segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O perigo das palavras
Manuel António Pina
(JN) 21.9.09
Como o outro diz, há palavras que nos beijam. Ok, mas também há as que atropelam e fogem. As palavras não merecem confiança, há adjectivos que, às esquinas das frases, atacam honestos substantivos de regresso do trabalho diminuindo-os e enxovalhando-os, verbos que, em vez fazerem o discurso progredir, lhe travam o caminho e comprometem o sentido, advérbios preguiçosos, preposições despropositadas, sei lá que mais.
E, depois, há as apenas inconvenientes e mal formadas que, uma vez pronunciadas, se nos agarram como uma pastilha elástica pisada e podem dar cabo de uma reputação, como o "hádem" de Jorge Coelho ou os "houveram" da ministra Lurdes Rodrigues. Agora que as palavras andam por aí à solta, nos debates, nos comícios, nas declarações inflamadas, é bom que os políticos se cuidem. Sócrates, por exemplo, deveria estar de olho naquele "avançar", do slogan "Avançar Portugal", que pode muito bem significar "passar por cima de", e Ferreira Leite faria bem em desconfiar do substantivo "Verdade", que é dado a engasgar quem o usa e depois, sobretudo quando escrito com maiúscula, é difícil de engolir.

2 comentários:

Anónimo disse...

110 camiometas vindas de todo o lado para encher a mini-praça D. João I? Nova profissão: os enchedores de comicios. Mais teve o PC no Palácio. Alguém ouviu alguma coisa do que disserâo? Tudo desmobilisado. Tudo ali no faz de conta. Boa parte dos presentes é menino pra nem votar PS.

Polícia de Giro disse...

Mais um bloquista entre os muitos qe enchem este blog. São mais do Boloco que do PS. Tudo infiltrados. O Comício do Porto foi uma dos maiores de sempre.O PS vai renovar a maioria absoluta! ABSOLUTA, ouviram bloquistas!