sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A Madeira e a Oposição
Por Joaquim Pinto da Silva
Pois se em vez de Jardim tivéssemos alguém da "esquerda" encartada a dirigir a governação local, tudo se passaria na mesma: o Estado a sustentar a oligarquia partidária, a sociedade civil sem hipóteses de se mexer ou fazer ouvir, e isto tanto política, como cultural, como empresarialmente.
Qualquer oposição seria trucidada e apelidada de estar ao serviço do colonialismo capitalista de Lisboa, qualquer veleidade empresarial teria de se submeter à lógica de interesses do Estado local, pois este "é o garante do desenvolvimento, da estabilidade e do aprofundamento autonómico". Jardim é um adversário temível para certa "esquerda" (numerosa e desonesta intelectualmente) pois não o podem acusar de estar ao serviço do "capitalismo internacional nem sequer nacional". Jardim está ao serviço do mais fanático capitalismo de Estado ("socialismo de Estado" também se poderia chamar), aquele que alimenta uma máquina, um aparelho de Estado, servido por uma economia que é partida e destino de toda a actividade local.
Como atacar um Estado governado em perfeita pirâmide centralizadora, que alimenta magnanimamente a estrutura de um partido (e alguns "opositores") e que conseguiu um desenvolvimento sem par nas suas ilhas, com a satisfação de uma maioria apática?
No fim de contas, Jardim é o alter-ego dos "anti-capitalistas" do continente. Só assim se percebe, que a oposição na Madeira, do PS ao PCP, passando pelo Bloco, seja a coisa mais ineficaz que jamais vi.
Valha-nos que ali ainda há o José Manuel Coelho, o da bandeira nazi… que podia também ser da foice e do martelo!

1 comentário:

Anónimo disse...

Podia ser o da foice e martelo até porque o José Manuel Coelho já foi do PCP ou pelo menos da CDU.