Centro Materno-Infantil do Porto é "um passo atrás" para recém-nascidos e suas mães, diz Octávio Cunha
26.11.2008, Lusa
A A criação do Centro Materno-Infantil (CMIN) do Porto é "um passo atrás" nos cuidados de saúde dos recém-nascidos e das suas mães, afirmou ontem à Lusa Octávio Cunha, ex-director do Serviço de Cuidados Intensivos Neonatais e Pediátricos (SCINP) do Hospital de Santo António, no Porto. A decisão de criar o CMIN está na origem da demissão de Octávio Cunha como director daquele serviço, que criou em 1992 e dirigiu durante 24 anos."Não quero fazer parte do que ali se está gerar", sustentou Octávio Cunha, numa entrevista concedida à Lusa, a propósito do lançamento de Adoráveis chantagistas, o livro apresentado, segunda-feira à noite, na Cooperativa Árvore no Porto.
26.11.2008, Lusa
A A criação do Centro Materno-Infantil (CMIN) do Porto é "um passo atrás" nos cuidados de saúde dos recém-nascidos e das suas mães, afirmou ontem à Lusa Octávio Cunha, ex-director do Serviço de Cuidados Intensivos Neonatais e Pediátricos (SCINP) do Hospital de Santo António, no Porto. A decisão de criar o CMIN está na origem da demissão de Octávio Cunha como director daquele serviço, que criou em 1992 e dirigiu durante 24 anos."Não quero fazer parte do que ali se está gerar", sustentou Octávio Cunha, numa entrevista concedida à Lusa, a propósito do lançamento de Adoráveis chantagistas, o livro apresentado, segunda-feira à noite, na Cooperativa Árvore no Porto.
Octávio Cunha opõe-se frontalmente ao modelo da grande unidade hospitalar monovalente. "Quando em todos os países avançados se está a optar por integrar as maternidades e os cuidados pediátricos em grandes unidades polivalentes, aptas a responder a todo o tipo de emergências, em Portugal vai fazer-se o contrário", afirmou. Para o clínico, esta decisão vai prejudicar a qualidade dos cuidados de saúde na região. "Já está a prejudicar, porque há muito tempo que não tínhamos aqui casos de morte de grávidas e já se registaram dois", afirmou.
Acrescentou que esta opinião é partilhada pelo menos por dois dos mais elevados responsáveis políticos pela decisão de criar o CMIN, que, apesar disso, nada fazem para o impedir. "Só não digo os seus nomes porque foram conversas privadas e eu respeito escrupulosamente a privacidade, mas é pena que essas pessoas não tenham a coragem de assumir as suas opiniões, o poder tem destas coisas", frisou.
Octávio Cunha, de 66 anos, formou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Lausanne, na Suíça (1970), onde se doutorou dois anos mais tarde. Nascido numa família de Aveiro com várias gerações de médicos, tinha começado a estudar Medicina em Coimbra, mas a sua actividade política na direcção da associação académica daquela universidade levou o regime de Salazar a decidir a sua expulsão de todo o sistema universitário português, o que o obrigou a completar a sua formação na Suíça. Lusa Octávio Cunha dirigiu durante 24 anos o Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos do Hospital de Santo António.
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