sexta-feira, 4 de setembro de 2009

ERC aponta "eventual violação de liberdade de imprensa"
Sócrates admite que fim do jornal de Moura Guedes pode prejudicar PS nas eleições

(PÚBLICO)04.09.2009 - 08h25 Maria Lopes, Leonete Botelho, com Luciano Alvarez e Nuno Ribeiro, em Madrid
O que prejudica mais o primeiro-ministro? As ácidas edições do Jornal Nacional da TVI dirigido por Manuela Moura Guedes ou o anúncio inesperado do seu cancelamento a três semanas das eleições? A resposta parece estar na forma como José Sócrates se pronunciou sobre o caso ontem à noite em Coimbra, quando admitiu que este caso pode prejudicar o PS nas legislativas do próximo dia 27.A questão dividiu opiniões durante todo o dia, mas o mal estava feito. Cerca das 13h, a direcção de informação do canal comunicou ter apresentado a sua demissão em consequência de a administração ter decidido pôr fim ao Jornal Nacional de Sexta (JN6) por alegadas razões financeiras. A demissão foi rapidamente aceite pela administração da empresa, a qual, no entanto, demorou quase sete horas a emitir um comunicado a justificar a decisão. A alteração da grelha de programação, disse, deve-se à intenção de "homogeneizar e reforçar a consistência do Jornal Nacional ao longo de toda a semana". E prometeu que a mudança "em nada irá alterar o compromisso da TVI em prestar informação de qualidade e interesse nacional".A decisão de acabar com o JN6 veio de Espanha há vários dias, dado que o spot de promoção estava feito desde a semana passada e nunca foi para o ar. Só chegou à direcção na terça-feira mas não foi divulgada porque o administrador Bernardo Bairrão estava a tentar que a Prisa mudasse de ideias. Nada feito: Moura Guedes acabou por ter a confirmação ontem de manhã. Para hoje, estava preparada uma peça de uma jornalista da equipa com "dados novos e documentados" sobre o Freeport, confirmou a pivot.A notícia caiu como uma bomba em terreno minado. A oposição em uníssono falou em pressões políticas, expressas ou implícitas, depois de meses de tensão entre o Governo e a estação então dirigida por José Eduardo Moniz. Se BE e PCP foram cautelosos e se limitaram a dizer que o caso não podia ser retirado do contexto das relações entre o executivo e a TVI, já o CDS classificou-o de "censura" e o PSD afirmou que "Portugal e a democracia estão de luto"."Um escândalo", disse Moniz, que saiu do canal em Agosto e é agora administrador da Ongoing, empresa que tem manifestado interesse na compra e controlo da Media Capital, subsidiária do grupo espanhol Prisa, proprietária da TVI.

4 comentários:

Anónimo disse...

Pois, através dos camaradas da PRISA/PSOE a coisa disfarçava...
Ainda há poucos meses estiveram a tentar comprar a TVI só para arrumar a Manuela

terramar e ar disse...

a Manuela valia assim tanto dinheiro? Com TGV e tudo?

Anónimo disse...

O Sócrates e o Santos Silva era lá capaz de dar uma golpe desses. O Sócrates nem fez fez da TVI e da Moura Guedes a inimiga principal no Congresso de Espinho. A seguir a isso nem tentou comprar a TVI através da PT, o que não conseguiu porque deu bronca. Ia lá pedir ao PSOE para põr a sua Prisa a correr com o Moniz e a Manela. Frepoort nunca mais!

Anónimo disse...

Socrates agora faz-se de vítima. Atira a pedra e esconde a mão. Faz o mal e a caramunha. É o costume. Quem acredita que aqui não á m...? Se não á é muito azar para o PS, é que parece mesmo.