quinta-feira, 1 de outubro de 2009

SOBRE AS PRÓXIMAS PRESIDENCIAIS
Pedro Baptista
Muito em particular no contexto criado pelos últimos resultados eleitorais, as presidenciais que se avizinham são de grande importância para o país e, em particular, para o futuro da Partido Socialista.
Sendo breve, é muito claro para quem pretender ver claro, que, neste momento, o PS dispõe de uma espécie de candidato natural à presidência da República.
No entanto, preocupados com o facto do candidato ser tido como uma figura da ala esquerda do Partido Socialista, desenvolve-se já o costumeiro trabalho de intriga, com vista a boicotar a sua candidatura pelo Partido.
Seria a segunda vez consecutiva que tal aconteceria, tendo como resultado a aparente humilhação eleitoral do PS e a entrega da presidência a um hoimem de direita.
Na altura alguns consideraram que não viria mal ao mundo por Cavaco Silva ocupar Belém, antes pelo contrário. Foi difícil de disfarçar, a forma como se sentiram aliviados, quando, Manuel Alegre, por uma unha negra não logrou obrigar Cavaco a ma segunda volta. Entenderam que era preferível o Camarada Cavaco do que um tipo que faziua questão de se distanciar criticamente de qualquer evolução governamental que fosse no sentido das pretensas "reformas", a maioria das quais representando contra-reformas e retrocessos sociais. Como, por exemplo, conseguiriam fazer passar o Novo Código do Trabalho do Patronato para aumentsar a precariadade e a exploração sobre quem trabalha? Como conseguiriam correr com os professores mais experimentados e competentes, subsituindo-os por outros mais novos a quem poderiam impor o dobro do ritmo de trabalho, com qualidade necessariamente inferior, o que não se notará nas estatísticas manipuladas, mas repercurtir-se-á de forma dramática no futyuro da produtividade do país?
Todavia, por ironia do destino, as copisas não correram como pensavam e hoje, com Cavacop em Belén, e José Sócrates à frente do partido mais votado, temos uma situação inimaginável, que não pode augurar nada de bom para Portugal.
É por isso que Alegre, depois do milhão de votos obtido nas últimass eleições, depois do esmagamento humilhante para o PS de Mário Soares, (numa divisão de que o úmnicio responsável foi a liderança do PS) é neste momento o candidato natural e necessário do Partido Socialista às próximas pesidenciais!
Claro que isso significa inviabilidade da criação de qualquer maioria sistemática entre o PS e o CDS e dificilmente entre o PS e o PSD!
É por isso que os cozinheiros do Bloco central ou do PS-CDS andam preocupados por um quadro que lhes possa prejudicar a manutenção de lugares!
Hoje o diário i, para não ficar atrás do Público e do Diário de Notícias, traz uma primeira página encomendada com o pretenso interesse dos socialistas numa recandidatura de Jorge Sampaio!
Claro que é poeira, até porque as experiências em Portugal são suficientes para se perceber que o eleitorado não gosta de candidatos que passaram de tempo no desempenho de altos cargos, mesmo que com o maior mérito.
Se fosse verdade e não apenas uma "blague" para prejudicar uma candidatura de Alegre, era caso para dizer que no PS a casmurrice tinha tomado conta do poder: não teria bastado a experiência de Mário Soares, queriam também repeti-la com Sampaio! Entregando, claro está, de novo, o topo do Estado à figura cada vez mais sinistra, e mesmo duvidosa, do Camarada Caaco Silva!
Porque mesmo com o homem a desgatar-se como está, não há mais do que uma pessoa em Portugal no PS, com condições para o derrotar. Precisamente o que é capaz de fazer o pleno da Esquerda sociologicamente maioritária e ainda alastrar a muitos outros sectores dos sem-partido, do Centro e até da Direita, não pela sua postura em relação às contra-reformas, mas em relação á portugalidade, infelizmente com uma percepção demasiado centralista para o nosso gosto. Mas Alegre, não sendo um entusiasta, também não será um adversário da Regionalização como já declarou diversas vezes.

