Rio lança dúvidas sobre linha do Campo Alegre
Presidente da Câmara criticou solução na Assembleia Municipal
O homem que nunca tem dúvidas, afinal... O PS fez bem em votar a proposta do BE, que pedia a redifinição dos prazos, encurtando-os, certamente de acordo com os compromissos de calendário tomados outrora pelo Governo... O PS-Porto, Distrital e Concelhio, deve ter a iniciativa de pressionar o Governo para o encurtamento dos prazos. Afinal, não é o próprio Sócrates, a dizer-nos hoje que o investimento público é fundamental neste momento da crise para combater a recessão? Ora aqui está, no Metro do Porto, um bom espaço para o fazer com viabilidade e rendabilidade certas. (PB)
(JN) HUGO SILVA, 19,11,2008
O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, duvida que seja possível concretizar a linha de metro pelo Campo Alegre, de acordo com o que foi apresentado até agora. Na Assembleia Municipal, o autarca levantou muitas reticências.
"Imaginem que não se faz a linha da Boavista - e isso não me perturba particularmente, ao contrário do que se possa pensar - e faz-se a linha do Campo Alegre. Se tirarmos as imagens do 'Google' com uns riscos em cima [apresentadas pelo Governo], os senhores têm alguma ideia de como se pode fazer aquela linha?", perguntou Rui Rio aos deputados.
"Passa à superfície na Católica? Em viaduto junto ao Fluvial? Já imaginaram um viaduto a passar junto às piscinas do Fluvial?", continuou o autarca, pondo em causa os pressupostos do projecto idealizado pela Comissão Executiva da Empresa do Metro e defendido pelo Governo.
Conforme noticiou o JN, a ligação pelo canal do Campo Alegre sairá de Matosinhos Sul atravessando o Parque da Cidade num novo viaduto. No Castelo do Queijo, passará por baixo da Avenida da Boavista, voltando à superfície na futura Via Nun'Álvares. Continuará à superfície pela Rua de Diogo Botelho, ultrapassará o vale do Fluvial em viaduto e volta ao subsolo em frente ao Ipanema Park, rumo a S. Bento.
Rui Rio insiste que o Governo só apresentou uns "riscos" numas imagens do "Google". "Quando me explicarem exactamente como é feita a linha, talvez aí tenhamos de nos inclinar para um lado ou para o outro", declarou, aludindo à alternativa pela Avenida da Boavista, que, recordou, é defendida pela Faculdade de Engenharia.
Rui Rio explicou que, até 2003, era contra a linha da Boavista, mas que aceitou a sua execução em nome do "equilíbrio metropolitano da rede". Posição que o autarca social-democrata mantém.
"Quando o metro começou, também se dizia que a ligação subterrânea Campanhã-Trindade-S. Bento era impossível. Mas ela aí está", disse Gustavo Pimenta (PS), comentando as dúvidas quanto à linha do Campo Alegre.
"Para a engenharia de hoje não há impossíveis", acrescentou.
A situação do projecto do metro dominou a Assembleia Municipal extraordinária realizada anteontem à noite. PSD, CDS, CDU e BE criticaram o adiamento da expansão da rede, com o PS a defender que o novo plano, apresentado pela Metro e pelo Governo, representa um acréscimo em relação às linhas que estavam previstas. "A proposta tem maior extensão e melhores soluções", indicou Gustavo Pimenta (PS).
Acabariam por ser aprovadas duas moções - uma do PSD, outra da CDU - exigindo que as linhas previstas no memorando assinado pela Junta Metropolitana e pelo Governo avancem a curto prazo. O texto comunista repudia, ainda, a "discriminação da região do Porto por este Governo".
Na bancada PS, que votou contra as moções, houve uma voz dissonante. "O Governo tem a obrigação ética de respeitar os compromissos assumidos com esta cidade em relação ao metro", justificou Jorge Olímpio Bento, socialista que votou ao lado de PSD, CDS, CDU e BE. A intervenção causou grande embaraço e desconforto na liderança da bancada.
Os deputados socialistas votaram favoravelmente uma outra moção, do BE, que exigia ao Governo, entre outras medidas, a redefinição de prazos mais curtos. Segundo o PS, as moções da CDU e do PSD só visavam atacar o Governo, enquanto a do BE procurava uma solução para o problema. Só que o documento bloquista seria reprovado pela maioria PSD/PP, contestando as críticas a governos daquela coligação.
