor, que começa a dar os primeiros passos em Portugal e que é trabalhada de uma forma estupenda por Oliveira. De salientar que, nesta película, se verificou, por vezes, um trabalho em que a câmara neutralizou a cor com planos escuros, como aconteceu, por exemplo, na descida ao bairro do Barredo, expondo o princípio da formação da cor, com a ascensão da câmara ao céu, à luz.
Durante a realização do Porto, Capital Europeia da Cultura, em 2001, Manoel de Oliveira concebeu a média-metragem "O Porto da minha infância", um pretexto para trazer, de novo, à ribalta, as sombras e as fantasias da cidade em que se fez homem e cineasta.
Uma história que põe Oliveira a falar da sua cidade e a recordar os bons e, também, os maus momentos ali vividos. "Douro, faina fluvial" foi realizado em 1931 e é, esse sim, um documentário, mudo, não obstante ter sido elaborado já durante a época do sonoro em Portugal.
É a primeira obra sobre a faina da zona ribeirinha do Douro feita exclusivamente com meios amadores e foi inspirada depois de ter visto o documentário vanguardista "Berlim, sinfonia de uma cidade", de Walter Ruttmann.
Em "Vale Abraão", uma longa-metragem realizada a partir do romance de Agustina Bessa-Luís, com o mesmo nome, Oliveira apresenta magníficas imagens sobre a região do Douro. Para muitos, este filme proporcionou uma nova visão sobre o Douro, contribuindo para uma nova dimensão cinematográfica. Em "Vale Abraão", apresenta uma "nova versão" sobre o Douro, mostrando ângulos e perspectivas nunca mostradas.
"Aniki-Bobó", produzido em 1942, e que é, aliás, a sua primeira longa-metragem, o documentário "Douro, faina fluvial"(1931), "O pintor e a cidade"(1956) e "Porto da minha infância" (2001) são algumas das películas em que Manoel de Oliveira colocou o Porto como cenário principal.
"Aniki-Bobó", por exemplo, tem como ambiente de fundo a zona ribeirinha das cidades do Porto e de Gaia, mas a maioria das cenas passa-se do lado da Invicta. É um filme que, além de ilustar as aventuras e os amores de certos rapazes do Porto, na década de 40, é importante na obra do cineasta porque representa a passagem de Oliveira do documentário para a ficção.
Outra das suas obras com o Porto como cenário é "O pintor e a cidade", que o realizador decidiu conceber depois de ter estudado a cor num estágio que fez na Alemanha, em 1955. Realizou sozinho este filme, sendo ele mesmo quem o filmou e suportou todos os custos.
"O pintor e a cidade" é tudo menos um documentário sobre o Porto, mas, sim, uma deambulação pela cidade através do olhar do pintor António Cruz, considerado um dos maiores aguarelistas portugueses.
Trata-se de um olhar atento à cor, que começa a dar os primeiros passos em Portugal e que é trabalhada de uma forma estupenda por Oliveira. De salientar que, nesta película, se verificou, por vezes, um trabalho em que a câmara neutralizou a cor com planos escuros, como aconteceu, por exemplo, na descida ao bairro do Barredo, expondo o princípio da formação da cor, com a ascensão da câmara ao céu, à luz.
Durante a realização do Porto, Capital Europeia da Cultura, em 2001, Manoel de Oliveira concebeu a média-metragem "O Porto da minha infância", um pretexto para trazer, de novo, à ribalta, as sombras e as fantasias da cidade em que se fez homem e cineasta.
Uma história que põe Oliveira a falar da sua cidade e a recordar os bons e, também, os maus momentos ali vividos. "Douro, faina fluvial" foi realizado em 1931 e é, esse sim, um documentário, mudo, não obstante ter sido elaborado já durante a época do sonoro em Portugal.
É a primeira obra sobre a faina da zona ribeirinha do Douro feita exclusivamente com meios amadores e foi inspirada depois de ter visto o documentário vanguardista "Berlim, sinfonia de uma cidade", de Walter Ruttmann.
Em "Vale Abraão", uma longa-metragem realizada a partir do romance de Agustina Bessa-Luís, com o mesmo nome, Oliveira apresenta magníficas imagens sobre a região do Douro. Para muitos, este filme proporcionou uma nova visão sobre o Douro, contribuindo para uma nova dimensão cinematográfica. Em "Vale Abraão", apresenta uma "nova versão" sobre o Douro, mostrando ângulos e perspectivas nunca mostradas.
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