Turbulência continua a marcar os dias na banca
Futuro do Banco Privado Português passou para as mãos do Governo
Não nos digam que, com os impostos, também vamos pagar as fortunas que perderam na roleta? Perderam? Perderam, perderam, não jogassem. E só perde quem tem. Como pode quem não tem pagar a quem tinha e, por ganância, tudo perdeu? O Ministério das Finanças vai alinhar com isto? Deve ser por isso que não há impostos sobre quem pouco tem que lhes satisfaça a voracidade desenfreada.(Aumento da carga fiscal já vai em 5,1%). Não há dúvida que o sistema faliu. É preciso outro, sem agiotas, ao serviço dos cidadãos. O que caracteriza a situação actual é: agiotas por um lado, cidadãos por outro. E governos ao serviço dos primeiros procurando evitar que os segundos lhes peçam contas. Neste caso, as contas propriamente ditas. Aos agiotas e, a continuar, aos governos. (PB)
(Público) 21.11.2008 - 09h11Cristina Ferreira
Depois do BPN, as Finanças têm outro problema pela frente que se chama BPPO futuro do Banco Privado Português (BPP) está nas mãos das autoridades, que nos últimos dias têm procurado encontrar uma solução para resolver o actual impasse que se vive na gestora de activos e de fortunas.Durante a semana, o Ministério das Finanças, através do secretário de Estado, Carlos Costa Pina, manteve contactos com parte do sistema financeiro nacional no sentido de encontrar um comprador para o BPP. A iniciativa não vingou, nomeadamente junto da CGD e do BCP, que consideraram que a instituição tinha associados riscos elevados.Em desespero de causa, os clientes do BPP admitiam que o dossier tivesse chegado durante a tarde de ontem ao BPI para ser analisado. Mas não terá havido abertura para o estudar, tendo em conta a natureza da instituição e as condições dos mercados. Não foi possível confirmar a informação junto do grupo liderado por Fernando Ulrich. João Rendeiro não esteve disponível para responder ao contacto do PÚBLICO. Em causa está um contexto de extrema vulnerabilidade do BPP, que tem alavancado a sua actividade no segmento de fundos de private equity (de altíssimo risco), o que já levou as agências de análise de risco a reverem em baixa o rating internacional (que mede a força de um banco) de D+ para D e a classificação da dívida de longo prazo de Ba3 para Ba2.Clientes preocupadosNos últimos dias, e com receio de que o BPP possa enfrentar um bloqueio de liquidez, um número crescente de clientes têm tentado levantar os depósitos (de rentabilidade garantida) e solicitar a retirada dos seus capitais dos veículos de investimento constituídos pelo próprio banco para investir nos mercados bolsistas (que investem num número restrito de activos). O banco funcionava através de várias holdings, nas quais possui uma posição minoritária, e cuja maioria do capital foi subscrito por clientes, que temem agora ficar sem o dinheiro ali aplicado, dada a queda contínua dos mercados accionistas. Durante vários anos, esta solução foi altamente rentável, gerando grandes mais-valias para os clientes do BPP (de elevados rendimentos), mas, com a crise financeira, o modelo de negócio revelou--se fatal (o BPP tem cerca de três mil clientes). É neste contexto que o Governo admite intervir. Na quarta-feira, ficou a saber que o BPP (a holding que o controla tem um capital social de 150 milhões de euros) tinha recorrido ao aval do Estado para se poder ir financiar em 750 milhões de euros nos mercados internacionais. Isto porque o Citigroup exigia uma garantia pública para emprestar a João Rendeiro 500 milhões de euros. A garantia estatal de 20 mil milhões de euros, criada pelo Governo, destina-se a ser usada pelos bancos comerciais que concedem crédito aos particulares e às empresas, uma actividade que o BPP não desenvolve. Tendo em conta a natureza do BPP e a sua dimensão, dificilmente o Banco de Portugal e o ministério poderão dar luz verde ao aval de 750 milhões. Daí terem procurado antes encontrar uma solução que resultasse na absorção da instituição por outra. Se esta via falhar, admite-se que o BdP e as Finanças acabem por dar um aval, embora de menor valor, e mais adequado à dimensão do banco de João Rendeiro. Outra hipótese de salvamento pode passar pelo BdP, que, do ponto de vista legal, tem possibilidade de ajudar um banco em dificuldades (metendo lá dinheiro). Neste caso, o Governo indicará administradores provisórios para o BPP. Os esforços das autoridades para "salvar" um banco como o BPP é evitar o risco sistémico. Ou seja: que a des-confiança no sistema financeiro se alastre a todo o sector, em particular à banca comercial que recebe depósitos e dá crédito à economia.
