Onde é que já vimos este filme? Começam a desenhar-se invariáveis permanentes na vida partidária portuguesa, que degradam e desacreditam a democracia. Se nos partidos quase todos é isto que sucede invariavelmente, com frustração nas tentativas reformadoras, que fazer? Persistir nelas, ou procurar caminhos legais exteriores aos partidos para o seu interior, que salvem o funcionamento democrático destas ante-câmaras da democracia institucional? Não esqueçamos que tudo o que se passa na luta pelo poder dentro dos partidos vai decidir grande parte das listas sobre as quais os cidadãos vão decidir nos actos eleitorais externos. Assim sendo, se não há legalidade, transparência e democracia nas lutas internas partidárias, isso implica que as propostas sobre que os cidadãos eleitores se debruçam estão viciadas e portanto é todo o sistema democrático que não funciona. E como é possível que seja a vida interna dos partidos o pior exemplo do funcionamento da democracia, quando se suporia exactamente o contrário? Como fica a questão da realidade, da imagem e da pedagogia? Que esperar do futuro se continuarmos assim?
(Público) 09.04.2008, Margarida Gomes
O candidato à presidência da distrital do Porto do CDS, Vítor Faria, insurgiu-se ontem contra a "falta de isenção" do processo eleitoral que decorre hoje e denunciou a existência de dois cadernos eleitorais. Um deles é fornecido pela secretaria-geral do partido, outro pelo presidente da mesa do plenário distrital, no qual constam a Juventude Popular e a Federação dos Trabalhadores Democratas-Cristãos, uma situação que o leva a falar de "fraude". É que nem todos os que militam na JP ou na FTDC são militantes do partido.Adversário de Álvaro Castelo-Branco, que se candidata ao sexto mandato, Vítor Faria acusa o presidente do plenário eleitoral, Henrique Campos Cunha, de não ter facultado à sua candidatura informações relativas ao pagamento das quotas, à credenciação dos delegados às mesas eleitorais e à prestação de contas. Em comunicado divulgado ontem à noite, o candidato denuncia várias "situações de incumprimento, desde a recusa em facultar a listagem dos militantes do CDS no distrito do Porto, à alteração do local do voto em Matosinhos já depois da convocação das eleições sem que a sua lista tivesse sido informada". "Nestas condições torna-se impossível realizar eleições sérias. O resultado está antecipadamente definido: tudo muito parecido com o regime cubano e outros regimes de democracia de fachada", afirma, garantindo que não vai desistir. "É preciso que todos saibam que no CDS do Porto há quem defenda a lisura e a transparência de procedimentos", lê-se no texto. Vítor Faria lamenta que o seu opositor, o vice-presidente e vereador do Ambiente na Câmara do Porto, Álvaro Castelo-Branco, não tenha cedido os jardins do Palácio de Cristal para a conferência de imprensa para anunciar formalmente a sua candidatura. "Há 33 anos não nos deixaram sair do Palácio de Cristal, agora não permitiram a nossa entrada, sendo que aqueles que não nos deixaram entrar são pessoas do CDS", disse ao PÚBLICO, numa alusão ao cerco do congresso do CDS em 1975.
O candidato à presidência da distrital do Porto do CDS, Vítor Faria, insurgiu-se ontem contra a "falta de isenção" do processo eleitoral que decorre hoje e denunciou a existência de dois cadernos eleitorais. Um deles é fornecido pela secretaria-geral do partido, outro pelo presidente da mesa do plenário distrital, no qual constam a Juventude Popular e a Federação dos Trabalhadores Democratas-Cristãos, uma situação que o leva a falar de "fraude". É que nem todos os que militam na JP ou na FTDC são militantes do partido.Adversário de Álvaro Castelo-Branco, que se candidata ao sexto mandato, Vítor Faria acusa o presidente do plenário eleitoral, Henrique Campos Cunha, de não ter facultado à sua candidatura informações relativas ao pagamento das quotas, à credenciação dos delegados às mesas eleitorais e à prestação de contas. Em comunicado divulgado ontem à noite, o candidato denuncia várias "situações de incumprimento, desde a recusa em facultar a listagem dos militantes do CDS no distrito do Porto, à alteração do local do voto em Matosinhos já depois da convocação das eleições sem que a sua lista tivesse sido informada". "Nestas condições torna-se impossível realizar eleições sérias. O resultado está antecipadamente definido: tudo muito parecido com o regime cubano e outros regimes de democracia de fachada", afirma, garantindo que não vai desistir. "É preciso que todos saibam que no CDS do Porto há quem defenda a lisura e a transparência de procedimentos", lê-se no texto. Vítor Faria lamenta que o seu opositor, o vice-presidente e vereador do Ambiente na Câmara do Porto, Álvaro Castelo-Branco, não tenha cedido os jardins do Palácio de Cristal para a conferência de imprensa para anunciar formalmente a sua candidatura. "Há 33 anos não nos deixaram sair do Palácio de Cristal, agora não permitiram a nossa entrada, sendo que aqueles que não nos deixaram entrar são pessoas do CDS", disse ao PÚBLICO, numa alusão ao cerco do congresso do CDS em 1975.
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