quarta-feira, 9 de abril de 2008

Rio arguido por difamação


Rui Rio continua sem aceitar subjugar-se ao estado de direito. Não suporta magistrados que o investiguem ou o ponham na alçada da lei. A verdade é que não há memória dum presidente de Câmara do Porto com tanto processos judiciais que são custeados, não por ele, mas por todos nós. Para quem se dizia campeão da seriedade, isto de passar a vida a bater com os costados nos órgãos judiciais dá que pensar a qualquer um. Nem há memória de uma Câmara com a perspectiva de pagar indemnizações tão graúdas, em resultados da teimosia e inépcia políticas de Rui Rio. De resto a "cena" dos concursos para os tratamentos de lixo levantada pelo "Semanário económico" promete exactamente disso: muito lixo.
( JN) 9.04.2008 O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, foi hoje constituído arguido na sequência de uma queixa por difamação, disse à Lusa fonte do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto. A queixa partiu de um cidadão cuja fotografia terá sido publicada, sem a sua autorização, na revista da Câmara do Porto, a ilustrar um artigo sobre arrumadores de automóveis. Ao sair das instalações do DIAP, Rui Rio confirmou ter sido ouvido na sequência desta queixa, tendo sido constituído arguido, pelo crime de difamação. O autarca ficou sujeito à medida de coacção mais leve de termo de identidade e residência."De facto, sou o responsável pela publicação dessa fotografia, na qualidade de presidente da Câmara", reconheceu Rui Rio, em declarações aos jornalistas à saída do DIAP/Porto. Visivelmente agastado, o autarca frisou que é a terceira vez que é ouvido no DIAP desde que assumiu este cargo. "Antes nunca cá tinha entrado, mas desde que estou na Câmara já vim aqui muitas vezes, a primeira foi quando resolvi combater as baixas fraudulentas na Câmara do Porto e ter enviado o processo para a Ordem dos Médicos, fui ouvido e constituído arguido", disse. O autarca referiu que o mesmo aconteceu quando mandou para a Ordem dos Advogados uma auditoria interna aos serviços jurídicos da autarquia e também quando se empenhou em acabar as obras do Túnel da Rua de Ceuta. "Hoje fui constituído arguido por ter saído uma fotografia na revista da Câmara Municipal do Porto de um arrumador que por sinal está com o chapéu enterrado na cabeça até ao nariz e nem se reconhece quem possa ser", disse o autarca. Rui Rio referiu que não enjeita as suas responsabilidades neste caso. "Se aqui há algum crime, de facto, o responsável sou eu, estou aqui para assumir as responsabilidades. É preciso aferir se é crime publicar uma fotografia sobre arrumadores, em que aparece um entre outros com um chapéu enterrado até ao nariz", afirmou, escusando-se a efectuar mais comentários sobre a matéria. Uma fonte do DIAP disse aos jornalistas que Rui Rio também tinha sido ouvido como ofendido num processo que a Câmara interpôs contra o Semanário Económico por na sua edição de 4 a 10 de Abril último ter publicado um artigo sob o título "Concurso polémico faz tremer coligação PSD/CDS". No artigo, aquele semanário refere que os concursos para as concessões do tratamento de lixo em três zonas da cidade, abertos pela autarquia, terão causado mal-estar na coligação. Alegadamente um dos consórcios escolhidos integrava uma pessoa com ligações ao vice-presidente da Câmara do Porto, o centrista Álvaro Castelo Branco, que teve a responsabilidade de conduzir os concursos. Questionado sobre se foi ouvido pelo DIAP sobre esta matéria, Rui Rio recusou responder.

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