Manuel Alegre “dificilmente” será candidato às próximas eleições legislativas
16.11.2008 - 09h21 PÚBLICO
Manuel Alegre considera que “dificilmente” será candidato nas próximas eleições legislativas e afirma estar “num período de reflexão” sobre a sua participação numa campanha ao lado de José Sócrates, numa entrevista ao “Diário de Notícias” e TSF. “Não posso envolver-me numa campanha eleitoral se não estiver de acordo com o programa político nem com as políticas. Nem posso apoiar pessoas que nada têm a ver comigo”, disse Manuel Alegre. O socialista sublinhou que “para apoiar Sócrates terei de apoiar alguns dos seus apoiantes, e isso não posso fazer”. Segundo Manuel Alegre, "o partido [PS] neste momento é uma máquina eleitoral, é uma máquina de poder. Deixou de ter uma vida própria e uma vida autónoma, a direcção do partido é o Governo". Num momento em que a “esquerda está muito debilitada” e que existe um “défice de oposição”, Manuel Alegre declara estar “disponível para facilitar o diálogo e o encontro entre pessoas de diferentes quadrantes, para pensar em políticas”.
Muitos daqueles professores não voltarão a votar PS
Admitindo estar muito impressionado com as convulsões no sector da Educação, devido aos protestos contra o modelo de avaliação que nas últimas duas semanas puseram nas ruas duas manifestações de docentes, Manuel Alegre sublinhou que "muitos daqueles professores não voltarão a votar PS".
Manuel Alegre manifestou o desejo de ver José Sócrates e a ministra Maria de Lurdes Rodrigues a ouvir as pessoas, aqueles que estão no terreno. “Muitas vezes, o problema dos governos é que funcionam em circuito fechado”.“Faz-me impressão que os professores estejam a ser desmotivados, a perder a alegria e o gosto de ensinar”.Para o socialista, o impasse entre Governo e professores não se resolve apenas com a negociação com os sindicatos. “Havia que encontrar uma forma de o Governo ouvir aqueles que estão no terreno!”.
Quanto ao modelo de avaliação dos docentes, Manuel Alegre considera que se deviam corrigir erros, tornando-o menos burocrático, “com coisas menos estapafúrdias” como o facto de um “professor recém-estagiário estar a avaliar outro que já tem um mestrado ou que até tem um doutoramento”.
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