Futuro do Banco Privado Português passou para as mãos do Governo
Não nos digam que, com os impostos, também vamos pagar as fortunas que perderam na roleta? Perderam? Perderam, perderam, não jogassem. E só perde quem tem. Como pode quem não tem pagar a quem tinha e, por ganância, tudo perdeu? O Ministério das Finanças vai alinhar com isto? Deve ser por isso que não há impostos sobre quem pouco tem que lhes satisfaça a voracidade desenfreada.(Aumento da carga fiscal já vai em 5,1%). Não há dúvida que o sistema faliu. É preciso outro, sem agiotas, ao serviço dos cidadãos. O que caracteriza a situação actual é: agiotas por um lado, cidadãos por outro. E governos ao serviço dos primeiros procurando evitar que os segundos lhes peçam contas. Neste caso, as contas propriamente ditas. Aos agiotas e, a continuar, aos governos. (PB)
(Público) 21.11.2008 - 09h11Cristina Ferreira
Depois do BPN, as Finanças têm outro problema pela frente que se chama BPPO futuro do Banco Privado Português (BPP) está nas mãos das autoridades, que nos últimos dias têm procurado encontrar uma solução para resolver o actual impasse que se vive na gestora de activos e de fortunas.Durante a semana, o Ministério das Finanças, através do secretário de Estado, Carlos Costa Pina, manteve contactos com parte do sistema financeiro nacional no sentido de encontrar um comprador para o BPP. A iniciativa não vingou, nomeadamente junto da CGD e do BCP, que consideraram que a instituição tinha associados riscos elevados.Em desespero de causa, os clientes do BPP admitiam que o dossier tivesse chegado durante a tarde de ontem ao BPI para ser analisado. Mas não terá havido abertura para o estudar, tendo em conta a natureza da instituição e as condições dos mercados. Não foi possível confirmar a informação junto do grupo liderado por Fernando Ulrich. João Rendeiro não esteve disponível para responder ao contacto do PÚBLICO. Em causa está um contexto de extrema vulnerabilidade do BPP, que tem alavancado a sua actividade no segmento de fundos de private equity (de altíssimo risco), o que já levou as agências de análise de risco a reverem em baixa o rating internacional (que mede a força de um banco) de D+ para D e a classificação da dívida de longo prazo de Ba3 para Ba2.Clientes preocupadosNos últimos dias, e com receio de que o BPP possa enfrentar um bloqueio de liquidez, um número crescente de clientes têm tentado levantar os depósitos (de rentabilidade garantida) e solicitar a retirada dos seus capitais dos veículos de investimento constituídos pelo próprio banco para investir nos mercados bolsistas (que investem num número restrito de activos). O banco funcionava através de várias holdings, nas quais possui uma posição minoritária, e cuja maioria do capital foi subscrito por clientes, que temem agora ficar sem o dinheiro ali aplicado, dada a queda contínua dos mercados accionistas. Durante vários anos, esta solução foi altamente rentável, gerando grandes mais-valias para os clientes do BPP (de elevados rendimentos), mas, com a crise financeira, o modelo de negócio revelou--se fatal (o BPP tem cerca de três mil clientes). É neste contexto que o Governo admite intervir. Na quarta-feira, ficou a saber que o BPP (a holding que o controla tem um capital social de 150 milhões de euros) tinha recorrido ao aval do Estado para se poder ir financiar em 750 milhões de euros nos mercados internacionais. Isto porque o Citigroup exigia uma garantia pública para emprestar a João Rendeiro 500 milhões de euros. A garantia estatal de 20 mil milhões de euros, criada pelo Governo, destina-se a ser usada pelos bancos comerciais que concedem crédito aos particulares e às empresas, uma actividade que o BPP não desenvolve. Tendo em conta a natureza do BPP e a sua dimensão, dificilmente o Banco de Portugal e o ministério poderão dar luz verde ao aval de 750 milhões. Daí terem procurado antes encontrar uma solução que resultasse na absorção da instituição por outra. Se esta via falhar, admite-se que o BdP e as Finanças acabem por dar um aval, embora de menor valor, e mais adequado à dimensão do banco de João Rendeiro. Outra hipótese de salvamento pode passar pelo BdP, que, do ponto de vista legal, tem possibilidade de ajudar um banco em dificuldades (metendo lá dinheiro). Neste caso, o Governo indicará administradores provisórios para o BPP. Os esforços das autoridades para "salvar" um banco como o BPP é evitar o risco sistémico. Ou seja: que a des-confiança no sistema financeiro se alastre a todo o sector, em particular à banca comercial que recebe depósitos e dá crédito à economia.
1 comentário:
Esta não lembra ao diabo. Os neoliberais que desapareceram e já não dizem que o mercado resolve tudo, como se está a ver, querem agora com o BPP pedir ao Estado que com dinheiro dos contribuintes avalize um empréstimo de 750 ilhões. Agora é so milhões para a Banca e para o capitalismo de casino.
Para combater o desemprego e a FOME não havia dinheiro.
O BPP não é um banco comercial. É gestor de grandes fortunas por isso os accionistas que avancem com a massaroca para o salvar.
Um dos principais accionistas, segundo li hoje, o senhor Joaquim Coimbra adquiriu hoje 33% do SOL à Cofina. Afinal anda por aí muito dinheiro.
Quem arrisca na bolsa ganha e perde, mas o Estado não pode dar cobertura a isto.
Contnuo a não uvir nada sobre encerrar offshores.
Hoje o Dr. Dias Loureiro tem um programa especial na RTP para explicar o que andou a fazer durante 5 anos no BPN. É interessante como se conseguem estas entrevistas de um dia para o outro. E na televisão pública. Será que o Pais quer saber o que andou a fazer Dias Loureiro no BPN? Duvido.
Já agora podia explicar o negócio do Ministro Sanches que também esteve no BPN sobre o confuso concurso do SERIDE, parece que é assim, que com um abatimento de 50 milhões foi arrumado.O António Costa deve saber.
Isto vai ser uma novela do caraças como dizia um amigo meu.
Anda muita gente a dormir mal e as armácias estão a esgotar os comprimidos.
Não nos vamos distrair mais com a avaliação dos professores.
As ideias, os principios, a política, as mudanças no Mundo, a Globalização, a Regionalização, o capitalismo selvagem, o PS Porto e nacional, a esquerda,as causas, não podem ser esquecidas e debatidas.
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