Milhares de professores manifestaram-se em Lisboa
Sindicatos acusam ministério de avançar com medidas para avaliação antes da negociaçã028.11.2008 - 09h24 Isabel Leiria
O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, acusou ontem o Ministério da Educação (ME) de estar a “impor” às escolas que avancem com os procedimentos inerentes à avaliação simplificada antes mesmo de o processo negocial se iniciar.
O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, acusou ontem o Ministério da Educação (ME) de estar a “impor” às escolas que avancem com os procedimentos inerentes à avaliação simplificada antes mesmo de o processo negocial se iniciar.
“Isto prova que a negociação para o ME é uma farsa, um simulacro”, criticou, no início de mais um protesto de docentes, que ontem juntou milhares em Lisboa, Setúbal, Santarém e Caldas da Rainha.
Apesar de a primeira reunião com os sindicatos estar marcada para hoje, Nogueira garante que nos encontros que as direcções regionais de Educação estão a ter com as escolas, está a ser dito aos professores que “têm de avançar com os procedimentos”. E que há conselhos executivos que já passaram essas instruções para o seu corpo docente. É o caso do Agrupamento de Escolas de Seia, que, afirma Nogueira, já enviou aos seus professores um inquérito onde se pede que digam se querem ser avaliados pelo coordenador do departamento ou por um docente da sua área disciplinar e se desejam ser observados em três aulas. Estes são três dos aspectos que integram a proposta de simplificação da avaliação anunciada pela tutela.Nesse inquérito, ontem mostrado pelo secretário-geral da Fenprof, pede-se que as respostas sejam dadas até 3 de Dezembro, “atendendo às alterações introduzidas no processo de avaliação docente”. “A legislação que permite aos professores fazer essas opções não existe”, reforça Nogueira.
Certo é que as hipóteses de a negociação que hoje se inicia terminar num acordo são muito escassas. Ontem, junto à sede do ministério, em Lisboa onde entre 1500 a dois mil professores de manifestaram, vários dirigentes sindicais reafirmaram que apenas aceitam a suspensão do modelo de avaliação.“O que dizemos é que, se a ministra afirmar que o modelo está suspenso, então estaremos disponíveis para não se cair no vazio. Depois disso, apresentaremos a nossa proposta para que os docentes sejam avaliados este ano lectivo, que não passa pela atribuição administrativa da mesma nota a todos”, explica Mário Nogueira.
Não se conhecem muitos pormenores sobre o modelo transitório defendido pela plataforma sindical, sabendo-se apenas que pretende ser menos burocrático e sem quotas no acesso às notas mais altas. O sistema assentaria na auto-avaliação do professor sobre o seu trabalho científico-pedagógico, com a participação do conselho pedagógico. A vertente científico-pedagógica é precisamente aquela que o ME se mostrou disponível para abandonar. Assim, um professor que não queira ser submetido à observação de aulas apenas é avaliado pelo conselho executivo. Mas fica impedido de ter “Muito Bom” ou “Excelente”. Os parâmetros de avaliação incluídos nesta ficha incluem a assiduidade e o cumprimento do serviço atribuído, a participação na vida da escola, a formação contínua e a relação com a comunidade.
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