Presidente da Câmara criticou solução na Assembleia Municipal
O homem que nunca tem dúvidas, afinal... O PS fez bem em votar a proposta do BE, que pedia a redifinição dos prazos, encurtando-os, certamente de acordo com os compromissos de calendário tomados outrora pelo Governo... O PS-Porto, Distrital e Concelhio, deve ter a iniciativa de pressionar o Governo para o encurtamento dos prazos. Afinal, não é o próprio Sócrates, a dizer-nos hoje que o investimento público é fundamental neste momento da crise para combater a recessão? Ora aqui está, no Metro do Porto, um bom espaço para o fazer com viabilidade e rendabilidade certas. (PB)
(JN) HUGO SILVA, 19,11,2008
O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, duvida que seja possível concretizar a linha de metro pelo Campo Alegre, de acordo com o que foi apresentado até agora. Na Assembleia Municipal, o autarca levantou muitas reticências.
"Imaginem que não se faz a linha da Boavista - e isso não me perturba particularmente, ao contrário do que se possa pensar - e faz-se a linha do Campo Alegre. Se tirarmos as imagens do 'Google' com uns riscos em cima [apresentadas pelo Governo], os senhores têm alguma ideia de como se pode fazer aquela linha?", perguntou Rui Rio aos deputados.
"Passa à superfície na Católica? Em viaduto junto ao Fluvial? Já imaginaram um viaduto a passar junto às piscinas do Fluvial?", continuou o autarca, pondo em causa os pressupostos do projecto idealizado pela Comissão Executiva da Empresa do Metro e defendido pelo Governo.
Conforme noticiou o JN, a ligação pelo canal do Campo Alegre sairá de Matosinhos Sul atravessando o Parque da Cidade num novo viaduto. No Castelo do Queijo, passará por baixo da Avenida da Boavista, voltando à superfície na futura Via Nun'Álvares. Continuará à superfície pela Rua de Diogo Botelho, ultrapassará o vale do Fluvial em viaduto e volta ao subsolo em frente ao Ipanema Park, rumo a S. Bento.
Rui Rio insiste que o Governo só apresentou uns "riscos" numas imagens do "Google". "Quando me explicarem exactamente como é feita a linha, talvez aí tenhamos de nos inclinar para um lado ou para o outro", declarou, aludindo à alternativa pela Avenida da Boavista, que, recordou, é defendida pela Faculdade de Engenharia.
Rui Rio explicou que, até 2003, era contra a linha da Boavista, mas que aceitou a sua execução em nome do "equilíbrio metropolitano da rede". Posição que o autarca social-democrata mantém.
"Quando o metro começou, também se dizia que a ligação subterrânea Campanhã-Trindade-S. Bento era impossível. Mas ela aí está", disse Gustavo Pimenta (PS), comentando as dúvidas quanto à linha do Campo Alegre.
"Para a engenharia de hoje não há impossíveis", acrescentou.
A situação do projecto do metro dominou a Assembleia Municipal extraordinária realizada anteontem à noite. PSD, CDS, CDU e BE criticaram o adiamento da expansão da rede, com o PS a defender que o novo plano, apresentado pela Metro e pelo Governo, representa um acréscimo em relação às linhas que estavam previstas. "A proposta tem maior extensão e melhores soluções", indicou Gustavo Pimenta (PS).
Acabariam por ser aprovadas duas moções - uma do PSD, outra da CDU - exigindo que as linhas previstas no memorando assinado pela Junta Metropolitana e pelo Governo avancem a curto prazo. O texto comunista repudia, ainda, a "discriminação da região do Porto por este Governo".
Na bancada PS, que votou contra as moções, houve uma voz dissonante. "O Governo tem a obrigação ética de respeitar os compromissos assumidos com esta cidade em relação ao metro", justificou Jorge Olímpio Bento, socialista que votou ao lado de PSD, CDS, CDU e BE. A intervenção causou grande embaraço e desconforto na liderança da bancada.
Os deputados socialistas votaram favoravelmente uma outra moção, do BE, que exigia ao Governo, entre outras medidas, a redefinição de prazos mais curtos. Segundo o PS, as moções da CDU e do PSD só visavam atacar o Governo, enquanto a do BE procurava uma solução para o problema. Só que o documento bloquista seria reprovado pela maioria PSD/PP, contestando as críticas a governos daquela coligação.
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