quinta-feira, 10 de abril de 2008

A nossa crónica desta manhã na Rádio Festival


O Dr. Rio, na noite gloriosa do passado sábado, entre o Presidente Pinto da Costa, o Jesualdo, o Quaresma, o fisioterapeuta, o roupeiro, ou o manager-team, faria tanta falta como uma viola num enterro.

No entanto o Sr. Rio não ocupa os Paços do Concelho da cidade do Porto, não utiliza as prerrogativas de Excelência, nem se movimenta nos automóveis da Câmara por ser o Sr. Rio.

Porque o Sr. Rio, por si só, é isso mesmo e só isso. Um cidadão tristonho sem paixão especial pela sua cidade e às tantas sem paixão nenhuma por seja o que for. Está no seu direito, nomeadamente no direito de não gostar da cidade onde nasceu e estudou, ou de não gostar do FC Porto.

Quantos portuenses detestam o FC Porto! Alguns detestam o FC Porto, detestam o Porto e até se detestam a si. Outros preferem outros clubes da cidade, outros ainda os rivais dos clubes da cidade, outros detestam tudo o que seja clubes, ou detestam tudo seja o que for. Estão no seu direito. O Sr. Rio também está no seu direito. Às tantas acha que as massas que vibram com os dragões são uma populaça mais ou menos bestializada, detesta pontapés na bola sobretudo desde que constatou a sua imensa falta de habilidade, e para si o desporto fica-se pelo dos bons tempos de jovem betinho com os carros descapotáveis das famílias ricas, cotovelo de fora e cabelos ao vento a perturbar as meninas… Está no seu pleno direito.

Só que o Dr. Rui Rio, por enquanto, não é apenas o Sr. Rio, tristonho e ensimesmado, que há-de em breve voltar a ser. O Dr. Rui Rio é o Presidente da Câmara do Porto e se não fosse o presidente da Câmara do Porto, tendo toda a dignidade de cidadão, não teria mais visibilidade de que um qualquer aracnídeo que pulula pelos velhos armazéns da Rua do Almada.

Donde, a existência pública do Dr. Rui Rio vem de ser presidente da Câmara do Porto legitimamente eleito pela cidade. Tal como os seus deveres e responsabilidades, que nada têm a ver com os gostos mais ou menos misantrópicos de qualquer Rio desconhecido.

Assim sendo, Rui Rio mais uma vez demonstra a sua incapacidade para dispor da dignidade necessária ao cargo de Sua Excelência o presidente da Câmara do Porto, pois deveria ser o primeiro a saudar em nome da cidade o Presidente Pinto da Costa pela brilhante conquista de mais um tri. Assim como a assinalar a sua presença na Tribuna de Honra do “Dragão” o local de culto mais simbólico da cidade. Assim como deveria engalanar a Câmara em comunhão com a alegria da cidade e da região. É que o Porto não o colocou a presidente para ele fazer o que gosta ou não gosta, mas sim para fazer o que deve ser feito.

Rio no entanto nada tem a ver com a dignidade dum presidente de Câmara ao nível da cidade do Porto. Roeu mais umas unhas, mordeu mais uns lábios, não quis ouvir rádios nem ver televisões, meteu-se cedo na cama nessa noite, para ver se ela passava depressa. Estaria no seu direito se fosse o Sr. Rio que há-de voltar a ser em breve. Mas enquanto presidente de Câmara do Porto não é capaz de ter a dignidade suficiente para cumprir os seus deveres. É demasiado pequeno para uma cidade tão grande.

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