sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Legislativas. CESOP, 4-8 Setembro, N=1281, Pres.

PS 37% (41%)


PSD 35% (34%)


BE 11% (12%)


CDU 8% (7%)


CDS/PP 6% (2%)


Outros 2%


Brancos 2%

Entre parênteses os resultados obtidos pelo CESOP em Maio deste ano.

Os resultados completos podem ser consultados aqui.

Incertezas
por Pedro Magalhães, Director do CESOP/UCP (DN) 11.9.09
Em relação à última sondagem realizada pelo CESOP/UCP sobre as intenções de voto para as eleições legislativas, em Abril de 2009, a que é hoje divulgada apresenta três alterações relevantes: a descida do PS, especialmente quando nos concentramos nos eleitores mais seguros de que irão votar; a subida do CDS-PP; e a diminuição dos abstencionistas declarados. Uma das consequências é uma diferença entre o PS e o PSD bem menos expressiva do que a verificada em Abril passado, de tal forma curta - dois pontos - que não se pode classificar como sendo estatisticamente significativa.
Dito isto, não surpreende que os resultados estejam longe de indicar um descalabro eleitoral para o PS semelhante ao que sucedeu nas europeias. A percepção de que existe uma boa alternativa ao actual Governo, tendo crescido (de 25% para 31%), é ainda claramente minoritária entre os eleitores. Na comparação entre José Sócrates e Manuela Ferreira Leite, o primeiro perde no domínio da "confiança" e da "seriedade", mas ganha na percepção de liderança e de qualidades para ser um bom primeiro-ministro.
Quais os factores de incerteza? Independentemente dos valores de uma sondagem poderem ser afectados por erros aleatórios ou até sistemáticos, e de as sondagens não serem previsões eleitorais, é nos próprios resultados da sondagem que encontramos as maiores fontes de incerteza. 20% dos eleitores afirmam não saber o que irão fazer no dia 27. Mesmo entre aqueles que declaram uma intenção de voto, a percentagem daqueles que dizem ser ainda possível "mudar de ideias" nunca é inferior a 15%. E, curiosamente, é entre os actuais eleitores do Bloco de Esquerda que pode estar a chave desta eleição. É entre eles que encontramos mais eleitores que dizem contemplar a possibilidade de mudar de ideias ou que afirmam ser mais importante pensar nas consequências do voto para quem ganha as eleições e forma Governo do que votar por simpatia ou proximidade ideológica. É entre eles, mas também entre os eleitores do CDS-PP, que, respectivamente, PS e PSD mais tentarão alimentar as sementes do "voto útil".

Comentário

Sem com este comentário insinuarmos qualquer cedência espúria a pressões por parte do CESOP, diríamos que esta sondagem é muito mais conveniente para o Bloco Central, e sobretudo para o PS, do que a sondagem da AXIMAGE ontem publicada pelo "Correio da Manhã", que colocava o PS à frente com uma confortável meia-dúzia de pontos percentuais.

A "pica" do empate leva à polarização e fará com que o PSD vá buscar ao CDS assim como o PS vá buscar ao BE e CDU. A diferença está em que o PSD tem 6% do CDS onde pescar, enquanto o PS tem 19%, sendo que é entre os 11% do BE que aparece uma percentagem maior de eleitores que acham possível ainda mudarem o sentido do voto.

Claro que tudo isto representa também mais um passo da degradação da democracia portuguesa, porque uma parte muito significativa do eleitorado se deixa convencer de que estamos perante eleições para PM e não para deputados à AR, o que acaba por falsear os resultados da expressão da vontade popular e faz o sistema português degenerar num rotatitivismo ditatorial de Bloco Central, semelhante ao que experimentámos no estertor da Monarquia e que levou a imagem da política ao nível tão inferior como superiormente tratado por Eça de Queirós.

Certa parece ser a maioria de esquerda (PS+BE+CDU) queira lá isto dizer o que for de 56% contra uma direita de 41%. E talvez seja isto o importante para alimentarmos alguma esperança de mudança no rumo do país. De notar, finalmente, que o único dirigente político que aparece neste estudo em baixa na avaliação popular é o PR. (Pedro Baptista)

2 comentários:

M.M. disse...

A tendência é do PS a descer e o PSD a subir embora pouco. Se esta tendência se mantiver o futuro é negro. mas cvomo aventa do Dr. Baptista, pode ser quer a coisa mude à custa do Bloco.

Anónimo disse...

E ra o PS dono e senhor do mundo portugues à meiaduzia de meses! Andavam todos há volta do Soctates a dizer que ele era o melhor do mundo e estupido acreditou. Não fosse chefe do govcerno já estava acusado do Freport. Ninguem gosta da ferreira Leite mas ninguem gosta do Socrates.