Oposição na ACP critica Laura Rodrigues e prepara alternativa
10.12.2008, Álvaro Vieira
Ex-dirigentes reprovam posições assumidas pela líder dos comerciantes na entrevista ao PÚBLICO
"Comentários descabidos", "discurso sem soluções", posição "de trincheira" e, ainda por cima, numa "guerra" errada.
Esta é a leitura que os opositores da gestão de Laura Rodrigues à frente da Associação dos Comerciantes do Porto (ACP), e que já estão a preparar uma candidatura alternativa, fizeram da entrevista concedida pela dirigente ao PÚBLICO e Rádio Nova, no início da semana.
Nuno Camilo, um dos cinco dirigentes que, no início de 2007, entraram em ruptura com Laura Rodrigues e se demitiram - reivindicando, sem sucesso, a eleição de toda uma nova direcção -, acusa a presidente de estar a arrastar os comerciantes para uma "guerra que não é a sua", ao insistir no encerramento das grandes superfícies à noite e aos feriados."Ainda por cima, diz que não tem um 'plano B', caso isso não aconteça. Como é que se pode candidatar a um terceiro mandato sem um 'plano B' e dizendo que não tem números sobre as lojas que fecharam nos últimos anos?", protesta o ourives da Baixa do Porto, para quem Laura Rodrigues não pode ficar à espera do Instituto Nacional de Estatística para reunir estes dados nem apresentar-se sem eles perante o poder político, a reivindicar medidas.
Para o ex-dirigente, a ACP deve deixar de "apregoar o encerramento" das grandes superfícies - "já estão a tratar de se aniquilar umas às outras", comenta - e dedicar-se ao apoio à modernização e formação dos comerciantes, proporcionando-lhe contacto com experiências de sucesso. Acusa Laura Rodrigues de não ter uma "agenda", que deveria passar por benefícios fiscais para o comércio que cria emprego estável - por oposição "ao part-time do shopping" -, por pressionar o Governo a "apoiar as PME" e a "extinguir o Pagamento Especial por Conta, por exemplo. E lamenta que Laura Rodrigues prefira a resistência de "trincheira" à mobilização dos comerciantes que o ex--dirigente vê "revoltados" com a associação: "Porque não se diz quantos foram aqueles que abandonaram a Associação de Comerciantes do Porto nestes últimos anos?"; "Onde estão os benefícios dos 5 milhões de euros" atribuídos pelo Grupo Amorim à associação?, questiona. Nuno Camilo considera que "ainda é cedo" para falar de candidaturas alternativas, e de quem as protagonizará, mas admite que "um grupo alargado de associados" já está a reunir para "desenvolver um programa" de acção para a ACP, onde as próximas eleições devem decorrer em Maio de 2009. "Sabemos que os tempos são difíceis, mas é possível fazer muito mais e melhor", enfatiza.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
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