terça-feira, 25 de novembro de 2008

Baixar impostos pode ser mais eficaz que investir em infraestruturas
(JN) 25.11.2008 14h22m
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) defendeu hoje que descidas de impostos podem ser mais eficazes na saída da crise actual do que os investimentos em infraestruturas.
"Alternativas [aos investimentos em infraestruturas], como cortes de impostos ou transferências de pagamentos para ultrapassar as restrições do crédito e ajudar os mais pobres podem revelar-se mais eficazes nos estímulos à procura", diz a OCDE no seu relatório sobre as previsões económicas mundiais.
Defendendo que as medidas de ajuda governamental devem ser "temporárias" e de "máxima eficiência", a OCDE considera que, na actual conjuntura económica e financeira, os pacotes de estímulos fiscais devem ser analisados caso-a-caso nos países que têm margem de manobra orçamental para o fazer.
As infraestruturas são muitas vezes apontadas como investimentos desejáveis em contextos como o actual, nota a OCDE, sublinhando, contudo, que muitas vezes esses investimentos demoram "muito tempo" a arrancar.
Ainda segundo a OCDE, as exportações portuguesas vão cair em 2009, penalizadas pelo fraco desempenho da economia espanhola. No próximo ano, as vendas de bens e serviços portugueses ao exterior devem recuar 0,5 por cento, após abrandamentos em 2007 e 2008, segundo a OCDE.
Olhando para os dados das contas nacionais do INE disponíveis no seu site, desde 1996 que não se encontra nenhum ano em que as exportações portuguesas tenham caído (a série só está disponível desde essa data).
"A queda da actividade nalguns dos maiores mercados das exportações portuguesas, especialmente o espanhol, apontam para exportações muito fracas" em Portugal, pode ler-se no documento da OCDE hoje publicado.
A Espanha, um dos principais destinos das vendas de produtos portugueses, deve ver o seu Produto Interno Bruto (PIB) baixar em 0,9 por cento, no próximo ano.
Além disso, a restrição na concessão de crédito e a procura interna "deprimida" devem limitar o investimento empresarial em 2009, conduzindo a um aumento da taxa de desemprego, nota a mesma organização.
Num ano em que Portugal deve ver a actividade económica contrair-se em 0,2 por cento, só o consumo público e as importações têm contributos positivos para o PIB.Os gastos do Estado vão crescer 0,2 por cento, numa altura em que o consumo privado deve recuar 0,2 por cento, o investimento deve descer 1,2 por cento (depois de dos anos de subidas) e as exportações devem baixar 0,5 por cento.
As importações podem cair 0,9 por cento, ajudando a limitar a queda do PIB, de acordo com as previsões da OCDE hoje conhecidas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Para variar um pouco as suas leituras, aqui lhe coloco este post.

Por aquilo que se vai vendo e ouvindo temos de concluir que todos os professores eram exemplares, que quando não havia a burocracia da avaliação todos tinham tempo para preparar bem as aulas, o absentismo era quase nulo, as escolas eram geridas exemplarmente. A “escola pública” era um modelo de virtudes que a Lurdes veio estragar. A progressão nas carreiras era mais estimulante quando era automática, a avaliação era bem feita quando não existia, as aulas de substituição não eram necessárias porque ninguém faltava, a “escola pública” era um modelo para o mundo.

Apetece-me perguntar onde estão (ou estavam) os defensores da “escola pública”:

Quando professores do ensino público vão a correr para casa ganhar pequenas fortunas (livres de impostos) em explicações dadas aos mesmos alunos que são mal sucedidos na mesma “escola pública” onde os seus “explicadores” dão aulas?

Quando em muitas escolas é necessário meter cunhas para que os filhos não vão parar a turmas de repetentes.

Quando muitos professores só vão ler o nome dos seus alunos no dia da “apresentação” sem que antes, apesar dos meses de férias se tenham interessado pelo currículo escolar desses alunos.