4 comentários:

AM disse...

Amigo Pedro

Lamento discordar.
Não vejo Alegre, que até me mereceria eventualmente alguma consideração moral e intelectual não fora a sua costela marialva, amante de touradas e caçadas, que para o resto já lá vai o tempo e as forças (à là M.S.Tavares)como alternativa credível a Cavaco, pois isso seria mais como uma escolha entre dois delírios o delírio da direita e o delírio da esquerda.

Para fazer figuras tristes já temos o Cavaco (como é que a Maria o deixou aparecer sem tomar os comprimidos?)

É claramente necessário uma forte candidatura de esquerda, mas tem que ser credível, o que claramente não é o caso de Alegre (em minha opinião claro).

Não poderá ser uma reedição de Sampaio pelas razões apontadas pelo Pedro, e já se viu, com Mário Soares que não funciona.

Sinceramente e como "out-sider" do PS, (mas muito atento), tenho ainda a ideia que existe apenas uma figura no PS com perfil ajustado para desempenhar o cargo de PR e com prestígio (desbaratado) suficiente para ser capaz de ganhar essa eleição.

Obviamente Guterres.

Um abraço do
António Moreira

José da Silva disse...

Guterres seria um bom nome se quisesse mas dificilmente faria o pleno à esquerda como Alegre. Até estou de acordo com as críticas de AM, mas Guterres tem mais vulnerabilidades do que Alegre. Aparece como demasiado próximo de Sócrates e até do PS, embora seja o oposto. Alegre dá garantia a todos de independência e só será atacado por aqueles que sonham com o pesadelo vermelho se o PS governar com alguém de esquerda, o que é uma pressão ditatorial e inaceitavel sobre as votações dos portugueses.
Entendamo-nos: se, por exercício imaginário, o BE ou a CDU tivessem a maioria absoluta era cada um deles que tinhaq de governar.
Quem tiver dúvidas sobre isto não é democrata, é fascistóide!

RENATOGOMESPEREIRA disse...

VOLTA GUTERRES....

Miguel Castro disse...

Concordo plenamente com a análise do Doutor Pedro Baptista nesta matéria. Cavaco Silva vem demonstrando grandes fragilidades no exercício das funções de Presidente da República, senão tomemos nota do que sucedeu há dias, quando Cavaco fez parar o País para nos brindar com uma declaração “no mínimo” confusa, com pouco de relevante (à imagem de intervenções anteriores), pecando por tardia e dando ideia de que fica algo por dizer...

Ponderando alternativas, consigo encontrar no PS mais 1 ou 2 nomes capazes de alcançar os resultados esperados, mas nenhum dando tantas garantias como Manuel Alegre. É um homem honesto, frontal, corajoso e que embora militante do Partido Socialista, vem provando ao longo do tempo estar disposto a afrontá-lo se o interesse do País assim o exigir. Ora, é isso que todos querem, um homem que diga “sim” quando se justificar, mas que diga “não” com a mesma veemência em nome do superior interesse da Nação. Portugal precisa de alguém que não esteja absolutamente absorvido por um partido e seja credível por si só! Estou convicto que Alegre será dos poucos candidatos capazes de somar votos à esquerda, que unida, na conjuntura actual, tem força mais do que suficiente para afastar Cavaco Silva de vez.

Nesse sentido, o nome de Guterres, avançado pelo António Moreira, também é muito do meu agrado. Infelizmente, não creio que aceitasse um eventual convite. Já Jorge Sampaio, embora tenha sido um bom Presidente da República, seria a repetição do erro cometido com Mário Soares, porquanto como disse (e bem) o Doutor Pedro Baptista, os portugueses não costumam ver com bons olhos candidatos que já exerceram as funções a que se candidatam. Aliás, daria até a ideia de que o PS tem falta de soluções, o que nem é o caso.