terça-feira, 22 de abril de 2008

Crise económica cria apreensão em Sócrates


Mas afinal se "não se pode passar para fora" " a dimensão da crise" que "teria um efeito desastroso" de "depressão colectiva", quem passa para fora estas notícias da reunião do Grupo Parlamentar? Seremos nós?


Alexandra Marques (JN) 22.o4.2008 O primeiro-ministro está muito preocupado com as consequências para Portugal da conjuntura económica externa que tende a agravar-se em 2009, ano em que se realizam três eleições europeias, autárquicas e legislativas. Por isso pediu aos deputados do PS que, apesar de estarem por dentro das verdadeiras dificuldades que o país terá de enfrentar, que não as deixem transparecer para fora.
Foi na reunião com a bancada parlamentar, na passada quinta-feira, que José Sócrates mostrou a sua apreensão pelo rumo que a economia ocidental está a tomar. Ciente de que o Governo não tem forma de travar a gravidade da crise internacional, Sócrates lembrou aos socialistas de que, em 2005 quando o Governo tomou posse, o barril de petróleo custava 60 dólares e agora ultrapassa os 100 dólares. Num discurso de dramatização em que se mostrou expectante em relação ao futuro, o secretário-geral afirmou que nos últimos três anos foram ganhas batalhas muito duras, mas que o pior pode ainda estar para vir. Contudo, terá dado a entender, que a apenas um ano de um ciclo eleitoral tão consecutivo e com as sondagens a não darem garantias sobre uma eventual repetição da maioria absoluta, os socialistas não podem deixar transparecer esse estado de espírito. "Não se pode passar a ideia de desânimo para fora" foi, segundo um dos presentes, a mensagem de Sócrates, alegando que falar aos portugueses sobre a verdadeira dimensão da crise causaria uma depressão colectiva, com o mesmo efeito desastroso do "discurso da tanga" de Durão Barroso no início do seu mandato, em 2002.

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