Quando se organizam turmas a pensar nos horários dos amigos dos conselhos directivos que ficam as melhores horas e os melhores alunos, deixando as turmas dos “repetentes” a professores menos experientes que caíram de pára-quedas.

Quando se faltavam semanas usando a lei que permitia entregar o atestado até vários dias depois da primeira falta para que esse atestado nunca chegasse a ser verificado por um médico.
Quando os artigos 4.º (os tais que foram introduzidos em Portugal para permitir às mulheres faltar nos dias mais complicados do período menstrual).

Quando professores com o 7.º ano antigo receberam um curso de faz de conta para serem equiparados aos professores licenciados e atingirem rapidamente o topo da carreira, algo que para muitos funcionários públicos exige concursos com prestação de provas e nem sempre há vagas.

Quando se instalou na sociedade portuguesa a ideia de que a vantagem de ser professor era permitir cuidar melhor dos filhos ou ter uma segunda actividade, explicações, pequenos comércios, empresas de contabilidades, etc., etc..

Onde estavam os defensores da escola pública quando, durante décadas, a qualidade do nosso ensino era inaceitavelmente baixo?

Não tenho a mais pequena dúvida de que os professores não são nem melhores, nem piores do que os outros grupos profissionais, que há uma maioria de bons profissionais, só não entendo porque razão as escolas deverão ser um mundo à parte, gerido por e em função dos interesses privados de um grupo profissional que, recebendo ordenados pagos pelos contribuintes, acha que nenhum governo pode adoptar medidas que os prejudiquem nos seus interesses privados.

É evidente que os professores não são contra as aulas de substituição ainda que nunca as tenham proposto, são defensores da avaliação ainda que nunca a tenham defendido, agora que foi proposta uma mudança na escola os defensores da “escola pública”, com Mário Nogueira à frente têm soluções para todos os males.

Os defensores da “escola pública” até poderão levar avante a sua chantagem sobre a democracia, impondo a “maioria absoluta” das ruas, mas dificilmente poderão recuperar a credibilidade perdida quando alguns dos seus não hesitaram em aplaudir e elogiar os pirralhos que alguém mandou atirar ovos e tomates aos que são detestados pelos defensores da “escola pública”, ou quando outros que educam os portugueses se referem a governantes por “gajos” e “gajas”.

Talvez seja tempo de dizer a Mário Nogueira e outros auto-intitulados defensores da “escola pública” que a defesa da escola pública cabe a todos os portugueses, aos pais, aos alunos e aos professores, e até aos que não pertencendo a este grupo têm este direito e dever de cidadania. É preciso dizer a estes defensores profissionais da “escola pública” que a defesa desta começa pela sua qualidade e não pelo bem-estar de um grupo profissional.

A defesa de uma escola pública é de todos os cidadãos, até dos muitos que optam por pagar fortunas para colocar os filhos em escolas privadas, assegurando-lhes um ensino com a qualidade que estes defensores oportunistas da “escola pública” nunca defenderam.

Todos os professores estão de acordo com a manutenção da “escola pública” tal como estava? É uma opção deles, mas essa unanimidade não os torna accionistas maioritários da escola pública por isso mesmo, porque a escola é pública e em democracia a coisa pública é gerida pelo Estado, pelo menos enquanto não regressarmos ao corporativismo.

Muitos professores votaram PS e estão desiludidos porque o governo não os tratou como cidadãos de primeira, reservando as medidas difíceis para quem votou nos outros partidos? Então façam como os portugueses que estão descontentes, nas próximas eleições votem no Paulo Portas, na Ferreira Leite, no Louça ou no Jerónimo de Sousa, dêem a maioria absoluta ao partido do Mário Nogueira, vão então ver qual é a maioria que conta, se a dos eleitores ou a do CC do partido, estou certo de que o Jerónimo de Sousa não só voltará a pôr tudo como estava como, ainda por cima, lhes vai instalar uma colónia balnear na praia da Messejana.

http://jumento.blogspot.com/2008/11/onde-esto-ou-estavam-os-defensores-da.html#links